terça-feira, 30 de março de 2010

Tão engraçadinha

Bom dia com gosto de aniversário.
Aniversário com gosto de café da manhã.
Café da manhã com gosto de Amor.
Amor com gosto de Eu e Você.
E que você merece tudo que é de bom
tudo que é de alegre
de sorrisos
de delícias cremosas
desde marshmallows a beijos com sabor de baunilha
 E você ainda não viu nada,
porque verá, depois, minha cara no chão.
Mas isso é algo para se entender sozinha
porque não é culpa minha não.
Não é culpa minha você ser linda
e estar entrando hoje para a casa das 2 dezenas
para um sorriso 2 ponto zero
ai, acho tão brega falar assim
mas já que somos bregas, meu bem...
porque é lindo fazer vinte anos
é lindo fazer aniversário
é lindo te ver em toda beleza de anos possíveis
é lindo poder te abraçar com toda essa singularidade de menina
essa menina especial
essa menina danada
marota
me dá um brigadeiro.

que eu te dou um beijinho
de côco.
Atchim!
Parabéns
éns
nnnn
ssssssssssssssssssssssss
                                                                     
Vou te dar um cavalinho de balanço,
pra gente brincar de aventuras no castelo














MUUUUUUUUUUAHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH

segunda-feira, 29 de março de 2010

Poesia para a Mulher Escondida

 Para Kaline Leigue, menina mulher, encantadora.

Poesia para a Mulher Escondida

Ela dança sobre o tapete vermelho
mostrando o vermelho do xale comprido
mostrando a canela abaixo do vestido
ou da saia passando na janela.
Ela é uma menina, uma moça comedida
mas é só aparência
ela é quase demência
a única da lista
Ela é uma mulher
e quando dança solta a fera
tudo nela é beleza
inclusive a tristeza dos seus dias de miséria
Quando dança, mas que dança
não me cansa nem um pouco quando
ela de leve balança o corpo
um pouco pra lá
um pouco rodando
um pouco tudo nela
aquela moça suspirando
o vermelho sussurrando meu ouvido
que escuta agora
de longe os gritos
de uma cigana
toda oblíqua
cigana mulher
qualquer mulher
mas eu sei que é ela.

sexta-feira, 26 de março de 2010

Acompanhamento

se me quiser com marshamllows
saiba que ainda venho com caramelo


Bem assim, no ponto. Nu e cru.

quarta-feira, 24 de março de 2010

Dessa luz que me parte aos olhos dela

Se a visse agora, diante do vidro quebrado, espalhado, recortado
diria mil bobagens sobre o cabelo dela
mil bobagens sobre o sorriso
mil bobagens sobre o desprezo

Se a visse agora, sorrindo
diria 'me dá um beijo'
e ela responderia quieta
nosso silêncio envergonhado esperado
tanto desejado

Se a visse agora, chorando
diria ' você é linda '
e ela daria uma risada encabulada
meio sem graça
meio às traças
de tanto mimo

Se a visse agora, dormindo
diria ' dorme comigo, amor'
baixinho, calado, no ouvido
e a beijaria na testa
os lábios, tarados
em silêncio repousando

Se a visse agora
inteira, os olhos brilhando,
diria ' mas que tanta essência,
que tanta beleza, dessa lindeza em flor'
e repousaríamos
na rede embebida de noite
de lua
dos nossos olhos
de luz.

terça-feira, 23 de março de 2010

Dessa luz que me parte da janela

Segundo minhas reflexões
a vista da minha janela
dá para um céu imenso
que às vezes é acinzentado ( na maioria das vezes)
e de vez em quando é azul céu bem azul
ou laranja de fim de tarde
e tem também muitas árvores do lado de lá
que balançam muito
e um portão automático que faz muito barulho
tem o carro do gás que passa todo dia
tocando sua música melancólica
tem o homem que vende biju tiquetaqueando um instrumento de madeira
sem contar o rapaz de bicicleta que leva o pão
e uma buzina que me lembra os carrinhos de sorvete do interior
tem um céu imenso mesmo
com estrelas quando estas resolvem aparecer
e é muito calmo.
é muito calma paisagem da minha janela
é muita calma minha respiração quando olho por ela
pela janela
pra dentro de mim
tenho 10 minutos para ir embora
tenho a vida inteira pra ficar
tenho 9 agora
mas nem um minuto a mais
que me faça pensar
o quanto essa rua é triste
nem dois minutos
para parar
de achar que
aquela menina loira
terá a vida inteira
para se achar

