quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Dois pesinhos e a minha vida flui.

Era um enfeite de porta. Na verdade era um peso pra porta, desses pra que não deixe o vento bater. Era uma bonequinha, dessas que parece aquelas antigas,com o rosto meio assustador, mas não são feias, só amedrontam um pouco. Imaginei agora, aquilo iluminado apenascom luz de velas, no canto de um quarto, ou alguma menina brincando. So passei e vi o pesinho ali. Fui abrir a geladeira, e estava metade por baixo dela. A bonequinha metade por baixo da geladeira. Arrumei-a no lugar que deve ficar, na porta. E dei-me conta: porque nunca parei para observar essa boneca-peso? Não que eu nunca tenha observado, mas hoje eu realmente percebi sua função: não deixar a porta bater. Antes ela era um objeto qualquer, mas agora não, ela me passa a ser importante. Com importância pequena, é claro. Mas... entende? Ela não é só um pesinho, ela é um pesinho com rosto de uma boneca que dá medo. E então não sei se a deixo ali com essa cara e o vento batendo a porta, ou se ela fica lá, sem o vento bater a porta.
Nem sei porque estou escrevendo sobre um pesinho de porta com cara de boneca antiga.
É uma pequena coisa, não? Uma coisa simples.Oras, todo mundo fala: leve em consideração as pequenas coisas da vida.
Talvez isso me pegue um pouco.
Mas não a deixarei levar os méritos sozinhas. Ainda tem outro pesinho de porta aqui, mas esse é daqueles compridos, sabe...e parece uma cobra. Eu sempre o chuto. E então temos dois pesinhos: o da boneca antiga e o da cobra.
Sem mais. Nada como um dia para fala dos pesos da porta e de sua importância e nossa vida quotidiana.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Dou meia volta ao mundo

primeiro era vertigem...
Agora eu já não suporto.
Enjoei das pessoas. Tão chatas e sem sal e sem assunto e sem interesse nenhum.
Não todas é claro, mas 90% delas.
É aquilo que eu sempre falo, nunca entendi nada de relações sociais.
É completamente absurso. Uma hora estamos nos amando e dali a pouco sentamos no chão e jogamos um quebra cabeças, sozinhos.
' Eu to voltando pra casa....' Estou escutando essa música. Eu to saindo de casa. Preciso disso.
Beijosmeliguem. Sem textos além, hoje!

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Prêmio Dardos




Como podem ver, ó meus senhores condecorados, primeira vez que fui premiada com alguma coisa nesse muquifo empoeirado. Sinto-me deveras honrada com tal facto. Bem,o Premio Dardos é um selo que é dado ao Blog por indicação de outro blog. Indicaram-me, ó meus senhores, e como podem ver coloquei o selo aqui, uma forma de troféu. Isso quer dizer que meu muquifo não é tão empoeirado assim, e ainda entram algumas pessoas e passam o dedo sobre a mobília, para assoprarem o pó depois.


Quem indicou-me, foi o Diogo Atreyuu, do blog Detesto estudar , o qual devo honrosos agradecimentos.






Regras para o Prêmio:
1 – Aceitar e exibir a imagem.
2 – Linkar o blog do qual recebeu o prêmio.
3 – Escolher 15 blogs para entregar o Prémio Dardos.




Ó, senhores, como eu absolutamente não tenho 15 blogs para indicar. ( confesso que não acompanho alheios, aliás, alguns, é claro), indicarei os que acho que devem ser respeitosamente premiados. Perdoem-me pela desregragem... !









quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Fios sem Fim

Ao som de Paganini, Caprice n°5



Às felpas fiéis da minha roupa


Cravaram-me a unha no braço, como num insulto e tentativa de exercer algum poder sobre mim, ferindo os fios de tecido da minha blusa azul marinho, e senti-me como um mendigo chutado do canto da ponte. Cravaram-me depois a unha no pescoço. Não reagi. Olhei cabisbaixo e pensei: Quero meu cachecol.

