sábado, 16 de junho de 2007

Observação

Eis que estava eu observando o imenso pasto.Uma natureza extremamente bela e magnífica,um silêncio com ruídos de pássaros,alguns carros lá longe passando,uma moto,alguém martelando alguma coisa,o som das folhas na rua sendo arrastadas pelo vento...enfim,uma paz.
Três bois do lado direito do pasto imenso.Dois bois do lado esquerdo do pasto imenso.Sim,o pasto é divido por uma fenda,por isso posso dizer dos bois de tal lado. Também, há uma árvore,do lado direito,que não projeta muita sombra,é um pouco mirrada,mas está lá.
O que mais me admira nessa paisagem é quando as sombras das nuvens são projetadas no imenso pasto,mas naquele dia,o céu estava limpo e o pasto iluminado por inteiro.
A presença do ser humano é,felizmente,quase nula.Há algumas casas apenas,é uma rua sem saída,há duas chácaras no final da rua,mas ninguém mora ali,e depois da rua é apenas mato,terra,árvores.Então a visão do pasto imenso se dá pela rua sem saída.Não sei o que há depois do pasto,só o horizonte,mas acho que,por dedução,há casas.
A descrição do lugar é tanta(mas não o suficiente para lhe dizer o quanto é gratificante) justamente para entender que minhas idas para lá é de total felicidade.De total fuga da cidade e das pessoas.
Embora eu tenha dito que a presença do ser humano é quase nula,a presença de alguns foi marcada.Contando dos que passaram por mim,foram poucos,porém houve o que entraram em suas casas,os que saiam com os carros,uma mulher com uma sacola batendo palma em uma.
Eis aqui a presença de tais que passaram por mim:

- um pra você,moça!
Um dos dois meninos,que entregavam panfletos da Casas Bahia,entregando um pra mim. Depois seguiram reto,e subiram numa trilha de terra para a rua de cima.
Sabei-me lá eu como dois meninos propaganda foram parar na rua sem saída,que eu já julgo um lugar tão meu,quanto uma criança diz que um brinquedo é de sua propriedade.Essa foi a primeira cena.

- Cadê os cavalo,cara?Os cavalo!
- Não sei!
- Óia só,os cavalo sumiram memo cara! Ói...as vaca!
Três meninos passavam por ali,vestidos com algum uniforme,enquanto um (o mais falante)comentava sobre os cavalos(que não estavam) no pasto imenso.Eles levavam algumas sacolas,então deduzi que pediam prendas ou alimento ou qualquer outra coisa nas casas,pois eu ainda os encontrei em um outro momento,não mais na rua sem saída em frente ao imenso pasto.

-Vem Branca,vem pra cá!Braaanca - advertindo! Venha!Vai levar um chutão no meio da fuça já.
Uma mulher rechonchuda lavando a calçada da casa,chamando a cachorra poodle que explicitamente se chama Branca.A cachorra ficava latindo pra mim enquanto eu passava calmamente e sem pressa pela calçada.E a rechonchuda lavando a calçada,com esse monte de água que temos.

Eu não pude deixar de lembrar disso,nem sei porque postei as passagens das pessoas.Talvez seja interessante.Hoje em dia nem prestamos atenção nas pessoas,nos atos e muito menos em nossas próprias pessoas.Não senhores,eu disse atenção no sentido de observação.No sentido de podermos extrair algo de bom de alguém,seja lá para o que seja,mas não para reparar se o sapato é feio e sair falando mal.Como eu disse em algum outro texto que é natural do ser humano ver só o que é ruim.
Concordo que pessoas são tão complexas quanto entender Matemática.Por um lado é muito chato e odioso e cruel e,tentar entendê-las é muito difícil,mas quando se consegue é um ganho imenso.E observá-las para se tentar imaginar o que passa por dentro,quantos anos ela tem,o que ela faz da vida,pra quê ela está ali,pode ser divertido e lucrativo.
Talvez o que falte mesmo é entendimento. Seja do outro,de mim,da folha,do pasto imenso,da mulher rechonchuda chamando a cachorra.Se eu não entendo eu mesma,o que será do amigo que eu acho um pé no saco?

Um comentário:

ReBeCa disse...

ahh jamanta.!

vc escreve mta coisa nesse blog hein!!..rs

n dah tempo de ler..
mais tah lindo!..rs

saudadonaa de vc linda!!

se cuidaaa
beijao*