tag:blogger.com,1999:blog-44919587938634364742024-02-06T22:27:57.301-08:00De palavras faço-me.borboleta nasceu
está batendo as asasCássia Oliveirahttp://www.blogger.com/profile/03262603806106454345noreply@blogger.comBlogger581125tag:blogger.com,1999:blog-4491958793863436474.post-4618635243740517822013-07-13T21:20:00.001-07:002013-07-13T21:20:15.772-07:00Bibi, hoje me deu uma saudade imensa de você.<br />
Saudade de tudo em você, do seu jeito, do seu sorriso, de nossas conversas, de você inteira, até da sua chatice.<br />
<br />
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/RDBLroDfgaI?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div>
<br />
<br />
<br />
<br />Cássia Oliveirahttp://www.blogger.com/profile/03262603806106454345noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4491958793863436474.post-46931717579045004012013-04-04T11:12:00.001-07:002013-04-04T11:12:09.418-07:00a gente sente quando os olhos do outro brilham por encontrar os olhos seus<br />
e os seus brilham por causa disso<br />
e a alma reconforta<br />
e um leve suspiro<br />
de troca<br />
bem sucedidaCássia Oliveirahttp://www.blogger.com/profile/03262603806106454345noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4491958793863436474.post-34273581882721900862013-04-04T11:09:00.002-07:002013-04-04T11:09:56.226-07:00cresci<br />
<br />
Cássia Oliveirahttp://www.blogger.com/profile/03262603806106454345noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4491958793863436474.post-66621571342324619992013-02-05T11:11:00.000-08:002013-02-05T11:11:01.104-08:00poeminha tranquiloeu queria escrever algo hoje<br />
marcante<br />
eterno<br />
mas como estou numa boa<br />
escrevo um versinho<br />
de sorrisinho<br />
amareloCássia Oliveirahttp://www.blogger.com/profile/03262603806106454345noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4491958793863436474.post-67534346075529805392013-01-31T08:23:00.002-08:002013-01-31T08:23:22.813-08:00Acordei sorrindo, cheiros e pequenos mistérios a serem reveladosHoje estou feliz como quem dormiu muito bem à noite e sonhou com lindas coisas e lindas moças beijos e abraços. No meio da noite acordei sorrindo num susto, descoberta, com frio, calafrios. Sonhei com a moça linda que me encanta mas que não vejo, então pensei que estaríamos sincronizadas, num ritmo-encanto só nosso e misterioso de alguma maneira, que talvez ela não soubesse, mas sentisse, de leve, um frio no pescoço, um beijo quente nos lábios, um abraço apertado sem se apertar. Um ar que nos ronda, mas não vemos.<br />
Estou feliz como quem sente cheiro de café sendo passado. Passei pelo corredor até o banheiro e a copa tem uma janela para esse corredor, cheiro de café, entrei no banheiro e um forte cheiro de perfume doce. Cheiros do cotidiano em dias úteis. Entrei na copa e peguei um café quente e cheiroso, dei um Oi pra copeira, que é baixinha e roliça e tão simpática que quase não trocamos palavras mas nos percebemos alegres na distância de nossos olhares, então penso em dizer-lhe que o café que ela faz é realmente muito bom e quase a abraço de verdade, espero que ela tenha sentido essas vibrações. <br />
<br />
(acho que vi uma árvore de cacau)<br />
<br />
Estou hoje feliz como quem lê autores solitários e se sente tão só na companhia de suas leituras, kerouac em sua cabana no alto da montanha nevada, bukowski no alto de sua cama num quarto de hotel barato nos porres de vinho ruins e sebosos, alexander supertramp enfrentando a si mesmo no alasca solitário e feliz, queimando seu dinheiro como quem queima palitos de fósforo na fogueira enluarada.<br />
Um novo dia rabiscado do meu jeito, fervendo por dentro de uma bata africana com elefantes vermelhos, o cabelo grande sem saber o que fazer, as unhas por cortar, os pêlos na perna, e tudo isso é meu de alguma maneira, sem evitar nada, relendo o grande mistério nos olhos dos outros, infinitas lágrimas e lamentações, alegrias descabidas, sonhos sonhados banhados com água do chuveiro de manhã cedinho, a roupa passada, engomada, social. Quantos mistérios atrás dos olhos de cada um? O que pensam? Como tudo se encaixa no som vazio do vento ronronando atrás de nossas orelhas, farfalhando os poucos fios de cabelos brancos. <br />
<br />
Quase grito de alegria rindo de canto: Abram todas essas caras e esses sorrisos, deixem que o seu sonho banhe a água do chuveiro e inunde todos esses espaços vazios de sentimentos ternos friezas calculadas de gente calculada. <br />
<br />
Ah, o peito aberto, a boca a pronunciar o descabimento da vida que passa sem metafísica, mas antes, um sorriso.<br />
Cássia Oliveirahttp://www.blogger.com/profile/03262603806106454345noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4491958793863436474.post-60925153645906030282013-01-30T11:16:00.002-08:002013-01-30T11:16:23.312-08:00Canal Chiadoum lugar para onde canalizar a sujeira da vida<br />
pequenas grandes coisas que te incomodam<br />
que fica ainda grudada pelo corpo nos cantos<br />
nos ecos<br />
um pedaço de saudade enroscada na pele, na boca<br />
uma tristeza pendurada no pescoço<br />
sem mais nem menos<br />
quase trancando o ar da garganta<br />
aquele sentimentozinho debaixo das unhas<br />
que mesmo lavando não sai<br />
as nossas pequenas descobertas da vida<br />
que doem fundo<br />
como agulha cutucando<br />
a veia<br />
e tira o sangue<br />
<br />
aquela coisa <br />
sem nome<br />
que te pega<br />
desprevenido<br />
não sabemos o que é<br />
mesmo sabendo no fundo<br />
o que é<br />
o que foi<br />
e que nunca<br />
- talvez - <br />
será<br />
<br />
mas mesmo assim nos machucamos, nos auto machucamos de propósito pensando em tudo o que aconteceu nosso passado ferido e tão gostoso e tão cheirando a perfume de flores com beijos abraços<br />
e você sabe muito bem do que falamos porque estamos a todo momento falando disso mesmo quando não queremos da presença ou da falta dele ou de qualquer outra coisa personificada uma carta um cheiro um sorriso uma lembrança <br />
às vezes dolorida às vezes não<br />
<br />
e essa sujeira nunca sai - seria mesmo uma sujeira? - pergunto-me<br />
<br />
é nesse momento que estamos nos descobrindo e tentando pensar em como escapar de nossas próprias armadilhas e é difícil, quem não sabe disso? quem nunca soube que saiba agora<br />
<br />
será?<br />
<br />
somos pássaros criando um ninho fechado e é difícil sair dele<br />
libertar-se de tudo<br />
em todos os aspectos<br />
de todas as melancolias<br />
e ouro e café<br />
e amores/desamores<br />
amoras lichias<br />
e todos os fios de cabelos<br />
e os cabelos brancos<br />
que nascem do nada<br />
um bilhete na gaveta de calcinha<br />
te quebra<br />
te parte a cara<br />
uma foto<br />
clicada num momento<br />
um suspiro <br />
já passou<br />
<br />
é que a gente é <br />
passando<br />
mal somos e já não somos<br />
então queremos ser o que pensamos<br />
que fomos<br />
e que pensamos que foi bom<br />
porque o que está por vir<br />
pode e não pode ser bom<br />
é como se nos agarrassemos ao futuro e ao passado ao mesmo tempo<br />
em função do presente<br />
que é quase esquecido<br />
uma coisa liga a outra<br />
uma TV ligada com aquelas faixas coloridas<br />
sem programação<br />
aquele chiado que quase aparece alguma imagem<br />
é assim que estou hoje<br />
um canal quase fora do ar<br />
que precisa de bombril<br />
mas não tem bombril<br />
<br />
me leve de leve<br />
nos seus braços<br />
<br />
e seremos doces<br />
<br />
<br />
Cássia Oliveirahttp://www.blogger.com/profile/03262603806106454345noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4491958793863436474.post-16595468057242418692013-01-29T08:40:00.001-08:002013-01-29T08:42:41.346-08:00Poesia para tacos soltos de madeiraAquele pó cinza<br />
grudado no chão que<br />
embola no pé<br />