Deixaram-me nú, ó meus senhores juízes, em plena luz do dia, em pleno deserto de mata urbana.

Nunca soube de quem foram aquelas unhas. Nunca soube quais pés me chutaram a bunda. Eu poderia muito bem chutar a minha e dizer: Vai, seu bundão. Mas não fui eu. Rostos e Silhuetas me passam como um vento e folhas caindo. Em cada um parecem-me representar alguma pessoa, muito além, parecem representar um sentimento. Desses mesmos que vêm com o vento, passa sobre você, bate, esfola, entra pelas narinas e faz você tossir, toma toda a sua corrente sanguínea, cada célula do teu corpo, depois sai, na mesma velocidade que entrou, como se fosse um rápido abrigo para manter seu calor, para manter seu ego. E quando não é um de cada vez, é tudo junto, um redemoinho. Depois passa um tempo enorme sem chuva, nemvento, nemfolhas. Uma seca. E as pessoas paralisam no ar, e muito mais, seu rosto esfarela e vira areia. Sua roupa, já molhada de tanto suor, é jogada fora. Agora você acorda, numa dessas madrugadas com ventania na janela, e vê que realmente seu rosto esfarelou.

Tudo se perde.

Como uma dança árabe-espanhola-italiana, ouso atravessar o deserto. Vejo ainda mais pessoas, agora a maioria mulheres, com panos longos vestindo os corpos, e eles dançam dançam dançam, como se fizessem isso pra sempre e estivessem fazendo desde que nasceram. Não consigo esquecer as unhas cravadas em mim. Passo a mão sobre meu pescoço e sinto ainda, marquinhas, quase sumindo, das unhas. Unhas. Palavra engraçada, né: unhas. u-nhas. U-N-H-A-S . uuuuuunhassss! hahahaha. Olha só o que elas podem fazer. rebaixar-te para níveis ínfimos de honra e reputação. E isso não é nada. Minhas próprias honras. Se é que me entende. Mas tudo isso comeu meu nome. Nem o amor mais me comia por inteiro, nem mesmo beijos ácidos e melosos de meninas lindas e encantadoras, nem meus olhos me viam mais. Mas as unhas... mas esse sentimento... mas essa roupa que ainda guardo...

Fui e entao estava já deitado num monte enorme de areia... é, desses que dá pra escorregar com um saco plástico. Caramba, eu me esfolava todo. Dei-me conta disso depois que vi meu corpo inteiro sangrando. Mas é ums angue bonito, esfolado. Nada desses jorros arteriais... pareciam ferimento de criança quando cai de bicicleta e machuca o joelho, só que era no meu corpo inteiro. Agora eu entendia a falta que a roupa me fazia... nada me importava mais, os sentimentos jogados fora, o vento nas células, os rostos e silhuetas, as dançarinas com vestes longas, apenas minhas roupas... e as unhas. Afinal, eu não estaria aqui se não fosse chutado de minha aconchegante ponte. Avaaanço num deserto sem fim.

É deserto ainda.

....

...... um oásis...

........

....

miragem


Avançando

...

nada

Em vão.


Mas eu não paro...

eu não paro...eu puxo cada fio da minha roupa, mas não paro. Avanço de novo, já sedento, já sem vento.

EU

NÃO

PARO.


NÃO TEM FIM...

eu não.

fim...



domingo, 18 de janeiro de 2009

As gotas densas numa alma limpa

... se há algo bom na vida, é lavar a alma.

