domingo, 17 de agosto de 2008

Não cala mais

- quem cala consente.
O bicho tem mais pé que minha imaginação. É que o pé dele vira mão também e gruda em você. Gru-da em você.Você se gruda em você mesmo.

O Antônio é assim: Chega em casa de noite e acha que eu sou escrava dele. Que a comida tem que tá pronta,a cama arrumada e eu pronta pra fode. Já nem ânimo tenho mais. Chega um tempo,minha filha,que a bunda já tá mais grande que o zóio,e aí é que não dá mesmo. Não dá,eu já disse pra ele que se continuar assim eu saio de casa e ele que se esporrinhe todo nessa tapera.
o coração sofre.Não sofre menos que a bunda,mas sofre. Nunca gostei dessa idéia de que home tem que se reproduzir,reproduzir. e aí a mulher que explode. A mulher que se acaba inteira. E os filho? Nasce,cresce e deixa a gente. Isso quando não acaba com a gente na teimosia.Os meu,eu não tive. melhor assim,não sofre nesse amargo da vida.não quero filho pra sofre do pai ruim e da mãe puta. Puta do pai mesmo.
Onde é que fica minha vida? Enfiada no cú.No cú mesmo...no meu,do Antônio,do filho que num veio e dessa gente cretina que come a gente vivo e seca o zóio de fome.
Come e passa fome. Aí é mais um número no jornal que os doutor le,é só mais uma quenga escrava que morreu. Melhor pra eles,nisso eles num tem culpa porque morrer é natural do home. Que a culpa deles era em vida. Porque pra morre basta tá vivo. E pra tá vivo é que é essa daninhera toda,unha e dente e bunda se esfola. O resto eu conheço de cor,que o resto é nós.

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