com ferpas e cabelos<br />
<br />
eu sempre quis guardar dinheiro<br />
no vão do taco solto<br />
da casa da minha avó<br />
<br />
ela encerava o chão<br />
com aquela enceradeira enorme<br />
e barulhenta<br />
<br />
enquanto eu cortava os matinhos do quintal<br />
com uma faquinha<br />
pra ganhar 50 centavos<br />
e comprar adesivos<br />
na feira<br />
de quinta-feira<br />
na rua atrás da igreja<br />
que eu ia todo domingo<br />
pra ver a missa<br />
com o padre Paulo<br />
- ele era engraçado<br />
mas demorava muito nos sermões<br />
<br />
Qualquer casa hoje em dia<br />
que tenha taco de madeira<br />
com certeza<br />
vai ter um taco solto<br />
minhas homenagens aos tacos soltos<br />
<br />
quantas crianças não quiseram achar tesouros debaixo deles?<br />
quantos pés não soltaram o taco<br />
qual foi o momento exato de<br />
se soltar do chão?<br />
<br />
o som oco<br />
o som opaco<br />
o som concreto<br />
dos tacos<br />
<br />
um salto alto no taco<br />
um sapato executivo<br />
um chinelo<br />
um pé descalço<br />
tênis molhado<br />
sandália<br />
ponta do pé<br />
bundas<br />
suadas<br />
<br />
cada um com seu <br />
ritmo<br />
e melodia<br />
<br />
meu grande<br />
amor<br />
aos tacos de madeira<br />
<br />
marrons<br />
descascados<br />
amarelados<br />
sugados<br />
<br />
tacos<br />
não mexicanos<br />
que estalam<br />
ao abrir a porta<br />
e a pata do cachorro se enrosca<br />
enquanto<br />
procuro duendes<br />
ou pequenas criaturas <br />
- um tatu bola? -<br />
debaixo deles.Cássia Oliveirahttp://www.blogger.com/profile/03262603806106454345noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4491958793863436474.post-52737780076968688092013-01-28T09:25:00.002-08:002013-01-28T09:28:25.937-08:00Breve diário dos dias malandrossemana intensa, amigos maravilhosos, encontros e desencontros.<br />
cinema - o som ao redor - não gostei muito<br />
cinema - django livre, tarantino - muito foda, como era de se esperar, mas não é o melhor dele.<br />
cinema em casa - Mamma Roma - pasolini, parece ser muito bom, mas dormi na rede bem gostoso.<br />
teatro - mulheres, mário bortolloto - ruim. peça sobre o livro Mulheres - Bukowski, deixou muito a desejar.<br />
teatro - Bom Retiro 958 metros - teatro da vertigem - foda pra caralho, um dos melhores espetáculos que eu já vi, se não o melhor. <br />
show - saco de ratos - sempre muito bom. dancei bastante ao som do blues e rock n roll no saloon da 13 de maio.<br />
drinks - descoberta da pina colada, espanhola, sex on the beach, hi-fi, tequila, vinho, cerveja<br />
<br />
<br />
malandragem da madrugada - cachimbinho, batucada, violão, ritual com luz de abajur pink com fruru - parece um dinossauro - amigos, apartamento na augusta, glee da augusta, sons da natureza, uma paquera gostosa, com massagem no cabelo, beijo nas costas, chupadinha no dedo, sorriso bonicto, luz no rosto com música e muita provocação. maravilhoso. beijo no banheiro que poderia não ter rolado.<br />
<br />
balada - naty, 23 anos, publicidade na PUC, pegou a balada inteira, era muito engraçada e não falava muito. <br />
brincadeira do gelo, dois caras lindos e duas meninas bonictas e simpáticas, cigarro de cravo.<br />
muito suor e música boa. <br />
beijo a três. damião, narigudo, mas bonicto e alguma menina que não lembro muito bem quem é, mas beijava gostoso e dançava sensualmente.<br />
balada de 5 minutos, aprovadíssima, pena que passou rápido, ainda tinha muita gente pra pegar, muitas pessoas bonictas, oh. foi muito legal dar uma dessas quando não se é dessas.<br />
<br />
domingo, ressaca moral. mas nem tanto. <br />
<br />
Allen Ginsberg - Uivo, é o que estou lendo agora.Cássia Oliveirahttp://www.blogger.com/profile/03262603806106454345noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4491958793863436474.post-83772172633350966662013-01-14T18:14:00.002-08:002013-01-14T18:14:32.211-08:00agonias implodidasOi, como vai você?<br />
você que é sem nome<br />
e está aí agora me vendo e não sabe quem eu sou<br />
quem sabe o que é?<br />
eu também não sei quem você é<br />
mas as pessoas aparecem por aqui, digitam qualquer coisa no google<br />
e cai nessas páginas pobres e humildes<br />
mas eu preciso escrever e tirar toda essa loucura<br />
esse desejo de alguma coisa que eu não sei o que é<br />
mas que se sana um pouco escrevendo<br />
escrevendo nada pra ninguém<br />
talvez pra mim mesma<br />
e ler daqui uns anos tudo isso e pensar<br />
"nossa, como eu eu mudei"<br />
ou ainda<br />
"oh, eu não mudei porra nenhuma"<br />
ou ainda<br />
"eu escrevia essa merda toda? que bosta"<br />
<br />
ah, que agonia da vida às vezes<br />
e de repente uma desagonia<br />
e rio<br />
e choro<br />
e choro<br />
e rio<br />
e mar<br />
<br />
quem é que vai me dar a mão no pôr do sol na praia?<br />
quem ri pra não chorar?<br />
<br />
nada nadinha nadar<br />
ninguém<br />
ninguém me entende<br />
minhas filosofias cretinas<br />
oh, como sou desgarrada<br />
como eu me lamento<br />
de barriga cheia<br />
e cabeça cheia<br />
e coração vazio<br />
<br />
ou reclamar de coração cheio?<br />
<br />
a vide já se foi<br />
está indo<br />
acabou de deixar a porta balançando com o vento<br />
da partida<br />
os pés empoeirados<br />
a rosa que nasce e murcha<br />
a chuva que cai e sobe<br />
a rua<br />
<br />
num ataque de fúria mordo meu próprio braço<br />
alivia mas dói<br />
deixa marca<br />
e desmarca aqui dentro<br />
é preciso respirar<br />
ter muita paciência<br />
querer explodir por dentro<br />
a cada segundo que passa<br />
a pele se desgarrando do corpo<br />
as mãos<br />
esquecem o toque<br />
se toquem<br />
<br />
estou esquecida<br />
sensível<br />
engolida pelo desamor<br />
e amor<br />
ao mesmo tempo<br />
se chocando<br />
<br />
estou pobre<br />
como uma formiga<br />
esmagada que segura a folha exata<br />
o corte exato<br />
apenas uma sola de chinelo<br />
desgastado<br />
<br />
levemente<br />
se desencaixando <br />
<br />
<br />
<br />Cássia Oliveirahttp://www.blogger.com/profile/03262603806106454345noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4491958793863436474.post-9884491196980955112013-01-05T19:34:00.000-08:002013-01-05T19:34:15.406-08:00Poeira da Asa da BorboletaPara Maria, com amor<br />
<br />
<div style="text-align: right;">
<i>Porque amor é amor a nada,</i></div>
<div style="text-align: right;">
<i>feliz e forte em si mesmo </i></div>
<br />
Oi, Mariazinha<br />
<br />
você sabia que passei de ano na escola? pois é, não fiquei de recuperação em nenhuma matéria, e fui muito bem em matemática. Acredita?<br />
Não te escrevo há muito tempo e estou morrendo de saudade, mas como estou ouvindo uma música alegre, essa saudade não dói tanto, está mais leve e até sorrio lembrando de você. Eu estava lembrando de quando você tomou leite azedo e depois ficou o dia todo vomitando leite, que nojinho, bem no tapete da vó. Eu fiquei morrendo de dó de você. Mas como você não viu que estava estragado? Que bobinha.<br />
Agora tenho outro cachorro. Adivinha o nome: Lulu. É, de novo, Lulu. Em homenagem ao Lulu que se foi, eu gostava tanto dele e também gosto tanto desse. É um filhotinho lindo e brincalhão e dou meu dedo pra ele lamber e daí eu vou beijá-lo e ele lambe minha boca, é tão gostoso, parece que me sinto amado, sei lá, é singelo e carinhoso. Acho que vou lamber a cara das pessoas para elas saberem que eu gosto muito delas, aliás, não todas, não vou sair lambendo o rosto de todo mundo. Mas eu lamberia o seu rosto, Mariinha e quase balançaria o rabo de alegria - se eu tivesse rabo.<br />
A alegria parece pó que a gente passa no rosto e ao invés de ficar branco fica sorrindo que nem bobo, que nem asa de borboleta que voa e deixa seu pózinho mágico para as plantinhas poderem florir. Que alegria saber florir, que alegria deve ser o vento passando pelas asas e colorindo-se de azul e rosa e laranja e amarelo. As cores do céu.<br />
