segunda-feira, 21 de maio de 2012

Carta a Lion little lion

Você é meu leão, meu pássaro, minha borboleta, meu jardim de flores perfumadas, com beija flores e cores explodindo. Você é parte de mim, é a pessoa com quem eu quero estar, quero compartilhar minhas alegrias e dores, você é exatamente o meu número. Encaixou.
Você mandou eu ouvir uma música, da Lana del Rey, e estou aqui em prantos pensando que você é, sempre foi e continuará sendo tudo o que eu mais quero nessa vida amarga. Você me faz sorrir e me faz chorar, você é meu veneno e a minha cura, é uma coisa que eu nunca soube explicar, mas que eu sinto u aqui dentro e é uma coisa tão boa mas tão boa que só pode ser sua. Nunca soube explicar essa coisa. Você sabe?  isso nos levou ao mais alto do que se pode chamar felicidade, de amor, prazer, tesão e ao mesmo tempo nos pega de jeito levando ao fundo do poço. Eu vou com você aonde você for.
Tudo o que eu quero é explodir esse negócio aqui dentro e fazer voar tudo pra voce, te dizer "oh, meu leão, tudo vai passar, vai ficar tudo bem" claro que vai, sempre fica, acredito em finais felizes, mas para isso é preciso passar por momentos infames e vis e carrascos que querem separar o meu ninho do seu, eu ja enxarquei esse lençol com lágrimas.
E as viagens à Paris, ao Atacama, beber vinho em Roma, dormir na rua fazendo mochilão,  nossos piqueniques ao céu aberto no dia dos namorados, os pássaros cantando ao nosso redor, o sol perdendo seu brilho pra você, meu amor, você é deusa, rainha do nilo, princesa do meu quarto, minha seiva e não se esqueça ainda dos pores do sol na praia, das conchinhas guardadas, cartas, bilhetes, chulé, seu bumbum, pintinhas, suor extase e fumaças de cigarro perdidas pelo céu-corpo-nu.
Não me deixe só. Namora comigo, casa comigo, me perdoa de tudo, me ama, porque eu, meu amor, eu perco o chão, eu fico louca-desvairada correndo de um lado pro outro só de pensar que um dia podemos nos separar, um dia, um minuto, um segundo que seja, eu deliro. Deliro delírio.
Hoje te liguei e você me atendeu com uma voz de sono que quase me derrubou, aquilo foi canção nos meus ouvidos, sua voz tesuda-com-sono-manhosa. Beija minha boca salgada.
Eu to contando os segundos pra te ter nos meus braços dizer o quanto eu te amo olhando nos seus olhos, te apertar sentir seu cheiro, seu pescoço quente, suas costas lisas, sua boca, seu queixo...
deliro
Me dá a mão, menina. Segura bem forte. Vamos juntas pelo caminho, eu te ergo quando tropeçar e voce me ergue quando eu cair. Vamos admirando os jardins, o céu azul, a luz, a escuridão, de mãos dadas... vou te desenhar na relva, te fotografar nas pedras, ser como brega e declamar poeminhas bobos. É isso o que eu sei fazer, ser brega e declamar alguns poeminhas.
Leão little lion,
você é a coisa mais linda que eu já vi até hoje em toda minha vida.





terça-feira, 8 de maio de 2012

Enfato

Ora, veja. É enfaticamente recomendado...

Ouço o choro dela daqui do quarto e acabo chorando junto, por dentro, sem lágrimas.  Não sei o que se passa comigo, alguém sabe? Não quero te contar meus choros, não insista. E não insisti. De leve me levanto como quem se sente deixado de lado, não sei se de propósito. Caminho leve até o banheiro cuspir a pasta de dente crescendo na boca. Tem um olhar triste que nunca vi na vida, olhar de cachorro machucado, dolorido. Olhar de planta arrancada.

Que tristeza. Alguém me diga algo belo, sorridente, doce. Esquecemos de nos cumprimentar. Esquecemos das nossas melhores atitudes, polidas, delicadamente amorosas. Não digo de bom dia boa tarde boa noite, digo e sinto tudo o que é mais simples que isso. Meu dia será bom sim, mas não pelo seu falso desejo, será bom porque eu farei dele um dia bom, uma tarde boa e uma noite talvez melhor. Passarei creme nas minhas pernas peludas como uma boa moça deveria fazer. Devo cuidar da minha pele, ela me suporta inteira e merece carinho. Mas... nos esquecemos. Digo isso sem dor, já doí demais. Digo isso serena...

ela desliga a TV e geme baixinho um choro contido. Que passa?

se tem uma coisa que odeio é essa porta sendo arrebentada toda vez que se abre.

Nem tudo é sobre uma coisa só. Me rodeio de assuntos; de facto me rodeio de mim. Queria deixar claro, veja bem... O amor não é amor por ser pronunciado. O amor nem é amor de verdade, é uma tapeação. Ele poderia ser muito mais se não fosse assim pulverizado com spray de matar insetos. Se não fosse isso, mas talvez aquilo.  Se fosse sentido mais do que sentido menos e falado mais. Mas eu já não sei, sinto falta das duas coisas. Não choro, menino, não chore. Como diria Drummond: Mas.. e o humour?

O humor se perdeu na primeira porta que se abriu arrebentada. Jamais, nunca. Sempre sobrevivemos.