sábado, 31 de maio de 2008

Cássia real momentâneo

Pela primeira vez na minha vida eu senti a realidade nua e crua. Por favor,meus senhores,entendam "realidade nua e crua" não como algo cruel e capitalista,mas um sentido de realidade natural. Digo isso ao facto de que,eu,sem noção e distorção alguma de meu psicológico seja ele amoroso,social ou político,pude sentir os outros,sem exagero ou pensamento algum para tal entendimento.
Andei pelo campinho de futebol alheia de qualquer fato interno. Só senti o frio e a maciez da grama (maciez da grama eu digo agora,porque ela só é grama) . E nem pensei,como antes eu muito pensava,em amores imaginários e situações que pudessem acontecer.Foi realmente um momento muito bom comigo e com terceiros.Eu estou feliz,eu descubro as coisas,eu amadureço querendo ou não. É assim.
Recebi elogios que me foram mui gratificantes.
Segue aqui alguns deles:

" Nossa,eu nem te reconheci,como você está diferente,está linda"
" Cássia,como você está linda"
" ...não sei,te achei mais mulher,mais madura..."
" ...você está a cara do seu pai...não sei (pausa olhando pra mim) os olhos,a simpatia é igualzinho dele"
" ...você está parecendo aquelas mulheres americanas" ( isso foi cômico)
" Hmmm...tá linda,hein"

Etecetera. Preciso dizer mais? Ah,nada como elogios para colocarem sua autoestima lááá em cima como balões de gás hélio.
Cássia criança.Cássia crescendo. Cássia crescida.Cássia nostálgica. Cássia madura. Cássia mulher.

Cássia Cássia Cássia.

Cás-si-a. Um assobio no vão do dente.Cááááásssia (num tom cansativo)

É esse o processo vital.
-Por favor,não fumem.
Fumar causa impotência sexual...e eu odeio cigarro.
Fumar causa câncer de pulmão... até em fumantes passivos.

A Cássia odeia cigarros.

Qualquer lado

"Eu to pedindo a tua mão,me leve para qualquer lado.Só um pouquinho de proteção ao maior abandonado"

Grande Cazuza. No momento estou escutando esta música mesmo. Mas uma frase muito louca que eu admiro em uma música dele é: " Eu vou forrar as paredes do meu quarto de miséria com manchetes de jornal para ver que não é nada sério"
Magnífico. Bem,não tenho um objetivo grande ao apresentar essa frase,talvez não tenha uma opinião formada sobre ela. Mas por um lado,ela é tocante. Vejo isso como,hoje nos preocupamos com um determinado fato,mas amanhã isso já será esquecido e é insignificante. Estamos sempre procurando algo para falar,para comentar e nos preocupar,mas tudo não passa de bobagem para passarmos o tempo. Passar o tempo.

Qualquer lado que fosse. Um lado. Triângulo.

A essência das coisas se perde pelo todo. Bem isso é muito mais do que eu imagino,mas é tão simples,na sua essência,como dar um beijo na bochecha de alguém amado.

Qualquer lado que seja,meus senhores. Só é preciso um pouco de proteção. Compreensão,quem sabe. E um pouquinho do braço!

Minha mente não está tão distorcida hoje. Meus olhos apenas distorcem de sono. Minha prima casará hoje e digo,assim,na minha sinceridade mórida infantil que não estou afim de ire poderia ficar dormindo em casa,ou assistindo algum filme. Casamento. Não gosto de cadamentos.São de todo muito cansativos. Selamento.
"Pode beijar a noiva" .Esse é o selamento do matrimônio. Assim como na Idade Média,os nobres,depois de jurarem fidelidade para com seu senhor pousando a mão sobre a Bíblia,eles selavam o compromisso com um beijo na boca. É sim... homem com homem. Mas bem,essa essência prorrogou para o matrimônio homem e mulher.
Aliás,falando em Iedade Média e Igreja. A Igreja nunca condenou o ato sexual (nem entre padres - mas isso eu preciso confirmar). O que ela condena é o prazer.Ou seja,se você tiver prazer num ato sexual,você estará pecando.É, pois é.

