quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Dois pesinhos e a minha vida flui.

Era um enfeite de porta. Na verdade era um peso pra porta, desses pra que não deixe o vento bater. Era uma bonequinha, dessas que parece aquelas antigas,com o rosto meio assustador, mas não são feias, só amedrontam um pouco. Imaginei agora, aquilo iluminado apenascom luz de velas, no canto de um quarto, ou alguma menina brincando. So passei e vi o pesinho ali. Fui abrir a geladeira, e estava metade por baixo dela. A bonequinha metade por baixo da geladeira. Arrumei-a no lugar que deve ficar, na porta. E dei-me conta: porque nunca parei para observar essa boneca-peso? Não que eu nunca tenha observado, mas hoje eu realmente percebi sua função: não deixar a porta bater. Antes ela era um objeto qualquer, mas agora não, ela me passa a ser importante. Com importância pequena, é claro. Mas... entende? Ela não é só um pesinho, ela é um pesinho com rosto de uma boneca que dá medo. E então não sei se a deixo ali com essa cara e o vento batendo a porta, ou se ela fica lá, sem o vento bater a porta.
Nem sei porque estou escrevendo sobre um pesinho de porta com cara de boneca antiga.
É uma pequena coisa, não? Uma coisa simples.Oras, todo mundo fala: leve em consideração as pequenas coisas da vida.
Talvez isso me pegue um pouco.
Mas não a deixarei levar os méritos sozinhas. Ainda tem outro pesinho de porta aqui, mas esse é daqueles compridos, sabe...e parece uma cobra. Eu sempre o chuto. E então temos dois pesinhos: o da boneca antiga e o da cobra.
Sem mais. Nada como um dia para fala dos pesos da porta e de sua importância e nossa vida quotidiana.

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