quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Bom dia!

Que azul imenso coloria aquele céu!
a cara amassada
acordou sorrindo
sozinha, calada
ainda dormindo
ainda sentindo o lençol quente
as mãos dormentes
os olhos abrindo devagar
de-va-gar
enquanto imaginava outras vidas
outros sorrisos que ela mesma dava
tão alegre contente um novo dia
um novo ano rondando
um novo frio na barriga
Era um azul imenso.
que árvore dá na sua janela?
quem a faria chorar de novo?
qual é o sorriso que tanto lhe agradaria?
incendiou de um fogo de manhã
o fogo da manhã
que todo mundo tem assim que acorda e dá por si
calada
Porque choveu à noite
Porque trovejou
esbravejou
e ela, ainda calma
ainda serena
enrolou-se no lençol fino branco com borboletas azuis
(porque ele é assim mesmo)
e sentiu seu corpo coberto
por um fino pano
e ela imaginou ser seda
cedeu àquele calor particular
que brotava, ela bem sabia, daquele coração
pulsante
daquele coração vermelho
azul
roxo
Era bem azul o seu coração
e não era frio
Era bem azul o seu sorriso
e não estático
Era bem azul o céu
e ainda era dia
ainda era o que ela esperava
e ela não esperava nada além do céu azul
além de um novo dia
uma nova vida
um novo sorriso
um novo suspiro
abrindo os olhos bem de-va-gar
sorrindo, sozinha
um sorriso muito gostoso

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