O casamento,voltando.Deixem-me aqui em casa. Acho que escrevi demais. Demais mesmo..meus olhos estão caindo,como se jogassem carrinhos de areia nele(igual uma vez eu vi num desenho da Disney,do Pluto).

Independente do ado que eu sentar na Igreja,os noivos se casarão.
Mas dependendo do lado que eu sentasse numa assembléia,lá nas époas de Revoluçao Frances,eu poderia ser uma jacobina ou uma girondina. Mentira, mulher nem participava de política.

terça-feira, 27 de maio de 2008

Na sombra dançando

E pairamos e bailamos
nas escadas dançando
o tango e valsa na nuvem
de tropeços e cores
pintamos
aguamos
o salto de ponta
a ponte de sopa
a roupa de sapo
pulando e olhando
os pés de gesso
delicados
valsando na praça
de alegria e extase
e calor
de dias quentes
ensolarado
acalorado
pingando gotas e gotas
de água salgada
amarga no doce da dança
de onça pintada
valsando no teto
iluminado
projetando as sombras.
As sombras
As sombras...
as
sombras.

sábado, 17 de maio de 2008

Symphony n° 6 - Pastoral

Choro,choro tanto no meu íntimo conturbado e saudosista.
Essa é a sinfonia que ele mais gostava,ou ainda gosta, E ouvíamos Tchaikovsky e Beethoven e Mozart,deitados sobre a cama dele.
Cinco meses,meus senhores. Não foram de todo tão intensos,mas foram simples e cativantes. Digno de um romance. Um conto de fadas. O príncipe e a princesa nos pinheiros iluminados com o sol do entardecer. O som desses violinos são deveras muito encantadores. Eu disse a ele que aindqa preferia a Nona e a Quinta...porque na verdade eu ainda não conhecia direito a Pastoral mas,posso ouvir agora,num pensamento mais amplo e passivo de que ela é reamente bonita,bem diferente da violência e tempestade das ouras.Um final. Foi um final feliz de alguma forma.
Foi,foi sim. Tinha que ser assim.
Não sei porque estou chorando,aos prantos mesmo,como se fosse tão triste. Mas não foi triste,meus senhores. Foi lindo,lindo lindo e ele me olhando com os olhos mais sinceros e bonictos que só ele tem e me olha. O abraço aconchegante com o cheiro do perfume que dei para ele. Mas estou chorando por que foi muito bom os cinco meses que vivemosjuntos,porque,lembrando assim,em flashes,vejo que minha vida com ele parecia um filme. E como todo filme ou romance que se preze,a mocinha não fica com o mocinho no final para dar um ar dramático e incômodo. Comovente.
Escrevo agora,em lembranças doces e digo,na minha angústia e medo de criança que ele me foi o maior dos homens (depois do meu pai,é claro). E é ainda,o mais doce e encanatdor,com seus gostos refinados,seus cílios grandes de homem e seu cavalheirismo sem igual.
Queria escrever um texto digno de lê-lo.
Paulo,perdoe-me. Tinha de ser assim ( ou não),mas meus pensamentos e atitudes não correspondiam com os seus e eu me sentia tão mal de não poder retribuir tão carinho e amor,mas ficava feliz de vê-lo feliz em me ver.
Guardo com imenso carinho nossos momentos e risadas e conversas.
Continuarei ouvindo a Pastoral e lembrarei-me de você. Apreciarei melhor cada nota do violino.
Aprecio cada sorriso seu,por você ser um menino tão maduro e belo.
Aprecio sua sinceridade e compreensão. Aprecio por gostar de mim tão infantil e ridícula que sou.

Beethoven - Pastoral.

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Cuidado,Constanco.

Maio de 2008. Logo logo meu blog faz um ano.
Um ano,meus senhores leitores invisíveis.


"Cuidado com o casamento" . Uma frase escrita num bilhetinho amarelo com colante atrás,antecedido de um e-mail: paty_constanco . Patrícia Constanco? Quem será essa ? Uma atendedora de loja? Telefonista? Mulher da vida? Patrícia Constanco parece nome de arquiteta.
É um bonito nome.

