Ando me sentindo muito bem. Talvez eu esteja descobrindo que a alegria nos possibilita belas palavras, não só o sofrimento. Sei lá, está tudo muito calmo dentro de mim, com pitadas de borbulhas imensas de alegria transbordante. Tem dias que eu pareço realmente explodir de alegria e integridade. Estou mais eu, e isso pode até soar egoísta, mas assim eu pareço doar-me mais às pessoas. Quando estou bem, não há lugar que me faça mal. Percebi isso ontem, ao vir embora pra casa. Onze horas da noite, ninguém na rua e olhei para o céu e estava estrelado. Impressionei-me. É raro encontrarmos o céu de São Paulo assim limpo, assim com estrelas, assim mais eu. Estava um frio gostoso, um silêncio mórbido, sem carros, nem buzinas, nem pessoas, estava belíssimo. Pensei comigo que aquilo lembrava-me o interior. E aí pensei também que eu estava muito bem e consegui me encontrar nesse caos urbano. Não importa o lugar, o que importa é você e quem você tem na vida.
Meus amigos... !
Estou sorrindo atoa. Não deve ser atoa, alguma coisa dentro de mim me pede, me impulsiona, me obriga a sorrir e ai eu abro aqueeele beeem bonicto, só pra mim, como se eu sorrise a mim mesma, entregando-me flores, recitando poemas, lembrando de falas vagas de teatro.
Estou sem música. Esqueci meu fone em Tatuí. Vim meio amoadinha, pensando em como driblar essa falta que me fará a música. E mais uma vez alguma coisa dos céus me desceu e disse: "Você pode tudo". Já perdi muita coisa, já superei traumas, mortes, pessoas, coisinhas bobas. O que é um fone? E mais uma vez algo me empurra pra frente. Como um aviso prévio, ou não. E eu mais uma vez aceitando tudo. Acho que o segredo é esse. Iluminação e Maquiagem. Brincadeira. O segredo é a gente aceitar, se aceitar e seguir em frente, tocar o barquinho, chutar a bola, se cortar entre espinhos mesmo! A vida é isso. Alguns escolhem entre a rebeldia ou aceitar o que lhe é dado. É tudo muito belo pra se ver com olhares tristes. Não menosprezando. Acho a tristeza fundamental em nossas vidas. Precisamos crescer, preciso desse chute no saco, esse tapa na cara que a vida me dá às vezes. Preciso estar no fundo do poço pra eu poder levantar com muita sede e força.
Só sei que está tudo indo, ao vento, como sempre... sem muitas cobranças. Faço o que tenho que fazer, às vezes corro, mas a maioria das vezes ando com muita calma e sossego. Pareço uma camera lenta no meio dessa balbúrdia. E é lindo de ver. É lindo, perceba!
Perceba!
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