Lavar a alma na chuva. Dançar nua na chuva. Dançar com a alma nua numa chuva de sábado. Escorregar num piso molhado de uma chuva nua de um sábado. Um sábado nu num corpo despido molhado de águas celestiais. Uma música desnuda acompanhando os movimentos surreais de uma menina em gotas de alma. Uma alma dançando num corpo nu e molhado de uma celeste chuva de um sábado aguado. Uma alma entediada bailando ao som de uma música bonicta numa tarde sábado. Um rosto com sorrisos doloridos olhando para o céu enquanto a chuva cai sobre o corpo que está se molhando. Nuvens nada nuas desabando sobre o corpo nu feminino que baila sobre poças d' água. Escorregões de partes humanas desencadeando a alva alma sendo limpa. A limpeza ' almal ' de uma menina com a chuva de uma tarde nua e bela. A bela nudez numa tarde chuvosa. Um sábado sendo despido numa chuva de corpos nus. Nuvens de almas chovem sobre corpos secos. Músicas molhadas bailam na alma alva que escorrega num sábado torrencial. Notas musicais entram na alma do corpo nu da menina que baila soba chuva de sábado. O sol se esconde e a chuva desce sobre o corpo numa tarde bela de gotas. Gotas caem lentamente sobre um corpo coberto de alma. Um corpo cai num chão molhado e as chuvas caem no corpo que cai no chão que não cai em ninguém. O chão cai no corpo que cai nas gostas que cai na chuva que cai nas nuvens que cai no céu que cai na alma. A alma dança nas nuvens que caem. As nuvens dançam no corpo de alma. A alma é limpa. A chuva também. O sábado é denso. E meu corpo em sorriso delirantes, e as mãos que jogam água, e os pés que bailam, e a alma e a chuva e eu e nós numa dança evocativa, quase um ritual, quase uma cópula entre ares e água e o corpo e a alma. A minha alma foi limpa.

Desligaram os botões e o ser humano é só

Boa noite, novamente, meu queridissimo blog empoeirado.
Estou parecendo adolescente de 14 anos escrevendo no diário. Coisas do tipo: 'Ai, será que o Carlinhos gosta de mim, ele é tão fofo'. NÃÃÃÃÃÃOOOO. Por favor, ó meus adorados psiquiatras, internem-me se por um acaso eu escreva isso. 1 - menininhos não me agradam muito. Isso é facto, comprovado. Eu fiz o teste. Mas amo-os. 2 - já tenho 18. Meus assuntos já são mais chatos. Minha mente não é evoluída e eu pareço um bebe chorão em plena transição.
Queria dizer que: eu nunca suportei esse sentimento de perda. Em todos os sentidos. Assim, digamos, em todos os sentidos humanisticos.. Odeio explicar os sentidos das palavras que eu dou sentido nenhum. Sempre me dói assim, e cada uma é uma faísca que acende uma outra já guardada
Aliás, eu acho que nunca suportei nada. Aliás, eu acho que tento suportar de uma maneira menos trágica. Eu escrevo aqui, isso já me é uma alívio. Aliás, eu acho que a gente sempre arranja uma saída. mas eu não minto quanto os de perder. Maldito jeito de viver no passado. Tudo pra mim é o passado...credo. Eu vivo em outra dimensão. Precioso me disvincilhar de tudo. Achei que esse ano seria o começo de uma nova era. Bem nessas palavras cliches.. até tentei uma mudança, aconteceu, não nego...mas, estou voltando ao meu super eu interior? é maior do que eu isso. Energia muito forte que vem de dentro de mim. Meu coração bombeira muito. As artérias devem ter quilômetros de espessura.
A solidão, minha amiga. É ela minha melhore pior companheira. Quanto mais afirmo isso, mais sei que sou um lixo. Lixo digno, por favor. Não vou me dar esse gosto de me rebaixar tanto. Aliás, eu fotografo bem.
Mas, quem é que nunca perdeu? Um amor, um pai, um cachorro epilético, uma unha no dente, um ônibus, um olhar, um beijo, uma mão alheia, um momento marcante, um chinelo na correnteza, uma borracha na escola, um amigo e quem sabe, você mesmo.
Quem é que não lembra das coisas boas que passaram? Um amor, um pai, uma unha, um ônibus menos lotado, um olhar provocante, uma mão macia, um momento marcante, aquele chinelo adorado, a borracha cor de rosa e perfumada, um amigo engraçado e quem sabe, você mesmo.
Eu já disse isso mas repito, porque eu postei há muito tempo: essa sensação de saber que você não tem poder algum sobre alguma coisa é que me faz sentir que sou fraca. Que eu não posso, jamais, me igualar a um Deus, e nem sequer cobrar de alguém, muito menos ter o tempo em minhas mãos. Escorre pelas mãos, como líquido, como ar, como sua vida indo numa ampulheta e seus dedos já nem podem mais escrever, já não podem nem tocar um rosto conhecido e nem segurar uma mão.
Alguém me explica isso?
Alguém me explica porque estamos absurdamente tão desligados uns dos outros?