" Cuidado com o casamento Patrícia" - uma voz fala pra ela num eco de tormento. Seria ela uma adúltera? Adulta. Ca-sa-men-to. Menta. Ento. Guento. E a Patrícia Constanco deve ser mulher do Márcio Constanco,ou do Márcio Coelho,pois o sobrenome é dela mesmo e ainda não casou. Então ficaria Patrícia Coelho Constanco. A cerimônia (de amônia) seria numa igreja tradicional,pois a família dele é católica ferrada,conservadora..mas ela,ela não,o que vier estáótimo,nada importa,divertindo-se,pode ser qualque lugar. Vai ver ela nem quer casar.
"Cuidado com o casamento" - Uma voz fala pra ela,mas num sentido terrorista. Como se alguém a ameaçasse. " Vai se casar? Então cuidado,que eu posso estragar num piscar de olhos" . Uma terceira pessoa terrorista.Bem,ou um tecreiro gatilho...pode ser natural como um incêndio,uma chuva diabólica. Sei lá. Só sei que Patrícia vai se casar(se é que já não casou). O horário da cerimônia estava marcado para 19:00 h.

Patrícia Constanco & Márcio Coelho
Convidam-no para a cerimônia que se realizará no dia tal de mês tal do ano 1999.
Mil novecentos e noventa e nove?Eu só tinha míseros nove anos e a Patrícia ingrata casou-se com um rapaz rico e idiota. E os pais dela? Soube,por fontes duvidosas,que a frase mais conhecida dess nossa história - "Cuidado com o casamento" - foi dita,entre quatro paredes,enquanto a Patrícia (vulgo paty) colocava seu vestido de noiva apertado nas costas,por ninguém mais ninguém menos que sua progenitora. Sim,aquela que a concebeu. Lívia Constanco é o nome dela,a mãe. Filha da mãe.
Bem. Não sei como esse bilhete veio parar aqui. Assim,amarelinho ainda,num papelzinho feio,mas agradável. Patrícia é,com certeza uma mulher da vida. A mãe dela é uma perua ricassa. A filha uma puta de luxo. O Márcio,coitado,mais Coelho do que nunca... teve várias amantes e consequentemente muitos filhos. A puta de luxo vive em algum lugar do Rio de Janeiro ou de São Paulo,não sei direito.E a frase tão enigmática que se segue,será uma dúvida para todos nós(ou não). Quem a disse?
- Cuidado com o casamento.
Era a primeira filho do Márcio Coelho,a Juliana,que encontrou o pai na cama com a avó. Sim,a Lívia Constanco.

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Vou dormir

As lágrimas no lenço
de quando se parte ou se fica
pára de súbito no rosto
e expõe a ferida
ferida
fe-ri-da

Minha querida,já se foi.
Fique aqui,sorria pra mim
Hey,você....você mesmo,
por favor,
não me deixe achar o contrário.

Acabou
Tenho que dormir.
Dormindo .
É,está frio e deito sozinha na minha cama
tossindo e tossindo num súbito de dor
a garganta rouca
o nariz gelado.

Um frio silencioso na noite silenciosa.

Quem tem medo de Cassie Oliver?

Eu. Eu tenho.
Virginia Wolf tem medo de Cassie Oliver. Quem tem medo? E o lobo mau?

Parece estranho,mas às vezes parecemos sair de nosso corpo e ver assim,fora de sonhos e dentro da realidade que somos pessoas deveras engraçadas. Tragicomédia eu diria.

Breve diálogo.
- Chico Buarque é o homem mais desejado no meu ver. Amo o Chico.
- Hm,não gosto muito.
- Como não? Chico Buarque - Eu te amo - Gota D'água- Geni - Construção
- Prefiro Latino.
- Tudo bem. Eu respiro o mesmo ar que você e acho que nem estudo o suficiente para passar no vestibular.
- Pois é.
- É mesmo,em relação ao ar,somos todos iguais.


