Há uma solidão tão grande em mim agora. Uma saudade de algo que eu nunca tive,ou de algo que tive muito e foi embora...embora assim,de repente.
Sou tão incompleta. Vivo medíocre atoa por aí,tentando entender coisas e coisas incompreensíveis. Essa música que toca ainda é lenta,é fria mas arde de quente dentro de mim. A Nona de Beethoven me libera a violência;é necessário,é preciso me conter,me amar e me sentir. Sou egoísta...não nego o fato de ser egoísta. Afinal,ser egoísta é uma maneira de se refugiar de você,em você mesma. Do medo dos outros,da angústia...a sede de provocar mudanças internas e...nada,nada de resultados.Tão obscuro,gótico,pontudo....afincando,assim,aos poucos no meu pescoço,porque da artéria jorraria sangue,sangue e sangue e tudo se tornaria uma sinfonia linda com tons vermelhos em quase preto e branco.
Não gosto que digam que me amam,porque eu sei que amor não é assim,tão fácil e vulgar.Que digam então que gostam de mim,aí sim me convencerei que sou digna de gostar e não teria de ser tão egoísta.Que digam o que pensam,que me façam mais rude e expiatória.Ah,o amor....É tão cru e extremo que dói de tanta saudade.O amor dói de saudade. O amor dói de saudade e é assim porque tem que ser.Porque mesmo ele padecendo,ele congelado,supera e se aquieta,no silêncio,sozinho,egoísta. O amor também é egoísta,mas é o egoísmo de ser egoísta,pois se guarda pra ele.
E me paro e olho. Vi que os meus olhos não brilham...! Porque? Opacos... Engano,brilham tanto que a luz se esconde. Vi que os meus olhos murcham,que a minha boca fica amarga e eu sento. Um banho. O cabelo despenteado,porque é assim. Mendiga.
Hipócrita você,minha cara. Desleal consigo mesma. Egoísta...mil vezes egoísta.Quantas vezes pensei inutilidades,quantas vezes fiquei em silêncio. O silêncio,meu Deus,tão Belo,no sentido sábio da palavra. De conforto o silêncio acalma.
- Viu,não esqueça do cobertor,está frio hoje.
Um comentário:
Eterno Retorno
'-Viu,não esqueça do cobertor,está frio hoje'.
Não queria ser clichê. Como sempre admiro seus textos. Quanto tempo né. Andei sumido de você e de mim. Não me queria. Ando tanto tanta coisa. E seus textos sempre me refletem como os da Clarice. Sua sinceridade.
Abraços, do seu Humbert Lo.
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