Hoje eu vi um pôr-do-sol tão lindo, mas tão lindo que eu me doía por dentro de tanto amor, mas a gente não deveria se doer de amor, neh? mas eu me doí de amor pelo pôr-do-sol eu queria guardar ele num potinho, e as nuvens e aquela brisa leve e solta, livrando a gente.Querida grudar nele e me virar pôr-do-sol.<br />
Eu queria soltar pipa com os meninos aqui da rua, mas tenho jogado muito video-game. É, eu ganhei um vídeo game e quero muito que você venha aqui pra gente jogar junto. E também pra gente soltar pipa e fazer piquenique - mas sem tomar leite estragado.<br />
Eu tenho medo de levar choque quando vou abrir o chuveiro. Você não tem?<br />
<br />
Tá bom, agora vou parando por aqui porque preciso dormir e minha mãe já disse que a cama está arrumada, mas eu posso muito bem arrumar minha cama. Vou correndo e pulo nela - na cama.<br />
Um beijo doce cheio do bater das asas de todas as borboletas lindas e coloridas de todo o mundo.<br />
<br />
E uma lambida igual a do Lulu na sua cara, Maria.<br />
<br />
<br />Cássia Oliveirahttp://www.blogger.com/profile/03262603806106454345noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4491958793863436474.post-83501508334527520112013-01-04T19:30:00.002-08:002013-01-04T19:30:20.479-08:00teresa<br />
minha vida<br />
onde está você?Cássia Oliveirahttp://www.blogger.com/profile/03262603806106454345noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4491958793863436474.post-37945224282695056322013-01-03T19:25:00.001-08:002013-01-03T19:25:25.705-08:00não gosto das maquiagens das atrizes pornôsCássia Oliveirahttp://www.blogger.com/profile/03262603806106454345noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4491958793863436474.post-90124062809598357602013-01-03T10:57:00.001-08:002013-01-03T10:57:30.023-08:00Primeira postagem do anoPois é, vem ano, passa ano e eu continuo escrevendo meus absurdos pensamentos e teorias furadas de vida. Foda-se, é o que me alimenta, de uma certa forma. Minha maneira de estar sozinha.<br />
<br />
Um abraço bem apertado cheio de carinho e amor<br />
uma poesia inspiradora pra toda vida<br />
um beijo doce de leve<br />
<br />
<br />Cássia Oliveirahttp://www.blogger.com/profile/03262603806106454345noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4491958793863436474.post-86685393053437061152012-12-28T20:51:00.000-08:002012-12-28T21:00:03.028-08:00Clara simplicidade de almaProvavelmente essa seja a última postagem do ano. Acho que estarei limpa e com a página virada quando terminar. Outros caminhos, outros olhares. Sempre em frente, não temos tempo a perder. Me permitir a ser sempre outra, sempre costurando o tecido ora macio ora áspero, mas temos que vesti-lo dependendo da situação.<br />
Quero começar de novo com palavras boas e um sorriso no olhar, com a mão lá em cima agradecendo aos deuses todos, ao infinito e além, pedindo com muita fé, por dias melhores para todos, cada dia todo dia toda hora, mais alegria sorrisos abraços beijos amor arte humanidade música solos de guitarra saxofone piano violino flauta improviso nariz de palhaço tinta no corpo apertos de mão afago cheiro no pescoço cafofo ternura cheiro de café livros cheiro de livros cheiro de grama cortada balões coloridos suco de laranja pão de queijo amigos portas abertas cama macia água lichia sexo vinho menos calor mais frio outono luz de fim de tarde fim de tarde folhas secas canto de pássaro de manhã mensagem bonicta no celular mensagem de bom dia bolinho de chuva um telefonema inesperado mãos saudades boas lua estrelas brilhantes dias nublados surpresas céu azul e brisa leve tranquilidade perfume cheiro de roupa limpa beijinho de esquimó borboletas beijo na testa mamão com aveia cookies árvores rede menos escadas dancinhas pelo corredor assobios leite puro e gelado sorvete cachoeira cinema pizza cerveja saúde feijão frango frito ovo frito bilhetes de amor caretas brincadeiras sensações bombons poesia conceitos concertos sentir pegar olhar chorar de alegria manhã madrugada canela banho sonhos gostosos sonhos engraçados amizade fotografia menos suor preto e branco conhecer novas pessoas outros mundos lirismo lanterna joaninhas preguiça ronronante licores massagem elogios neblina estrada praia conchas melão desenhos quadrinhos cifras acordes cafuné beijo na testa pétalas lambida de cachorro miados bolinhas sofá chuva chinelo xixi comida mexicana etimologia fliperama abajur maciez ouvir gotas esquentar o pé explodir viverCássia Oliveirahttp://www.blogger.com/profile/03262603806106454345noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4491958793863436474.post-13133988367598839812012-12-27T12:53:00.003-08:002012-12-27T12:53:30.315-08:00Parei num bar para esperar a chuva<div style="text-align: left;">
<i>Foi isso que mandei na mensagem pra ela enquanto descia a Brigadeiro. A chuva começou a cair forte, muito forte. O cano de esgoto de algum lugar estourou e então aquilo começou a descer avenida abaixo levando um cheiro de merda a água marrom e eu quase vomitando. Mas não é ainda disso que vou contar e sim como foi meu nascimento desse ano...na verdade nem vou contar disso.</i></div>
<div style="text-align: left;">
<i>Primeiro quero dizer que os vizinhos estão trepando muito aqui do lado e dá pra ouvir a cama tec tec t e c tectectectectectec bem rápido. Então dou um murro forte na parede. Silêncio.</i></div>
<div style="text-align: left;">
<i>Empaquei a foda. Foda-se, não trepo há muito tempo.</i></div>
<div style="text-align: left;">
<i>Espero mesmo que essa porra não fique comprida porque já fico com preguiça de escrever. Caso a preguiça domine, serei bem sucinta e talvez apenas cite os factos. Você não acha válido? Não acho nada.</i></div>
<br />
<b>Capítulo Um: Primeiro Semestre ou</b><br />
<b>amor-amaro</b><br />
<br />
Meu primeiro minuto de ano novo se bem me lembro foi com toda a família ou sozinha tentando achar a porra de um sinal de telefone pra ligar pra minha namorada no meio de um mato longe da cidade. Hoje me pesa um pouco lembrar disso por pensar que no meu primeiro minuto do ano que vem não vou precisar achar sinal pra ligar pra namorada. Mas ainda não chegamos nos dois fatos.<br />
Bem, passei numa chácara em Tatuí com toda a família, briguei com meu primo idiota.<br />
vou tentar escrever rápido, que to com preguiça de fazer retrospectiva embora me pareça importante.<br />
em janeiro fui viajar com o jeziel pra ubatuba. foi maravilhoso. andamos de caiaque, fomos prum bar gls muito ruim, emboa divertido, o Homem não apareceu na praia, vimos cachoeira, viajamos pra Paraty, paisagem maravilhosa tudo lindo que saudade.<br />
sítio da trumbs em janeiro ainda teve reencontro dos amigos do teatro, os iluminados, os que queimam queimam queimam.<br />
bebemos chá de um pequeno cogumelo com bosta de vaca, nenhum barato. ninguém levou a porra do cachimbinho. é claro que foi divertido larissa mijou nas costas do luiz, dançamos e ritualizamos e chorei e a energia é sempre maravilhosa. é algo vital pra mim, não sei se passaria o resto do ano com tanta energia se não fosse recuperá-las com essas pessoas. bem, amo vocês todos, e kaline, que não estava e zola que deu bolo.<br />
comecei um novo emprego - estágio - e conheci uma das pessoas mais especiais pra mim: Marlene. oh.<br />