E agora,José? E agora,Virginia?
Todo um caldo interior borbulhando. A falta de poesia dento de mim. Espero você. Espero-te,mas não demora muito que cansa. Está um frio nesse outono e te esperar sem nenhuma razão me faz pensar que a cada dia emburreço mais e vivo menos. Veeeeeeeeenha poesia.
Venham palavras reinantes.

Quem tem medo? Tenho medo das outras pessoas,isso sim,ó meus queridos senhores de esquerda. Ninguém,absolutamente ninguém que me faça mudar de idéia sobre o ser humano trasnmudado e solitário. Tenho medo de meninas.Elas geralmente pensam que são o ultimo disco da nona sinfonia num sebo arrogante.Também tem uma delidecadeza ingrata e uma arrogância sem igual. Sem contar a chatisse que é só ter de olhar para alguma e pensar: " Ai,que metida" . Partimos de um ponto em que todas,sem exceção,têm um princípio de asco.Sem mais. Tenho medo de meninos. Meninos para mim ficam abaixo de uma linha de pensamento que tomo por base.Eles são,em qualquer ponto de partida ridiculamente infantis(óide) . De uma infantilidade desconhecida,uma infantilidade chata de menino babão metido a playboy. Mas há aqueles em que eu faria de tudo para guardá-los em um potinho. Aliás,não posso negar minha afinidade masculina,os meninos,por mais que alguns sejam tão idiotas como um cachoro correndo atrás do rabo,sempre existe os meninos exceções. E são esses de que me orgulho. Caso contrário,uma repulsão inicial já é formada.Todos,todos todos todos me deixam enojada e com ânsia. Menions e meninas. Qualquer tipinho escroto. Repulsão. Medo? É para ter mesmo,pois não estou nos meus melhores dias.
Como diria José Simão: - Que eu vou pingar meu colírio alucinógeno. E vai indo que eu não vou.

Liberdade para fora do corpo

" Fazer arte é privar um gesto em sua repercussão no organismo"
Antonin Artaud

Senhoras e senhores membros do júri,acalmem-se e sentem-se em suas poltronas almofadadas,porque eu,aqui no meu muquifo virtual,hei de escrever mais baboseiras aleatórias. Como sempre,não há um motivo específico e alinhado de raciocínio e objectivo.


Nada,absolutamente nada de distorcido me aconteceu. Eu me pergunto: Isso é bom? Bem,não é de todo bom,mas não é nada ruim. Estou mais real e deixo de ser uma Idéia de mim mesma.


Fui lá fora agora e vi dois livros de pintura enormes e empoeirados,sabe,daqueles que parecem livros de poção mágica? Ah,eu queria tanto pintar... e pensei,num lapso de memória e admiração,que Delacroix é deveras um pintor muito bom,tomando por base a questão de que algumas de suas pinturas parecem fotografias, transmitindo as emoções encarceradas das personagens. Belas expressões.




Órfã no cemitério: a mais bela mulher. Linda,linda. (fotografia da pintura)

Romântico. Mui belo,ó meus irmãos. Mas,como para pintar quadros grandes e românticos,exprimindo cada emoção da pessoa,leva um certo tempo e dinheiro(e criatividade),é óbvio que minha capacidade não chega a tal proeza. Por isso,não deixo de admirar também quadros expressionistas...Modigliani,Picasso,Seurat....cada um com seu cada qual(igual dizia uma amiga). Confessemos,tudo é muito belo aos olhos cansados. Tudo é muito belo em seu contexto (seja ele histórico ou psicológico) Assim como uma simples forma de admiração mesmo,por achar apenas bonito. Eu em particular acho interessante o ramo que tomam seguindo a razão,tudo geometricamente pintado,com formas quadradas,triangulares,numa geometria perfeita mas,não é de todo de me chama atenção (pelo menos não no momento). Tudo se resume em números e o ser humano é tão carnal e evaporado,que números não o substituem. Números transformados em retas. Não é chamativo? Mas é,de uma certa forma,aprisionado. Como buscar a liberdade?

