sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Ócio que não nega ócio

Eu sei que viver é tão simples

E da minha mesa de canto eu faço o meu palco,

e do som que sai do rádio é a trilha sonora vital;

como se houvesse constantemente uma câmera ao meu redor,

em vários ângulos e closes.



Deito no sofá e imagino filmes

roteiros,água,chocolate...

fossa.

És tão bela,minha querida.

Amiga,compreendida,cara menina.

Cara a cara estamos agora,na vida

eu e você,eu e eu.



Chuva lá fora,magnífcas gotas caindo do céu.
O ser humano mal segura a água e...
as nuvens seguram.
Uma mão segura.



Solidamente se vive. Flexiona-se o corpo;
mas a alma é flexionada?
Talvez sim. Ou é apenas uma idéia concreta e imutável.

Foi aí que eu disse a mim mesma que ainda há chances
de ser e de não ser,levando em conta três propósitos:
o meu ver,o ver de outro alguém,e o ver real e concreto.

Qualquer dia,simples,o ar abafado
o sofá branco inclinável
alguma coisa na tv que se distorce com o sono.

Deitada,eu dormi ouvindo o som distorcido.
E se eu não tivesse acordado,eu juro que estaria sonhando.

2 comentários:

Unknown disse...

Gostei muito, principalmente pelo estilo totalmente diferente já visto por mim até agora. Beijos!

AHF Campos disse...

Querida adorei, como sempre adoro seus textos mais metafisícos (Pirei?) os signos dispersos, um certo descompromisso estético, sua feminilidade, o sofá, os closes imaginados... isso me encanta, pois bebo da mesma fonte ...
'Deitada,eu dormi ouvindo o som distorcido.
E se eu não tivesse acordado,eu juro que estaria sonhando'
Mil e um abraços minha menina lindinha ... isso mesmo bem piegas e familiar. Dé (Ah, nada de Dé agora somos C.A.D.E!)