Um domingo fotográfico

Olá meu querido, adorado, venerado e melhor amigo: blog.
Porque se há 'alguém' que me faz sentir aliviada é esse muquifo empoeirado e bagunçado, aos moldes do meu quarto, mas só meu. Meu e ninguém tasca...sem influências externas ou maternas, com pés alheios perambulando pra lá e pra cá. Sabe, eu queria ser bem franca. Assim, falar sem metáforas, por trás do panos... ser tão curta e grossa e..! Mas eu não consigo, porque além de tudo, quero ver algo que me instigue a lembrar, por mais amargo que seja, dessas lembranças minhas. Como eu sempre digo: Vida dura. Mas entendam por favor o que quero dizer com vida dura. Não no sentido físico, de suor, de trabalho, que isso eu realmente não sei o que é. Eu sou mimada, e não me agrada muito dizer isso, mas eu vejo que sou assim e isso só me trás prejuízos. Bem, a vida é dura psicologicamente. Esse sentido 'fisico' talvez tenha um pouco de influência. Sou uma adolescente de 18 anos, que não sabe o que é dar duro. Eu não sei viver. Até agora eu só vivi sonhos e fantasias. Deus, até quando isso? ' Porque me abandonaste
se sabias que eu não era Deus, se sabias que eu era fraco' . Drummond, amargo e belo.
Vou contar o meu domingo. Não costumo contar meus dias, mas eestou saturada de palavras que precisam ser transcritas. Bem, queria dizer, rapidamente, sem delongas, que apesar de tudo, eu sei que tenhos algumas qualidades. Eu fotografo bem. Posso escrever mal, ser mimada, densa, arruinada em mim mas, eu fotografo bem, ó meus senhores membros do júri. E foi isso que fiz hoje, hoje, no domingo, dia 18(?) de janeiro de 2009. Fomos (eu, a Kaline o Jeziel) até a Fazenda Ipanema. Um ' centro' histórico, patrimoni tombado do interior de São Paulo..um lugar onde construiam armas brancas para a guerra do paraguai. E é todo lindo, absurdamente encantador, velho, teias de aranha, ruínas, cachoeira e tudo o mais. Fizemos fotos lindas, ao estilo de Capitu. Olhos de cigana oblíqua e dissimulada numa mistura de O Fantasma da Ópera. Eis que depois postarei alguma obra fotográfica d eminha autoria desse nosso domingo tão agradável. É isso que me satisfaz entende... é um prazer que não tem explicação, vai além de qualquer sentimento alheio. É mágico. Orgasmo. Entendam, por favor, no significado mais puro e literário fotográfico.
Em geral foi isso. Nao vemos o tempo passar nemn sequer preocupamos com o 'mundo lá fora'. Porque é realmente um mundo lá fora. Aquilo é num lugar todo isolado, com casinhas antigas e abandonadas onde algumas pessoas moram. Infelizmente eu já fui etingida pela doença ' urbana' e não sobreviveria no meio do mato. Deus queria que numa próxima geração eu nasça em tempos remotos e deslumbre cada época arcaica que eu não vivi. Amém.
Abençoa minha câmera, meus dedos e meu olhar. Meus pensamentos e pouca inteligência. Minha vida, minhas decições, meus medos. Isso é sim, minha reza. Quem disse que eu não rezo? Meu pavil está cada vez mais curto...
... mas uma coisa eu digo e afirmo: eu fotografo bem.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Se sabia, eu nunca entendi.