no carnaval fui pra barra mansa com andrea, arielli e letícia. espetacular. filmamos nosso primeiro curta, com um texto meu "o gênese segundo a revolta de eva", direção de todos, kaline interpretando e joelhos de bianco aparecendo. (créditos pro bianco como mexedor de leite, que nada mais era do que água com maizena) ficou demais para nosso primeiro filme e ainda mais gravado em uma madrugada. detalhe: filmamos na casa da irmã do Bianco, que tinha ido viajar e bianco estava morrendo de medo de filmar lá por que a irmã dele agora é toda zen e seria uma heresia filmarmos algo com tanto pecado mortal. depois irmã dele viu e não gostou mesmo. risos. também tomamos banho de piscina na piscina de 1000L, tomei banho com o bianco igual crianças, conhecendo o pipi do amiguinho e a pombinha da amiguinha. risos risos risos. comemos a comida maravilhosa da Luzia, assistimos filmes, rimos, caminhamos váááários quilômetros pela beira da estrada, em meio a despachos e cachorros mortos, para chegar numa queda d'água contaminada por um lixão desativado. molhamos o pé. voltamos muito cansados. a galera saiu numa escola de samba de barra mansa, menos eu e andrea. foi demais. "quéde quéde quéde meu alacar?"<br />
março bibi veio pra cá. fomos ao motel com o carro emprestado da kelly. foi demais, tirando os pernilongos da suíte. foi a primeira vez dela no motel. hidromassagem. fomos ao show do chico buarque, chorei. jantamos num resuratente argentino com bom vinho e boa comida. meu coração explodia. corpo olhos pele calor amor paixão tudo explodia, como sempre.<br />
abril, contei pra minha mãe que namorava alguém do mato grosso. fui pro mato grosso. primeira vez que andei de avião. maneraço. o avião decolando e pousando é a melhor sensação. também gostei de viajar de noite, dava pra ver as luzes lá de cima, surreal surreal cheguei e ela me esperava no desembarque. nos abraçamos apertado. abafado aquele lugar, mas nem tanto. entrei no carro da amiga dela milena e karla. cheguei lá na casa dela ( um república com mais 12 meninas, parece uma chácara) e tinha toda um jantar pra nós. primeira vez que bebi stella artois gelada, divina. conheci o quarto dela, entreguei um quarto que pintei de nós duas nuas. ganhei uma das melhores festas de aniversário surpresa de todas. ela me enganou direitinho. chorei. desacreditei. tudo perfeito. que linda. marota. ordinária.<br />
fomos pra Chapada dos guimarães, uma das vistas mais lindas do mundo. antes disso esperamos o próximo ônibus na rodoviária pra lá. caia uma chuva torrencial. Bem, pegamos o ônibus e fomos. chegamos lá e estava tudo nublado, um friozinho, uma cidade bucólica com neblina e pessoas simpáticas. chegamos na pousada, deixamos nossas coisas. queríamos ter saído conhecer cachoeiras e mirantes. bem, no primeiro dia saímos jantar, e escolhemos um restaurante onde as mesas ficavam num lugar aberto do outro lado da rua, tinha música ao vivo, muita gente e poucos garçons. a comida demorou muito pra chegar, mas estava boa. não paguei, claro, a taxa de serviço. queria uma empada. muito manero, pq estava tendo encontro de motoclubes e então tinha feirinha e várias motos na praça principal e tinha show de bandas de rock. e então saímos dar uma volta pelas poucas ruas para poder fumar um cachimbinho que ganhamos de presente da amiga dela. fumamos e fomos pro show. era uma banda com uma menina vocalista, eu não me lembro o nome - já procurei e não achei, só sei que foi o "5ª Rock Night". Enfim, a menina mandava muuuuuuuuuito bem, mas tipo, muito bem, eles cantaram janis, ac dc, chucky berry e músicas deles. rimos e pulamos muito. voltamos pra pousada com uma garrafa de vinho, bêbadas e chapadas. rimos muito. " tá feliz?" "eu to feliz, você tá feliz?" HUAHuhauhauhauahuha. já era madrugada e então ouvimos alguem batendo na parede para que fizessemos silêncio. tomamos banho. bibi quebrou a garrafa de vinho quase inteira e esparramou pela cama e pelo chão e foi uma lambança. limpamos com a toalha branca da pousada. rindo. "tá feliz?". deitamos e foi um momento muito mágico transcedental que nossos corações se juntaram e bateram juntos por um momento como se tivessem se conhecido há muito tempo e voltado e se reencontrar. dormimos.<br />
no outro dia, era domingo, queríamos alugar bicicletas pra poder passear, finalmente, pelas paisagens dançantes e coloridas do cerrado brasileiro. bem, não havi lugar nenhum aberto nem ninguém que emprestasse alguma bicicleta. muito calor. muitas informações desnecessárias, até que uma boa alma nos indicou uma pousada, lá na entrada da cidade, que alugava bicicletas. fomos a pé. chegando lá uma mulher e sua filha atendiam na pousada e queriam nos alugar duas bicicletas por um preço muito caro, não lembro exatamente quanto. acho que 50 reais as duas "o seu cu" - pensei. só sei que a menina foi perguntar pro pai e o pai fez por 25 ou 30 reais as duas. (ah, o homem da casa, que absurdo). a mulher ficou sem graça, mas enfim, escolhemos as bicicletas e saímo ser felizes. "pra onde?" hhaahahaa. fomos pela estrada afora até o Morro dos Ventos, um mirante lindo demais demais demais chocante inacreditável. pousamos nossas bicicletas (a dela com cestinha fofa na frente) e fomos admirar a beleza mais beleza da natureza - perdoe-me a rima - e lá tinha um restaurante maravilhoso, mas nossa grana era curta e o tempo também - tiramos algumas fotos e compramos um sorvete. a neblina tomava conta da pequena estrada, filmei-a em sua bicicleta em preto e branco - cena de filme. bem, depois andamos mais alguns quilometros a frente para chegar em outro mirante, tão lindo quanto, terra bem vermelha, um trailer que vendia coisas, água de coco, muito bem. era um mar imenso de beleza, um cerrado infinito um calor de lascar o céu azul feito aquarela. caralho. estavamos muito cansadas e ainda tinha uma boa estrada pra pedalar. minha bunda já estava doendo muito. mas foi lindo. ela colocou músicas fofas no celular e o colocou na cestinha da frente e então tudo aquilo parecia mesmo filme, eu podia sentir todo nosso amor naquele calor escaldante penetrando nas músicas eu olhava pra ela e era linda demais nos seus óculos de aro vermelho, que graça. demoramos muito pra chegar, eu estava cansadérrima e ainda tínhamos que entregar as bicicletas, voltar pra pousada pegar nossas coisas e pegar ônibus pra voltar pra cuiabá. chegamos moídas.no meu ultimo dia fomos jantar fora num restaurante mexicano para comemorar meu aniversário. ah, como eu adoro comida mexicana, comi demais. angústia de última noite. manhã cedo eu iria embora. fui.<br />
são paulo de novo, toda sua selvageria, seus metros e pessoas e onibus cinza poluição, de volta a vida real.<br />
o facto é que eu já estava angustida com esse relação e não era nenhum segredo. então maio passou dolorido. se não fosse pelo melhor da vida de todos os tempos, o melhor presente de aniversário: o show do Roger Waters que eu ganhei da Andrea. Foi simplesmente surreal, chocante. foi um momento que pude estar com o meu pai e suas boas lembranças. o show foi do álbum The Wall, com projeções em um muro que dividia o Estádio do Morumbi no meio. A plateia toda estava em sintonia. choramos eu e mamãe andrea, saímos chocadas. budweiser. bem, o resto de maio foi nada de mais, tanto que não lembro muito de sua cara, maio. maio em branco em dor. carência. melancolia.<br />
junho. mais dores agudas com falta de ar e desesperança. ah, o tempo que brincava comigo. conosco. com todos. tempo de greve de professores. tempo de medo. indecisão. bem, ela veio pra cá. conheceu minha família, comeu o frango frito da minha mãe, andou de moto comigo. na verdade era terrível estar junto com ela e ao mesmo tempo muito muito distante anos-luz. é uma das coisas que mais me doeu na vida. não estamos dando certo. eu não conseguia levar isso sozinha. aliás, por duas pessoas. sozinha talvez eu conseguisse. uma semana ela ficou aqui. transamos uma vez. ela foi embora e nunca mais nos vimos.<br />
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<b>Capítulo Dois: Segundo Semestre ou</b><br />
<b>a desconstrução do eu</b><br />
