Às vezes, de repente, acho tudo tão absurdo. E de repente de novo, tudo parece voltar ao normal. Como um transe repentino. Um peso nas costas. No fundo é irritação. Não deixa de ser absurdo.
Quero gritar aos quatro cantos do mundo alguma coisa que tá aqui dentro. EU QUERO SIM.
Sabe, quando uma faisquinha te incomoda?
Oh, meu quarto empoeirado! Só você para me suportar. A essa hora da madrugada, eu aqui, com sono, com cisco, com um puta peso de uma bigorna na cabeça. Algo me incomoda, mas eu não sei exatamente o que é. Também não sei se faço idéia. Mas tem, tem sim, eu sinto. E se sentir incomodado, no fundo, é bem gratificante. Sou humana, poxa. Deixa eu sentir. Deixa eu me irritar, me alegrar, ouvir o canto dos passarinhos, brincar de esconde-esconde sozinha, xingar meio mundo porque prendi o dedo na porta, xingar o mundo todo porque esqueci meu caderno em cima de alguma mesa, xingar aquela pessoa que só de olhar me irrita, amar aquela pessoa que me deixa assim, traduzindo: UIHIQKLPOAODBJJO. Toda embaralhada.
Meu coração disparou hoje, e foi por ódio. Estou sentindo tudo. E isso foi muito do nada. Num dia eu durmo be, no outro eu acordo mais ácida, mais estranha, mas com a mesma intensidade de felicidade com a vida. Ainda admiro as estrelas, por mais que esse céu poluído de São Paulo atrapalhe um pouco, mas hoje a noite estava linda e a luz da lua me abriu um foco bem no meio do palco. Cantei e dancei como num musical. Acredite. Mas ainda me sinto sentindo tudo, de ódio a saudade, de asco a doçura do mel, de uma agressividade ao carinho. Mas é mais intenso, parece estar à flor da pele. E nã, não é tensão pré menstrual. Vario do rock n roll à música mais melada. Sou engraçada às vezes. Outra hora me acho ridícula e depois me pego pensando em besteiras impossíveis. Depois me sinto uma personagem de alguma filme cult ou hollywoodiano, com um ray ban de caminhoneiro, com uma camera na mão, desfilando por entre árvores desfolhadas num sol das 5 da tarde. Minha hora preferida. É, de facto, minha hora preferida.
Os passarinhos cantam à noite.
Aliviei um pouco. Engraçado como só você me entende. Tudo bem, podem rir. Que eu vou escrever bilhetinhos que talvez nunca saiam da gaveta.
Em busca daquele sorriso. Em busca do Sorriso. Um, dois, três Sorrisos. Quanto mais, melhor.
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