Liberdade não existe. Deus existe,seja ele com D maior ou d menor. Sempre,sempre nos apegaremos em alguma coisa que nos faça acreditar que a vida é por si só e que não há o que discutir. Sempre seremos presos por conceitos,idéias e materiais palpáveis. Sempre nos apegaremos a alguém, a um cheiro,um sorriso,uma lembrança infíma de nosso ser e seremos obrigados a lembrar de algum momento que seja. E somos controlados por tudo isso,por palavras e idéias. Não há liberdade. Eu sou a minha própria prisão.

Portanto a única liberdade é se desaprisionar de si mesmo.A única liberdade pura alcançada é a morte. Por favor,meus amigos,vejam isso como algo absolutamente natural. É inevitável e bonito. Só é doloroso para quem fica.

A pintura talvez seja alguma forma de libertação,assim como a literatura,a música (no seu sentido divino e instrumental ). A música é o auge de controle e descontrole de si mesmo.Falando em termos clássicos,em estilos clássicos e dignos de serem ouvidos,sem esses sons da grande massa que são comerciais. Terríveis.

A Nona Sinfonia de Beethoven é o auge de libertação musical,criatividade,dor,prazer,arrepio. Em outros termos,a libertação nesse caso seria um cuspe de sentimentos aprisionados e jogados assim,fervorosamente sobre alguma coisa. E depois sempre voltam e são jogados novamente e voltam e assim num ciclo eterno.

"Liberdade,igualdade e fraternidade" - Quer situação mais apropriada para essa frase do que a morte e vida eterna em algum lugar que nem sabemos se existe?Já viu um mundo terreno ter igualdade? Não,absolutamente não mesmo,meus senhores comunistas. O capitalismo é a base de tudo o que nos aflige. Palmas aos senhores iluministas.

Palmas aos senhores que lêem toda essa ladainha.

sábado, 3 de maio de 2008

"Lolita,luz de minha vida,labareda em minha carne.Minha alma,minha lama.Lo- li- ta: a ponta da língua descendo em três saltos pelo céu da boca,para tropeçar de leve,no terceiro,contra os dentes.Lo.Li.Ta"

E assim começa o livro, o magnífico e exuberante livro. Lolita. Descreveria minha paixão ardente por eles e por ela: o livro,Humbert Humbert e Lolita. Um todo incorreto e amargo,doce e maravilhosamente belo.

Voltou sem mais nem menos,senhores membros do júri,com esse apelido que afinca no coração. Abre-me,corta-me,sangra-me. Depois daquela noite silenciosa,em que minha Lolita era só minha e não havia absolutamente nada que nos separasse do amor distante e perfumado. Lolita. Minha Conchita de porcelana,tão frágil como eu em seus braços,to frágil como sua cabeça em meu colo infantil. Olhos grandes,o exalar de um perfume singular que sentia-se só em sua pele macia e,depois passei a usá-lo,já nos meus dias distantes e saudosos,só para lembrar de seu cheiro que eu nunca mais sentira. Por onde andas,Lola? Como sabes que isso me afinca no peito? Era tão minha,tão bela,tão criança com suas palavras que me confortavam. Lembro-me,depois de termos nos beijado,ela falando,com aquela expressão tão serena e malévola : " Que estranho,não? Ontem a gente ter se beijado e hoje tudo parece tão normal",abrindo um sorrisinho lindo,daqueles que a curva da boca aumenta um pouco mais somente de um lado;onde eu,deitado com minha face em frente à dela,via seus olhos me olhando e olhando para o teto.
Nunca mais,minha Lolita. Agora deve estar nos braços hirsutos e suados de algum aproveitador,sem ao menos gostar dele. Pra quê? Meu mundo parecia viver em tempo tão dilatado quanto um idoso doente com as juntas já gastas e você,minha Lolita,havia fugido,ignorava-me num vazio único,em que eu,em meu ser oco de saudade,escondia-me choroso e fraco. Meu coração doía,minhas mãos frias pegando um copo de água,meus olhos cansados choravam sua falta;e era tão inútil,tão inalcançavel,Lolita. Dolores,Lola,Dolly,para sempre moerei aqui dentro o amor. Amei-a,meu anjo belo,como ainda a amo e ainda escuto seu sorrisinho . Amei-a,minha menina fria,amei-a infantil e ardorosamente.