quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Anti-atriz errante

Humano do erro que não entendo que é que se passa por dentro,porque eu não vejo o que é dentro,mas vejo meus olhos e minhas mãos e o meu corpo no espelho.

Ela chorou e chorou,dissimulada e forçadamente,que lhe veio um ódio e angústia,um pensamento vago,uma ânsia. A boca secou e tudo pareceu tão imóvel,o tempo parou,a porta pareceu trancar-se para sempre. A ânsia.... !Ela nunca entendeu a realidade,mas sempre bebeu muito dela... veio de repente um frio na espinha,um prazer anônimo de vento. Sozinha,com os olhos inchados e vermelhos,com o rosto redondo e a boca quadrada;a boca que sentiu a água descendo cortando a garganta,o esôfago e caindo assim,tchibum nas entranhas.Porque ela chora? De birra,puro capricho de vítima falsificada. Graça,mimo.Aí vem o riso,que é assim,meio louco e real do que acontece em fase de querer se romper. Algum dia o rompimento tem que acontecer,simplesmente porque nada dura para sempre,aliás,tudo se tranforma e talvez o rompimento sofra mutações e mutações.Mas a menina se acalmou e aceitou essa razão. Lutar contra seria egoísmo. É egoísmo.Pegou um papel e começou a desenhar,rabiscos sem nexo. A lágrima voltou a cair,mas ela agora parecia estar calma,serena e conformada. A lágrima conformada de dor.
- Ria,ria minha criança,com esses teus cabelos soltos e despentedos que te deixam mais graciosa ainda.
E ela ria e ria belíssima,o pé deslizando na dança,os braços soltos. Ah,que cabelo![acrescenta-se aí uma música instrumental qualquer].Ofegante ela caiu na cama,as omoplatas salientes e suadas. O peito chiando - pra cima e pra baixo num ritmo acelerado.Essa menina fechou os olhos e sentiu o ar fresco que vinha da porta da cozinha,da chuva fraquinha lá fora e pensou que,só de sentir aquilo percorrendo suas pernas reluzentes,valia a pena chorar e sentir a dor para gozar de alegria incontável.

Nenhum comentário: