quarta-feira, 28 de abril de 2010

A Rosa Em Preto e Branco no meu Vermelho Sangue

Me dava uma vontade absurda de querer ser mais, e me encontrar em você, pra não deixar que o mundo nos tornasse cinzas ou borboletas que nunca sairiam do casulo.
Você: Uma Rosa, uma Borboleta ( amarela)
Eu: Uma Rosa, uma Borboleta ( amarela)
correndo pelo campo florido com flores lilases, no céu azul, igual no cartão que te dei. Folhas de Outono.
Me coçava por dentro coração que nem sangue bombeado conseguia curar. Era você, só você que me invadia feito tsunami, que me curava de tudo. Era você minha doença e minha cura. Você, o meu desejo e minha repulsa. Você meu Amor e minha Saudade. Você, o verme louco da paixão que me comia e eu sangrava sozinha. Era você minha aproximação e minha distãncia. Você, o eu e o nós. Você o Preto/Branco e Colorido Arco-íris.
Não-vou-nunca-mais-receber-tuas-cartas. Vou enviar um pacote pra você se perder nos papéis. E se acostumar a se perder em mim, como eu me perco em você mesmo tentando tomar alguma decisão infame. Era tudo brincadeira, era chacota dos deuses. Riam de mim.
Mas-eu-estava-feliz-mesmo-não-estando. Parecia mentira, mas eu era toda uma antagonia macabra, eu me revirava igual feto na barriga, poderia vomitar, mas eu sorria de angústia e saudade. Mas-eu-sou-feliz. Espero por ela. A levo comigo. Sempre. Não tem como. Cada coisa que eu via queria dividir. Um filme, uma música, uma photografia. Tudo era ela. Ela era tudo misturado num emaranhado de cor e bagunça de quarto de menina desleixada.
Ela um pedaço de mim, um tesouro que não se acha em qualquer-parada-de-ônibus, mesmo nós pegando ônibus diferentes, lotados e suados.
Eu lutava todo dia pra sobreviver e sobrevivo. Rego a plantinha todo dia, escrevo, como, suspiro, olho a lua às 4 horas da madrugada. Era só ela e eu, ela brilhava só pra mim na janela do meu quarto. Enorme e linda. E isso eu também quis compartilhar com você. Compartilho de alguma forma. Guardo tudo pra te dar de uma vez, embora te dê um pouco a cada dia, que escapava sem querer e vai coando pra te encontrar. Uma parte de mim grita teu nome, outra parte acalma. Um lado é rosa, o outro é espinho.
Mas é você minha Rosa e o Espinho.
Por mais dolorido que fosse e isso se chamava paixão-a-gosto, que eu adoro cultivar.

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