Sabia sim. Mamãe me contava quando era pequena. Esse tal de amor, esse negócio de arranjar um namorado, de casar e ter filhos. Falava. Aliás, não era preciso, desde pequena a gente vê várias forma de união entre duas pessoas, desse contacto mais ou menos íntimo que as pessoa têm, mas eu nunca entendi esse transe. Eu nunca entendi como é possível romper essa ligação depois de tanto trabalho pra conseguir uma migalha de carinho alheio. E depois isso se torna grande de tal forma que parece explodir de tanta cumplicidade, mas de repente explode mesmo como uma bomba qualquer e tudo volta como era antes. Do início solitário, o zero, o amor próprio. Então, quando se é criança, temos vários afectos familiares, conhecemos os recém amiguinhos que um dia crescerão com a gente ou nunca mais aparecerão na nossa porta. Depois tudo isso passa, a gente cresce e nem presente de Natal nós ganhamos. Que seja... não vim falar disso. Eu disse que eu sabia...que eu sabia desde pequena que um dia alguém estaria pre destinado a me encontrar e trocar carinhos e essa cerimônia toda. E eu esperei, afinal a gente sempre espera por alguma coisa que não temos a mínima certeza se acontecerá. Desses sentimentos que se põe num sofá pomposo e assiste um filme qualquer com uma garrafa de vinho branco do lado e do outro uma barra de chocolate aerado. "É assim, cara" pensei comigo. Lá fora era um sol danado de quente, mas havia passarinhos cantando e um barulho qualquer de alguém batendo a porta do carro ( velho, por sinal), e nada era mais simples do que isso. Isso, eu digo, o contexto. O tempo espaço que a gente vive..parece nunca condizer com o tempo espaço psicológico. Outro mundo, afinal. Mas no fim, sempre há um fiasco de paralelismo psicológico real. Se é que me entendem.
É que eu sempre me pergunto: " Quem é a próxima pessoa?" A próxima...que que me fará desvairar em textos pornográficos ilusórios, que é sempre bom sentir esse amargo da vida.
Já li de tudo, e até me desvincilhei do meu eu-poético. Eu precisava, entende? Chega uma hora que é preciso ver de longe, bem de longe, e eu sai de mim. Quem sabe um dia eu volte...é claro que eu volto, essa vida alheia de mim mesma é um tanto sem graça. Mas foi uma experiência. A gente cresce e muda. Isso é facto.
Mas... ainda que mamãe dissesse que eu me casaria, eu não teria tanta certeza. Não que eu não queira casar ou ter filhos, mas... são ossos do ofício. E esse ofício até agora foi mais pra mim do que pra outros. Talvez eu ainda seja egoísta. Talvez eu ainda nem tenha saído do útero materno.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

É estranho esse sabor de não saber o que fazer da vida.
Descabelo-me com incertezas, mas é isso que escolhi.
O fascínio de não ser ninguém é o extasiante de se poder oscilar em outros corpos e personalidades. Os árcades bem que falavam: Carpe Diem. " Graças Marília Bela, Graças à minha Estrela". E isso atingiu-me de tão maneira que, inconscientemente, eu vivo num quarto escuro sem saber o que vai ser amanhã. Não creia que isso é deveras o sentido da vida. Aliás, qual é o sentido da vida? O que é a vida nisso tudo ? Mas foi o sentido que eu arranjei. Foi a falta de sentido que me fez ter esses completos devaneios.
Tudo cabe na palma da minha mão. Mas eu não quero tudo, é muito. É demais pra Ninguém.
Quero o mínimo extasiante. Quero o cheiro de perfume e um abraço bem forte, como antes que eu ainda não tinha perdido meu romantismo!

Chamado de Horizonte

rostos se confundem
aos sons que fazem o sino
do meigo menino
da amiga e seu alaúde
tocam pela vida
suas canções sem
rimas, som nem amplitude
com seu jeito rude
de brincar pra não morrer
nasce outra criança
em todo amanhecer
vestida de vermelho
sem querer se ver
quebra teu espelho
mesmo sem entender
fica de joelhos
e começa a rir
vai criança doida
e voa já daqui
ta aí
aqui é perigoso, pra quem não sabe sorrir, sai daqui criança , É HORA DE PARTIR


Luiz Oliveira
Um poema que meu amigo fez para mim.