segunda-feira, 22 de março de 2010

Dessa luz que me parte lúcida

Me dei o direito de tomar groselha com leite
porque eu não estava afim de me embebedar
com algum destilado barato desses bares noturnos
mijados por bêbedos perdidos
fedendo urina amarelada
mas dei-me o direito, um dia, de tragar um cigarro
infame, que eu tanto me dei por ódio
que eu tanto recusei
e achei que eu fosse dona da casa noturna da esquina
mas minha fraqueza, mas minha hipótese de humano
que se entrega ao primeiro ônibus que passa
à primeira luz que me cega
ao metro lotado de São Paulo
quase chorando, quase absurdo, quase ardido
de tanta gente, tanto nada, tudo repleto de um vazio imenso
mas eu poderia ser tudo o que é nada
eu poderia ser esse vazio imenso dessa tragada
eu poderia me embebedar de um destilado barato
e mijar na calçada
e eu posso
porque não sou nenhuma princesa de bordados de lã e seda
sou essa qualquer uma
qualquer alma que respira o mesmo ar poluído que todo mundo
mas dou por uma noite
uma tragada do cigarro de alguém
e um trago de uma cerveja amarga
entre essa vida que corre rápido, desde o momento que nasci
até o momento que estarei em qualquer lugar que se ache depois
de ter vivido tudo
mas eu não viveria tudo nem ainda viajei
por essas matas densas
por esses desertos imundos quentes
por essa gente desafinada que canta
qualquer música da parada
qualquer linha que segure entre o meu vômito
e o segurança da loja de carros importados
da Rua Augusta
até essas alamedas com nomes de países da América Latina
de Tatuí à São Paulo
de Paris aos meus testículos inflados
( se eu tivesse testículos)
se eu tivesse uma horna se quer na vida
mas tudo isso, acredite
não é com nenhuma amargura
não é com Ânsia da vida
nem medo de solidão
muito menos qualquer coisa que cheire podridão aqui dentro
mas como qualquer coisa por ela mesma
sem manipulações ou demais correios
ou demais alucionações
mas minha última, primeira, incrível
vida de quem bebe leite com groselha.

domingo, 21 de março de 2010

Dessa luz que me parte alegre.

Ode ao Outono

Dê-me um pirulito de coração
que sairei por aí
com minhas pernas curtas, meus pés brancos a caminhar,
e deitar sobre essas folhas vermelhas amareladas
sentindo a terra úmida em mim
me cobrir de folhas, jogá-las para o alto
como um rico joga dinheiro,
como minha única riqueza absoluta
meu poder absoluto de poder Ser Eu-Outono.
Nada de anjos tortos, nem sombra amaldiçoada
mas a sombra aconchegante que me envolve nos braços
a sombra do sol ameno não queimando a minha pele.
Mas eu já sabia que o Amor desabrochava nele,
nas nuvens pomposas de algodão doce do céu
formando figuras de equilibristas e bailarinas
Eu já sabia que o Amor ventava nos meus cabelos grandes
e espatifava minha roupa, esfriando meu corpo, minha pele quente
sendo tocada pelas mãos do Outono.
Olhando o céu e o mar estava pensando numa porção de coisas
que ele não sabia de pessoas com nomes que ele nunca ouvira
do meu pai
do capitão do mercado da Rua Duque
dos burrinhos meio dormindo escorregando pelas ladeiras
das moças espanholas de chale rindo rindo de ronda
 olhando para os amantes delas
pelas frestas das venezianas das casas amarelas e dos jasmins de Gibraltar
Quando eu menina era como uma flor da montanha.
Sim.
A água descia lenta pela minha garganta, enquanto eu,
vendo um bando de pássaros migrando pelo céu, sorria lentamente
pensando que alguém do outro lado do mundo poderia também estar vendo
um bando de pássaros migrando, mas lá não seria Outono
lá não seria Outono como aqui
lá não teria eu para ver o outono amado
nem meus Amores passados
nem eu em pé agora
admirando um quadro.
Lá não teria o belo das nuvens laranjas no fim da tarde
nem minha angústia de começo de noite
nem minha alegria instantânea da manhã
Não há nada mais belo do que comemorar o Outono
porque não há mais espaço no meu coraçãozinho
que queira entrar outra coisa absurda
mas essa única infâmia de apreciar o útero fecundando
a terra macia
as cores pastéis
começando pelo meu quadro cotidiano
onde aparece primeiro meus olhos meio aguados
e minhas mãos repousadas na minha perna
quase um sossego
de dias desassossegados.
E era Outono.