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é. alguns dias péssimas. me dando ao lusho de chorar por tudo e mais um pouco de nada. oh, céos. bem, pelo menos a falta de ar melhorou, mas o coração com um buraco eterno. com o que preencher?<br />
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Vou primeiro reservar um capítulo em homenagem às minhas professoras da faculdade.<br />
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<b>Capítulo Reservado: As mestras</b><br />
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Bem, posso dizer de boca cheia (ou dedos cheios?) que esse ano foi o melhor que tive na faculdade. Descobertas. Começando com Maria Clara Paixão dando Sintaxe. Foi maravilhoso. Ela é muito foda, muito pirada, tem uns tiques nervosos, mas é um alívio quando aprendemos realmente alguma coisa sobre sintaxe que não aquelas merdas ordinárias que nos ensinavam na escola. Nunca aprendi na verdade. Teoria Gerativa, Chomsky. Manero manero. Isso no primeiro semestre.<br />
No segundo tive Léxico, com a Evani Viotti e foi, tipo, chupa a minha rola Pietroforte, você é um bosta. Aquela vaquerinha (a professora ganhou sse apelido depois de aparecer com um lenço amarrado no pescoço, claro que foi andrea quem deu esse nome) é fodida pra caralho. Trabalhamos com Ciência Cognitiva, Linguística Cognitiva e isso envolve outras áreas como a psicologia e, digo, até budismo. Destruiu. A caipora passou toda a bibliografia em inglês e por isso comecei a fazer aulas de inglês particular. Meu professor é um barato, gosto muito dele, passamos metade da aula rindo e eu quase cubro o prédio inteiro da Letras com minha risada. Acredite, ele é muito, mas muito engraçado. Combinamos de um dia jogar bingo. Risos.<br />
Enfim, a aula de Léxico foi fodida, aprendi umas coisas muito fodas, uns caras muito loucos que escrevem sobre mente incarnada. Você já viu uma mente andando sozinha por aí? Pois é. E outra: metáforas não são figuras de linguagem, digo, não são usadas apenas como recursos po´ticos, mas a língua é inteira feita de metáforas e isso se baseia no uso, na sociedade e na cultura a que estamos inseridos. Por exemplo, na cultura ocidental consideramos que o passado fica para trás, algo que já passou, não podemos mais ver, e o futuro está a nossa frente, algo que está por vir. Isso se chama cognição corporeada, mais ou menos como, nosso corpo é a base para como vemos o mundo. E há outras culturas que consideram o tempo/espaço diferente de nós, como os que falam a língua aimará, que consideram o passado como se estivesse a frente, porque já passamos por ele, portanto podemos vê-lo e o futuro está atrás e por isso não podemos vê-lo. Não é sensacional? Acho maravilhoso. Bem, fiquei com 5,5 nessa porra, mas me foi de grande valia.<br />
A última e não menos importante, talvez a que eu mais me apeguei, foi a matéria de Arte, Gênero e Sociedade, com a professora Ana Paula Cavalcanti Simioni. Ela é apaixonante. Me encantei por ela, como pessoa, como professora, como amiga. Bem, foi uma descoberta enorme: a mulher artista na História da Arte. Como, em toda minha vida, ou em 4 anos de faculdade, não conhecemos mulheres artistas, pintoras, escultoras, escritoras? Foi assim, fodido, eu entrava em êxtase toda quarta-feira e saía da aula perplexa e com muito tesão ao mesmo tempo ou, como diria Clarice, tímida e ousada ao mesmo tempo. Essa matéria me abriu um outro mundo, senti minha cabeça se expandindo, conheci Maria Martins, a melhor escultora brasileira de todos os tempos. A Ana ainda autografou meu livro, que na verdade é um livro dela se chama Profissão Artista: Mulheres pintoras e escultoras do século XIX, é alguma coisa assim. Ela me escreveu uma dedicatória linda que me fez abrir um sorriso enorme.<br />
Bem, aqui fica minha ode às mestras que marcaram, com certeza, minha formação tanto acadêmica como pessoal. E ainda aquelas que passaram por mim: Annie Gisele Fernandes de literatura portuguesa, Paola (aquela da voz gostosa) de literatura portuguesa também e claro, Eliane R. de Moraes, especialista em literatura erótica. Divinas. Deusas. Aqui fica meu: muito obrigado e minha homenagem para vocês.<br />
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<b>Voltando ao Capítulo II</b><br />
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Fiquei sozinha. Agora era preciso me preencher comigo mesma, me alimentar do meu amor, do meu carinho, da minha dedicação, da minha ilusão, da minha poesia, da minha tudo-que-você-imagina. No começo era bom, depois era um porre, depois era bom de novo. A questão era / é: me abrir para outras coisas, coisas novas, conhecer outros lados. Portas da percepção. Me conhecer das diferentes maneiras que posso ser/ estar. E assim foi.<br />
Conheci uma menina linda, de 17 anos, mais alta, ariana, batom vermelho, cara de modelete. Que coisa mais linda. Foi uma história engraçada que durou uma semana e terminou em 1 segundo depois que a mãe dela nos viu beijando. Por mais que ela soubesse, acho que, na mente dela, não é legal ver filha se atracando com uma menina nos fundos de um bar. Ela me deu um ultimo beijo e foi embora. Ainda a vi em alguma festa com a namorada dela, nada demais. Depois, adeus.<br />
Essa festa na verdade foi um bum BUM bum BUm uma explosão em mim. Demais, surreal. Conheci outra menina, oh céos, que beijava muito bem, tipo, muito bem. Pirou no meu sorriso. Mas não foi nada demais, nos vimos depois umas 2 vezes e não ns apegamos. Seria uma história interessante se eu tivesse ânimo de contá-la, mas fica o facto apenas.<br />
Nas férias trabalhei na casa de dois professores da USP, junto com a Nathália (antiga estagiária do Instituto do Mário de Andrade, risos, a qual eu entrei no lugar). Em 4 dias arrumamos a biblioteca (e que biblioteca, é de invejar, quando crescer quero uma biblioteca igual aquela). Pessoas lindas, ganhei um livro do Nabokov, oh, não o Lolita, ms outro. Nani escreveu um artigo, pra alguma universidade francesa, sobre Lolita. Me mandou, li, apaixonei. Meu livro preferido, com certeza.<br />
Jeziel estava de férias e passou uma semana em casa pra fazer o curso da Fátima Toledo. Levamos uma vida de casal, risos, ele fazia jantar pra nós e tomávamos vinho de noite e conversávamos e ríamos muito. Começamos a rir da descrição do vinho, que agora eu não me lembro, mas fiquei sem ar de tanto rir. <br />
Com o dinheiro que ganhei desse bico fui viajar pra Barra Mansa, de novo, sim, com o Jeziel. De lá fomos pra Ilha Grande, uma ilha que fica perto de Angra dos Reis. Pega-se uma balsa de lá e em 1 ou 2 horas de enjoo chegamos lá. Descobri o paraíso. É uma ilha onde não entra carro, na verdade é um vilarejo. Ficamos numa pousada de frente pro mar, e no café da manhã podíamos ver o sol reluzente com sua brisa fresca se expandindo e chegando aos nossos rostos e cabelos. De noite podia ouvir as ondas batendo, de leve, embalando o sono. Eu ainda ficava pensando na menina de 17 anos, que me largou pra começar a menina estranha (que vi com la na festa). Bem, tinha muito gringos na Ilha,, parecia até que teve uma excursão de juvenis vindo diretamente da França. Que meninas lindas. Na primeira noite que ficamos lá teve quermesse e quadrilha e barraquinhas com comida e forró e bandeirinhas coloridas em frente à capela. Eu moraria lá tranquilamente com uma câmera fotográfica, cachimbos e mulheres bonictas. Longe da grande civilização, dos medos urbanos, da vida regrada. No outro dia de manhã acordamos cedo para conhecer a ilha. A ilha na verdade tem dois pontos de estadia, a praia do Abrãão, onde todo mundo desembarca, e o outro lado, que não conhecemos, e é preciso ir de barco, claro que é pago, ou andar muitas horas até chegar lá, eu acho. Tínhamos um mapa das atrações como grutas e cachoeiras e outras praias e monumentos históricos. Fomos. 1 hora de caminhada subindo um puta de um morro, eu de chinelo de dedo, eu sempre me fodo de chinelo de dedo, o ar rarefeito lá no pico, pra chegar na Cachoeira da Feiticeira. Uma queda d'água desnecessária. Alguma pessoas já estavam lá, bem como uns rapazes fumando maconha e tocando violão. Olhei pra cara do Je e ele me olhou do tipo "não acredito que andando tudo isso pra chegar aqui", foi realmente um pouco decepcionante, mas com certeza, tudo vale a pena, e vale mais a pena quando estamos com pessoas queridas, grandes amigos, grandes amores. Depois descemos mais um pouco até chegar em outra praia, que, deduzo, não lembro direito, seja a praia da Feiticeira. Uma praia quase deserta, águas límpidas e calmas e azuis, alguns barcos ali pela frente e siris simpáticos. Nadamos um pouco, curtimos a vista e voltamos pra nossa caminhada, que agora, meu deus, seria mais foda. Meu pé já estava assado do chinelo, eu sempre me fodo de chinelo, e a subida era muito íngreme, estava muito sol e a trilha tinha muito mato, meu deus, nos ajude, que porra, mas vamos lá.<br />
Demoramos mais uma (ou 2 hora?) morrendo de fome e com muito calor, jeziel já estava irritado com sua fome de baiano e então sentamos num restaurante de esquina onde estava tendo uma roda de samba, o bom samba carioca, a nata da malandragem, oh, meu sorriso se abriu, mas jeziel ainda em seu mau humor de fome. Pedimos strogonoff de frango, sucos, olhamos o mar, a vista linda que me doía e o samba rolando solto o pandeiro o cavaquinho as vozes. Demorou pra chegar. Devoramos.<br />
Depois andamos para o outro lado da praia. O vilarejo tinha 2 ou 3 ruas. À noite fomos jantar num restaurante com o nome alguma coisa de areia, era o último da rua principal de frente pra praia. Era um restaurante muito agradável, as mesas ficava, na areia, na beira da praia, com lampiões iluminando os casais, oh, como eu adoro uma luz indireta, e tinha 2 homens tocando música, mpb, eles mandavam muito bem, muito bem, ainda era possível ver o píer iluminado, os barcos iluminados, era uma explosão de cores e sons e sabores, meu deus, como tudo isso é lindo. é claro que todo mundo pensava que éramos um casal, acho engraçado. No outro dia voltamos embora pra Barra Mansa, comprei um remédio pra enjoo pra voltar na balsa, e dormi o caminho todo. No começo ainda pude ver nos afastando da ilha e o bando de pássaros rodeando os cardumes de peixe e de repente um ou dois pássaros do bando mergulhavam no mar e voltavam com um peixe na boca, meus senhores, quanta maravilha. depois dormi. havia apenas 2 orários de balsa pra ir e voltar da ilha, saímos às 10h ou 10h15 não me lembro muito bem. O caminho de volta, de carro, era lindo, mas eu estava babando devido o remédio pra ânsia, que na verdade é pra dormir.<br />
Acho que era uma segunda-feira. Tínhamos combinado - eu, bianco, kaline, danilo e jeziel - de irmos pra Carlos Euler, novamente, um vilarejo que fica em Minas Gerais, bem na divisa Minas - Rio. Pegamos o carro e partimos, alegres e contentes, meu coração explodindo de amor e alegria, era tudo o que queria, estar com pessoas amadas em lugares maravilhosos, na verdade em qualquer lugar, é sempre maravilhoso. Passamos num mercado e compramos comida.Seguimos a viagem no bom e velho Petrúquio - carro do Je. A estrada era uma graça, montes ao redor, um rio, estrada de terra, casinhas simpáticas na beira da estrada. Bem, chegando em Carlos Euler, paramos na casa da avó do Danilo para pegar a chave da casa onde ficaríamos. Carlos Euler tem uma rua, umas 20 casas, uma vendinha, um orelhão, uma igreja em construção e uma linha do trem que passa em cima dessa rua, e ainda uma subestação de trem abadonada. Em volta disso tem montes lindos um céu maravilhoso e as pessoas são simples e simpáticas. As casas são antigas, simples e lindas. A casa que ficamos tinha um chão de madeira, um fogão de lenha, quintal de terra com uma árvore (uma mangueira, eu acho) enorme. De noite fazíamos fogueira e tocávamos violão, estrelas, fumaça, amor. Era perfeito. Também nadamos num riozinho, digo, só o bianco e o danilo entraram, a água estava congelante. E caminhamos até uma cachoeira enorme maravilhosa, e como não era época de calor, só tinha a gente lá. Fotografei a Kaline naquela maravilha esplendorosa e também fotografamos na subestação abandonada e na linha do trem. Como sempre, meus modelos sempre arrasam na foto. É muito tesão fotografar. Os dias em Carlos Euler foram perfeitos. Bianco musicou minha letra e pudemos filmar. Está no youtube, se chama <i>Miragem</i>.<br />
Voltamos pra São Paulo, deixei minhas coisas no apartamento e voltamos pra Tatuí. Dirigi de São Paulo a Tatuí, de madrugada, ouvindo música. O Jeziel dormia feito um bebê. Aprendi a colocar a 5ª marcha.<br />
Depois as aulas voltaram, voltei a trabalhar de novo e tive que carregar um monte de caixa pra mudar a porra do Arquivo de sala. Mas já passou, não quero escreve sobre isso.<br />
Bianco e Zola ficaram em casa no feriado do dia das crianças, saímos, bebemos, fumamos muito, rimos demais, tocamos, vimos muitas peças, fomos pra Bienal, comemos muito Subway. Também vimos uma peça de cegos, atores cegos, e a platéia inteira no escuro, dava muita agonia não ver nada. Foi uma grande experiência. <br />
Bem, eu continuei minha viagem de me libertar de mim mesma, desconstruir-me. E realmente foi/ está sendo sensacional. Quando permitimo-nos as coisas acontecem. Conheci pessoas maravilhosas que talvez eu não conhecesse se não me permitisse a isso.<br />
Conheci a Amanda, vulgo Provolone, vulgo cão. Ah, menina, você me arranca ótimas risadas. Tenho uma imenso carinho por você, cãozinho, te por num potinho e a gente vai rir eternamente. Com certeza foi um grande prazer te conhecer esse ano. Obrigada.<br />
Em uma de minhas noites 'vou sair sem muito rumo', mandei mensagem pra babi ver se ela podia me arranjar um ótimo e saboroso cachimbinho. Eu já estava no ônibus, bêbada de vinho e cerveja que bebi sozinha no meu quarto ouvindo pink floyd e vendo vídeos do bukowski, e então desci na paulista e caminhei até a baixa augusta pra ir na casa dela, na verdade eu tinha uma festa de aniversário em algum bar perto da Rui Barbosa, era só eu pegar o negócio com a babi e ia pra lá, talvez ela fosse comigo, cheguei lá e estava ela e uma moça sentada assim na mesa da sala 'essa é a carol a nova moradora', ah, 'olá, carol, prazer' nos cumprimentamos fui ao banheiro pensando que a babi poderia ir comigo no aniversário da minha amiga, na verdade eu não conhecia mais ninguém a não ser elas, aline e gisele, então sai do banheiro 'babi, ou você vai comigo no aniversário ou numa festa triplamente sapatão', ela me olhou com uma cara estranha e engraçada e disse que poderia pensar no caso, mas que elas iam ver uma peça à meia noite, na praça Roosevelt e talvez depois a Carol quisesse ir pralguma festa não sei do quê nem de quem. No fim acabei ficando por lá, o Dom chegou com nossa alegria, fumamos e conversamos muito. O facto é que me encantei por essa menina, a nova moradora, e passei a chamá-la de marina, dispenso comentários. linda maravilhosa encantadora . Parece que eu a conheci há muito tempo e nos encontramos de novo, sem saber que nos encontramos há muito tempo em algum lugar, são coisas inexplicáveis que acontecem. marina, mas gosto mais de carol. gostaria de saber sobre suas cicatrizes. gosto muito de você, teresa. <br />
bem, resumindo os factos, que já estou quase no final do ano e com pouca paciência de escrever tudo e ainda mais descrever.<br />
fiz estágio de licenciatura, a desilusão da vida.<br />
viagem de novo pra barra mansa e dessa vez foi o auge da surrealidade e do prazer e da arte. eu e bianco improvisamos muito no violão e piano e flauta. não filmamos nada. tirei fotos lindas da kaline, parecendo filme.<br />
comprei uma flauta de bambu. não sei tocar, mas tenho uma flauta de 4 furos de bambu.<br />
passei em todas as matérias, dancei muito na festa de confraternização do trabalho, blablablablabla<br />
passei o natal na minha tia em são paulo e saímos entregar cestas de natal para os moradores de rua. um cara chorou de emoção ao ganhar a cesta. foi lindo e comovente.ganhei um videogame e um perfume. comprei livros, muitos. descobri bukowski esse ano. dolorido, mas foda.<br />
e agora estou no meu quarto com muito calor. larissa está deitada na minha cama me olhando com cara de sono depois de dormir uma hora largada e com micose nos pés. andrea foi fazer mochilão pela américa latina, vou sentir falta dela, espero que ela me mande postais. carol me convidou para passar as férias com ela e com a babi (talvez a babi nem saiba disso), eu queria mesmo, fazer minhas viagens de motocicleta, ia ser lindo passar uns dias com ela, com sua beleza e fotografá-la. e também rir muito com a babi e quem sabe não vejo a outra carol. <br />
afinal, meu ano foi maravilhoso. não sei ainda quem eu sou. sou tudo ao mesmo tempo e de repente, nada. a felicidade é compartilhar, é estar junto das pessoas que gostamos e trocar amores e carinhos e arte e música. também gosto de estar sozinha, minhas maneiras de ser. choro sozinha e tenho saudades da bibi, mas entendo que ela não queira falar comigo. aliás, não entendo na verdade. só acho triste nos afastarmos assim, muito de mim era dela, então uma parte fica assim, faltando, meio oscilando na embocadura, entre outras partes que perdemos no meio do caminho, e o maravilhoso é isso, se perder e se achar de novo de outro jeito, com outras cores, e se sentir feliz e triste, e com fome, e com calor e ver tudo de outras maneiras. nunca preenchemos o vazio de dentro de nós. se preenchido, morremos, de tédio, morremos da vida, entramos na monotonia, embora eu queira a sorte de um amor tranquilo.<br />
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<br />Cássia Oliveirahttp://www.blogger.com/profile/03262603806106454345noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4491958793863436474.post-9043257251389057882012-12-25T20:23:00.004-08:002012-12-25T20:23:53.339-08:00tipo. essa retrospectiva tá ficando muito grande que tá me dando preguiça de escrever nos mínimos detalhes, por mais que eu ache muito importante. forças, dioniso, forçasCássia Oliveirahttp://www.blogger.com/profile/03262603806106454345noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4491958793863436474.post-81947824922487032162012-12-24T21:02:00.001-08:002012-12-24T21:02:24.112-08:00Como é louco ver as pequenas coisas se encaixando em momentos tão distantes. Duas peças que se encaixam e se encontram depois. Em qualquer coisa da vida.<br />
Como é louco se ler depois de tanto tempo. Vida louca vida, vida breve.<br />
Continuo com as mesmas perguntas, a mesma carência, a mesma esperança, as mesmas dúvidas, os mesmos desejos, talvez de uma maneira um pouco diferente.<br />
As vezes me dá uma vontade de chorar e choro baixinho com medo de eu mesma me ouvir, depois percebo que não é mal chorar, é bom, me conforta de certa maneira. e é chorar por nada, por dores pequenas que levamos sempre com muito cuidado pela vida. as vezes um desconforto (gástrico?), às vezes uma preguiça da vida e das coisas e das pessoas.<br />
fim de ano é uma desgraça. não consigo conceber muitas coisas. queria tanto um abraço sincero tanto um beijo carinhoso um afago um olhar quente<br />
mas parece que tudo escorre com essa chuva de verão, estamos todos líquidos escorrendo pelo ralo e bueiro ou entupidos por cabelos. paramos no nosso próprio lixo sentimental e nos enchemos com lama e urina de ratos enquanto deveríamos nos encher de amor e alegria e poesia e por do sol e música e cores e abraços homéricos. onde é que há amor nesse mundo? cadê nossos olhares?<br />
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"pra poesia que a gente não vive transformar o tédio em melodia"<br />
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sabe, não há nada a se saber<br />
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<br />Cássia Oliveirahttp://www.blogger.com/profile/03262603806106454345noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4491958793863436474.post-31792205460548595012012-12-24T15:18:00.000-08:002012-12-24T15:18:07.882-08:00então é natal<br />
ok<br />
fico pensando: tipo, todo ano, até eu morrer, vai ter natal.<br />
ou pior, todo mes, até eu morrer (ou um pouco antes), eu vou menstruar<br />
<br />Cássia Oliveirahttp://www.blogger.com/profile/03262603806106454345noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4491958793863436474.post-7025724261522391422012-12-21T20:25:00.001-08:002012-12-21T20:25:19.166-08:00ah, não, eu só atraio gente que é cilada<br />
é uma armadilha<br />
bino<br />
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que punhetagem da porra<br />
<br />Cássia Oliveirahttp://www.blogger.com/profile/03262603806106454345noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4491958793863436474.post-53247182559643411102012-12-21T20:12:00.000-08:002012-12-24T08:24:32.274-08:00a verdade é: todo mundo tem um grande segredo que não é segredo mas que me incomoda profundamente<br />
cegamente<br />
sem mais nem menosCássia Oliveirahttp://www.blogger.com/profile/03262603806106454345noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4491958793863436474.post-12694743761518153152012-12-21T20:08:00.001-08:002012-12-21T20:08:01.366-08:00somos todos tãããããããããããããããão carentes<br />
<br />Cássia Oliveirahttp://www.blogger.com/profile/03262603806106454345noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4491958793863436474.post-82013307361485463902012-12-21T20:05:00.002-08:002012-12-21T20:05:12.934-08:00pessimismo nível: eu posso ter todas as chances possíveis, mas aquela 0,00000001 de não acontecer vai acontecerCássia Oliveirahttp://www.blogger.com/profile/03262603806106454345noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4491958793863436474.post-27701620048599638132012-12-21T12:59:00.001-08:002012-12-21T12:59:51.895-08:00Com boa vontade tudo fica expressivo, mi amor!Cássia Oliveirahttp://www.blogger.com/profile/03262603806106454345noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4491958793863436474.post-26768459165044732792012-12-19T21:23:00.000-08:002012-12-19T21:23:01.406-08:00eu me apaixonaria por todas<br />
essas atrizes<br />
como são lindas essas moças<br />
que eu fico quase<br />
babando<br />
só não babo tanto porque tento disfarçar<br />
mas<br />
ah!<br />
quantos suspiros por vocês<br />
quantas paixões<br />
e desejos<br />
<br />
meus beijos<br />
<br />Cássia Oliveirahttp://www.blogger.com/profile/03262603806106454345noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4491958793863436474.post-14334694679946960192012-12-18T09:16:00.002-08:002012-12-18T10:03:40.211-08:00Proibido passear sentimentosescrevendo roteiros para filmes do Almodôvar <br />
se passa na minha casa<br />
estou sentada no chão do meu quarto encostada na parede vermelha com uma pintura do Toulouse Lautrec e uma do Picasso, estou de frente pra janela e entra uma luz de fim de tarde cinza e nublada mas ainda um sol tímido querendo se despontar, estou no computador fazendo qualquer coisa, está tocando Justice. <br />
Alguém abre a porta da sala e penso ser ou a Arielli ou a Thaís. Olho de soslaio, ninguém apareceu ainda, volto a olhar o pc e de repente uma figura na porta, com se tivesse aparecido de repente, é a Leila em sua blusinha branca tão bonicta e uma calça jeans e um tênis de neve. Ela pára me olha e se ajoelha no chão em prantos e me abraça. Nos abraçamos então meio sem jeito, ela quente e suada, encosto o meu nariz no seu pescoço, quente e suado, mas está gostoso e aconchegante, ela chora chora chora, enquanto rola um eletrônico moderno do Justice. Ela chora mais.<br />
- não consigo, bi, não consigo esquecer o Dan<br />
e chora mais chora mais<br />
eu fico quieta, silenciosa, ouvindo suas lágrimas, eu nunca tinha visto ela desse jeito, quebrada pelo seu próprio coração, ah, o amor, ah a paixão, diria Drummond:<br />
por que amou?<br />
por que amou se sabia<br />
proibido passear sentimentos<br />
ternos e desesperados<br />
<br />
até hoje me pergunto isso. mas amamos, continuamos na amargura imensa de amar e desamar (talvez). <br />
<br />
mas ela chorava, eu quieta. <br />
- eu preciso ir logo pegar o ônibus das 9. nem sei se vai dar tempo..<br />
era um monólogo imenso pela sala. ela arrumava as coisas dela que estavam em casa, chorando, ela e as coisas, enquanto eu via algumas partes do seu corpo passando pela moldura da porta, suas pernas agachadas, seus pés desesperados, seu choro soluçando. <br />
- não dá mais, não sei o que fazer, ele não gosta mais de mim, ele me disse isso, e eu? porque eu faço isso comigo mesma? talvez eu seja masoquista, não sei. queria saber. <br />
as palavras brotavam da boca dela em momentos exactos. tudo ali era exacto: as falas numa entonação perfeita, o movimento do corpo, os olhos, a luz do fim de tarde entrando pela janela escurecendo, a luz do computador, a luz da sala, a música ainda rolando, tudo se encaixou perfeitamente. meu corpo estava gelado. e eu ainda quieta, suspirando, tentando não sentir a dor dela, mas era impossível. tentei pensar em outra coisa, entrar na música, mas não tinha como, era um espetáculo ao vivo e único, nunca mais, nunca mais ninguém vai ver isso... infelizmente.<br />
e então, depois do monólogo da sala que eu não me lembro, ela entrou no quarto, esbaforida, triste, sentou no canto da cama, acolheu seu cotovelo no joelho e segurou o rosto com as mãos, reparem na luz da janela, era sensacional, e então ela começava de novo:<br />
- até quando isso, bi? não sei mais o que fazer, vou trocar o chip do celular, não vou mais atender. ele só brinca comigo. vê se pode, de manhã me liga falando que me ama que sou a mulher da vida dele que ele não quer nunca me perder, tudo bem, eu atendi sem querer o telefone, era de madrugada, ele me disse isso, depois de noite tudo ao contrário, como se fosse outra pessoa, disse que não me queria mais...<br />
- ai, bi. - finalmente falei alguma coisa, entalada na garganta<br />
ela chorava na beirada da cama.<br />
- leila, a gente já conversou sobre isso..<br />
e então saia desesperada pra sala<br />
- preciso ir logo, será que dá tempo de pegar o ônibus das 9 pra tatuí? senão só às 11. já sei, vou agora pra passar numa casa de câmbio, até agora não troquei esse dinheiro, você sabe onde tem uma casa de câmbio?<br />
- nem faço ideia<br />
- eu queria ir amanhã cedo pra Capivari.<br />
e então começava de novo o monólogo e eu falava<br />
- leila, já conversamos sobre isso.<br />
- conversamos o que, bi?<br />
- sobre isso, sobre você escolher ficar mal com isso. <br />
- mas como, bi? como? não escolho me apaixonar de novo pela mesma pessoa.<br />
- mas você escolhe, sabendo da situação, ficar mal ou não.. tá tá, eu sei que é foda, mas já é um grande passo<br />
- não consigo, não consigo, você fala como se fosse muito fácil<br />
- eu sei que não, mas...<br />
<br />
oh, ninguém nunca me entendeu, na verdade de tudo. lá no fundo. talvez 1 ou 2 pessoas tenham captado toda minha filosofia de vida e amores e como sobreviver a cada dia e reinventar nossa própria existência a cada minuto. eu só tento me desconstruir e construir de novo enquanto as pessoas só tentam reconstruir sem quebrar nada, mas quando dão por si já estão em cacos quebrados e nada era do que elas pensavam. e nunca vai ser até o momento que você tiver a consciência que sua felicidade só depende de você e não de outra pessoa. as vidas se cruzam e os olhares e os amores e os desejos e se descruzam na mesma intensidade. mas ninguém nunca me entendeu, eu sei, eu sinto, é o modo como as pessoas me olham e pensam: oh, como ela é inocente, se tivesse a cabeça na realidade, mas é cheia desses papos idiotas e filosofia barata e essa porcaria toda aí. é assim, mas, o que fazer? eu tento dizer, cada um tem seu caminho traçado por si só. alguns descobrem outras maneiras. eu continuava imaginando as câmeras naquela cena, onde estariam? porque foi permitido só a mim presenciar isso? Leila.<br />
<br />
- você viu minha bota nova?<br />
- vi, maneraça.<br />
- é bota de neve, impermeável. tomei chuva com ela e meu pé está seco.<br />
- uau. quanto você pagou?<br />
- 290 reais<br />
- bem, pelo menos você vai ter o pé quente e seco<br />
<br />
então ela voltava no assunto. e eu voltava a falar.<br />
- leila, já falamos sobre isso. ninguém nunca morreu de amor<br />
- ah não?<br />
- não. <br />
- e as pessoas que se matam por amor?<br />
- burras. se matam porque querem, não por amor.<br />
- claro que não, e depressão, bi? você acha que é porque a pessoa quer?<br />
- eu sei que é foda, mas poderíamos nos esforçar e tomar consciência disso.<br />
- as pessoas se matam por amor<br />
- enfim<br />
- enfim, não sou dessas que se matam, não vou me jogar da janela<br />
- menos mal<br />
<br />
daqui a pouco silêncio. ela ia voltava, sala, meu quarto, cozinha. o celular tocou... era o Dan<br />
ela ficou encostada na parede do lado da geladeira falando com ele, já tinha parado de chorar, mas a dor pesava, eu podia sentir na voz. porque ela ainda atendia o telefone? ou alimentava isso? porque não era sincera com ele ou com ela mesma?<br />
coloquei água na panela para fazer um miojo. não ouvia mais o que eles falavam. começou a tocar outra coisa com saxofone então eu fingia que tocava saxofone no ar. ela me ignorava, ela acha que zombo a cara dela por tudo isso, mas no fundo estou brincando com nós mesmos e nosso luxo de se dar ao luxo de chorar por amor/paixão. eu me dou ao luxo de chorar por tudo e ficar muito mal, só pra depois tentar ver tudo de novo com outros olhos, no final, não é o fim do mundo, nem de nossas vidas.<br />
comi o miojo delicioso, um gênio quem inventou o miojo, não pelos seus fins, me falaram uma vez que o miojo foi inventado na primeira ou segunda guerra mundial e era o que os soldados comiam, por ser fácil de preparar. guerra ao idiotas.<br />
depois não me lembro muito o que aconteceu. ela atendia e desligava o telefone a todo momento. brigava com ele<br />
- porque você desligou na minha cara?<br />
- eu não desliguei na sua cara - imagino que ele tenha respondido isso<br />
- desligou sim, Dan, desligou pra falar tchau pro seu amigo<br />
<br />
abri a geladeira e tomei gole de suco de pêssego com soja de caixinha. olhei e tinha dois tomates vermelhos na geladeira. coloquei os dois tomates bem vermelhos em cima do filtro de barro. como eles são lindos e vermelhos. como eles ficam mais lindos em primeiro plano e os azulejos azul e branco da cozinha ficam perfeitos de fundo. fotografei os tomates.depois ela apareceu na minha porta me dando amêndoas num saquinho rosa bebê delicado. <br />
<br />
- nossa, essas amêndoas são divinas.<br />
- boas, neh? são caras<br />
- muito boas, hmmmm - respondi com a boca cheia de amêndoas<br />
<br />
então ela arrumou as coisas.<br />
<br />
- você vai pra Tatuí?<br />
- não, vou encontrar o Dan.<br />
<br />
olhei com uma cara de 'porra, tudo isso e você vai encontrar com ele..." tudo bem, você sabe o que faz. pensei. <br />
então nos despedidos com abraços longos e fortes. o pescoço dela continuava quente, mas já não estava suado.<br />
<br />
- boa viagem. não esquece meus chocolates suíços.<br />
- não vou esquecer. se cuida, bi.<br />
- te amo<br />
- te amo<br />
<br />
e nos abraçamos mais. então ela foi embora sem trancar a porta.Cássia Oliveirahttp://www.blogger.com/profile/03262603806106454345noreply@blogger.com2