E esse ano eu prometo...

... que não sei prometer.

Que meus textos continuarão (ou não) as mesmas ladainhas pornográficas psicológicas. Tentarei algo novo, como sonetos e métricas diferentes, um padrão mais clássico e digno de literatura.
Caso contrário, continuarei na minha psicodigitação, que sei fazer tão bem e que me espelha cada vez mais minha falta de disciplina.
E então vamos ter cada dia mais, consciência de que o tempo realmente passa e que suas lembranças se fundamentam em partes marcantes e muito especiais ao longo de sua vida ínfima.
E que as pessoas sempre te decepcionarão, não porque elas querem isso,mas porque você mesmo está projetado para tal fim. E sempre vai ter alguém te abrindo um sorriso e os braços e dizendo: " Tenha calma, você ainda é nova". E sempre serei nova?
Os medos continuam, isso é lei. Se não fosse por eles, não haveria graça alguma em continuar. Aliás, em ficar parado muitas vezes. Depois você percebe suas decisões .
E também vou sempre odiar o calor e o sol no verão que queima parece um laser na pele.
E eu tenho um problema muito sério, que é o de começar a escrever e ter preguiça de continuar.
Como agora. Preciso parar!
As vezes as palavras tem um final num todo amplo!

Amém!

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Com confetes e serpentinas> FELIZ ANO... mais um?

Outro ano. De novo. Ha uma hora e eu estava com quinze anos, nem 15 minutos e eu acordava cedo pra ir pra escola. Estou completamente entupida de tudo e de todos e isso significa muito o que escrever, o que desabafar. E essa minha primeira postagem do ano deveria ser a mais ilustre, O Comeco... um poema, uma epopeia, uma obra prima da literatura brasileira. Mas eu, meus senhores, uma pobre coitada trancafiada em paredes frias e brancas, sinto-me mais uma e a mesma num novo ano que comecou mal encaminhado. Entao, portanto, nada de epopeias e cantos que cantem ao som de mil tambores e trombetas tocadas por serafins, mas apenas a amargura que resta de um final mal acabado e um comeco mal comecado. Bem vindos a mais um ano de ilustres ressacas psicologicas. De mais postagens vazias ( de mim, de outros e alheios) . Apreciem amargamente cada minuto insano e azedo do eu mais oscilatorio e gorduroso de mim mesma . . .
Bem vindo, 2009 ! ! !
E entao, com tanta coisa a escrever, acabo por escrever absolutamente nada. Ate hoje eu nao entendo porque mantenho toda essa ladainha bloguesca... nao ha ninguem que aprecie se quer uma virgula dos meus textos que nem eu entendo. Eu os deixo no mais frio artico de momentos psicologicos... mas isso eh como uma droga viciante. Um craque, cocaina, maconha e essas dependencias quimicas e naturais. Isso, de facto, eh uma droga. Eu me drogo de palavras que eu mesma escreevo, porque eh preciso alguem que me entenda...mas `alguem` nao existe, o que existe sao objetos inanimados que damos vida e assim seguimos nossas relacoes . Porque se ha uma coisa que eu nunca entendi na minha vida eh a relacao entre as pessoas. Um homem se da muito bem tocando um piano, ou com uma lapis num papel, uma mulher eh espetacular com sua voz, mas... humanos. Eh surreal. Tudo absurdamente me passa alem de qualquer entendimento. Em outro plano. E por mais que eu tente, me esforce, acabo sempre me pegando em perguntas jamais respondidas. Uma coisa eh certa, tudo sao momentos. O todo eh inexplicavel, porque ele nao existe em absoluto. Nao eh linear... (bem, o que eh linear nesse mundo?).
E esse ano eu prometo...
(isso fica para outra postagem que pode ser ou nao ser a proxima)