quinta-feira, 18 de março de 2010

Bom Dia pra Ela

                            " É que o sol nasce pra você..."
                                                                                James Joyce

Mal o sol desponta  ela acorda com sono, o dia todo com sono, o dia todo tomando café com bauru. Perguntei: Você já foi pra Bauru? Não, ela me respondeu, e você? Eu também não, respondi.
Mal o sol desponta e ela ainda está enrolada no edredon cheiroso que a cobre com a maior honra de poder ser o edredon dela e o corpo dela cobrir e ser somente dela, ter o cheiro dela, alguns fios seus grudados nele, a forma do teu corpo, seu amanhecido olhar abrindo lento, atrasado pra ir trabalhar. Mais um dia. Quem me dera eu poder ser aquele edredon que a cobre, quem me dera ser o café que ela toma, a xícara que ela põe os lábios, a água que molha a boca. Quem me dera ter seus fios grudados em mim, a forma do corpo dela no meu. Quem me dera, meu deus, por minhas mãos entre as dela e aperta-las para nos fazermos uma só.
Eu ouço a voz dela com sono e imagino que estou bem do ladinho dela. E morro sozinha de tamanha beleza na rouquidão amanhecida daquela voz de moça bela, minha moça, meu bom dia moça.
Debaixo do teto que ela dorme tem passarinhos cantando alegremente pra ela acordar feliz, tem cheiro de flores o quarto dela, tem um anjo que a guarda e eu sou um anjo que a guarda daqui, que posso voar com asas que ela me deu, porque ela me faz voar, e eu canto pra ela com minha voz de criança de 12 anos, com minha desafinação descarada e boba e ela me acompanha nas nossas canções que fica uma harmonia desafinada de nossas vozes misturada com um sussurro de cada lado, meu e dela, e cantamos e cantamos, e às vezes eu fico quieta pra ouvir só a voz linda dela e aí deito a cabeça na cama, suspirando de alegria, explodindo de saudade. Eu canto pra ela de manhã. Eu falo com minha voz rouca de manhã, porque ela me insiste em ligar logo cedo, quando acorda, e eu não acordo tão cedo quanto ela, mas ela me liga, e eu não me aborreço por ela me acordar cedinho, mas falo alô e volto a dormir. E aí eu sonho com ela. Esses sonhos da manhã. E no sonho eu a beijo com tanta paixão, no sonho ela me olha boba e eu mais boba ainda feito uma criança que acabou de descobrir um esconderijo infantil no terreno baldio ao lado. Meu esconderijo. Meu esconderijo apaixonado.
Quanto ao sol, ele merece ser citado. Ele merece porque é esse mesmo sol que ilumina ela e me ilumina também. O mesmo sol, incrivelmente o mesmo sol, surrealmente o mesmo sol. O mesmo céu. A mesma manhã. O mesmo dia. As mesmas nuvens. A mesma paixão. Os mesmos beijos.
Quanto aos abraços. Por um bem apertado que acabo de te dar e você foi esmagada por mim, nos meus tentáculos pegajosos, na minha teia de aranha inofensiva que só quer a sua presa. Nas minhas presas de tigre-dente-de-sabre. Nas minhas garras te pegando e não soltando mais. Um grunhido felino. Um felino esbarrando na sua perna às 6 horas da manhã. Me ligue às 7. Me beije antes de ir trabalhar ou fique aqui comigo o dia todo pra gente fazer Amor e irmos ao nosso mundo, ao nosso ninho lindo-maravilhoso-cheiroso-com-gosto-de-bom-dia, depois te levo passear por São Paulo, depois eu caso com você em Paris e passamos nossa Lua-de-Mel na praia, onde eu vou te enterrar na areia e montar nosso castelinho encantado e enfeita-lo com conchinhas e estrelas do mar e vamos fazer biquinho pra falar francês, bem clichê, mon amour, mademoiselle, pardon. Bonsoir. 
Quanto ao Bom Dia. Com gosto de leite puro: alvo e gelado. Ou gosto de café: preto e quente. Bom dia pra ela. Por enquanto é boa noite, mas Bom Dia todo dia. Boa noite toda noite.
Boa noite-dia-tarde-madrugada. Tudo é bom com você. Tudo em você é bom. Imagina acordar ao teu lado e dizer: Bonjour.

