segunda-feira, 17 de outubro de 2011

nem eu me reconheceria
se me visse assim
é que você nunca
mais me reconhecerá

nunca de nunca de nada
eu acordei e ainda sinto
um gosto amargo
um fel
na boca

era a vida

nihil

chegou num ponto que percebi minha total niilidade
minha descrença e, digo um pouco mais, minha desesperança
percebi que não tenho muito no que acreditar
e um vazio me tomou por dentro

- você sente esse vazio? - perguntei
- sinto.

e eu não havia entendido como alguém sabe que se sente vazio
por não acreditar nas coisas
todo meu brilho da manhã havia sumido
todo o tédio insuportável bateu em minha porta
e eu cai, inteira, por terra.

essa chuva que não pára nunca
tá tudo seco e molhado aqui dentro
estou úmida, chorosa

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

ninguém nunca sabe o que é verdade em você
mesmo você gritando