                                                                   Uma flor. Um abraço. Um beijio apaixonado.

sábado, 13 de março de 2010

Breve notícia

Oi, amigo, esse calor me perturba.
E me perturba não ter tido tanto tempo assim pra você.
O que acontece é que tudo está correndo, indo pralgum lugar que eu não sei, mas as coisas andam de vez em quando, umas coisas se encaixam, outras se reviram. O movimento natural da vida.
Tenho tantas coisas a escrever, sobre nada talvez, mas tenho muito a lhe dizer, muito a me dizer também, pôr essa literatura chocha em ordem de algo legível... ou ilegível.Compreensível ou incompreensível. Como quando não entendo a Beleza das coisas, como quando não suporto um calor denso mas ao mesmo tempo consigo sobreviver.
Quanto ao outono, está dando o ar de sua graça, colocando as manguinhas de fora. A rara estação mais linda do ano misturando ao meu sorriso.
Aspiro muitas coisas e muitas delas me enchem o peito como esperanças eternas de como quero que meu cabelo cresça. Por mais que ele demore ele vai crescer e vai ficar comprido, mesmo despontado. E eu vou olhar no espelho e sorrir por meu cabelo estar comprido e sorrir por que eu ainda sou eu mesma e não me perdi por aí em ruas escuras de desconsolo de vida, de solidão perjorativa que nos atinge. Mas nunca deixei de lado meu direito de estar sozinha, meu direito de solidão e recolhimento por opção, minha quebra social onde sinto o ar me enchendo, onde posso descalçar os tênis, tiorar as meias quentes e suadas do meu pé branco e pisar descalça no chão, a sola do pé mais grossa, o pé mais sujo e encardido.
Que beleza das coisas quando podem ser sujas. Quando volto à minha infância e me lembro toda suada e suja de tanto brincar na rua. Minha mão suja de comer salgadinho. Minha boca suja de chupar laranja e melancia, deixando o caldo escorrer pelo queixo, passando pelo pescoço e escorregando lentamente até entre o vão dos meus seios, depois passo o braço na boca para limpar a água e continuo a devorar cada gomo, cada semente crocante sendo mastigada. Meu prazer escorrendo por mim, minha sujeira exposta, minha delícia de poder me expor a essas pequenas coisas. Que delícia também lavar o rosto depois de caminhar por um longo tempo debaixo do sol. Lavar as mãos depois de pegar na terra. Beber a água e sentíla descer cortando a garganta seca.
Mas ainda há muito o que lhe dizer. É preciso de tempo para entender as coisas, ter paciência, ter esse comichão enfadonho atrás da orelha, na cabeça e resistir até conseguir beber a última gota d'água.
O calor está uma barbaridade. Acredite.
Acho melhor abrir a janela e deixar a brisa fresca da noite entrar.

quarta-feira, 3 de março de 2010

E o frio me agrada.

Diz pra ficar muda faz cara de mistério.

Um beijo. Os dias frios estão lindos e agradavéis. O vento balança a folha das árvores como um baile verde de moças mascaradas, violinos acompanhando o movimento. Da janela do meu quarto um céu belo com estrelas poucas, cintilantes nelas mesmas, algumas nuvens laranjas que passam lentamente pela minha cabeça. E durmo como uma criança dorme depois de um dia todo cheio de brincadeiras e doces. Suspiro aliviada depois de me alimentar de uma voz doce de menina amada e repouco a cabeça no meu travesseiro fino, cheirando noite, cheirando eu e ela, cheirando nossas essências.
Há tempo que desapareço, enlouqueço, mas os dias tem me sido belos, recuperei minha calma, minha sanidade, mas que insanidade é essa que nos faz parte por natureza? encarnada em mim, delirando minha mente, comendo meu coração. Calma, está tudo bem, já me deram água com açucar e agora posso correr pelos campos floridos sem mal algum, sem pensar na maldade que seria minhas mãos vazias.
Estou esperançosa com muitas coisas, muitos planos, muitas ideias belas cercam minha vida, como beija-flores cercam a flor. E levo tudo isso como um sopro de vida, uma corda que me agarro, um sorriso maravilhoso que me enche.
Saio dançando, por mais que a vida pareça irônica, por mais que o universo faça ventar muito contra mim, e depois tudo vai se colocando aos poucos, mas é incrível pensar que as coisas não estarão nunca nos lugares certos, não se encaixarão jamais como queremos, porque não lutaremos por elas, não teríamos um objetivo que agarraríamos com mãos e dentes.
Deixo aquele beijo melado com gosto de café. Um abraço com gosto de outono, frio e sol, céu azul. A luz da minha vida. A menina dos meus olhos.