Pelas mãos,escorre tudo quanto é tempo-espaço-pessoas.
Elas escorrem mesmo,assim,como se fosse um líquido quase evaporando e você não tem controle sobre você mesmo. A ironia do destino machuca ao mesmo tempo que se espalha pelo ambiente.
Não quero me trancar no quarto,não quero jogar-me pelo chão e deixar o piso molhado de lágrimas.
Eu queria escrever em tudo.Queria escrever nos seu corpo,no meu,nos olhos. Queria escrever no céu e nas nuvens e me libertar fervorosamente.
Eu não quero ser eu.Meus irmãos,ajudem-me. Está doendo,lágrimas salgadas,meus olhos cansados.
Está tudo indo embora,deixando-me. Não me deixem,meus desconhecidos. E se eu me deixar? Hein,Cássia?
É tão difícil.Juro que eu quero voltar a ser criança,um feto,um nada.
Sabe,quando escapa,e vai,naturalmente,porque tudo um dia acaba. Tudo acaba,mesmo o que não começou. E e começo,no meu mundo,mas lá fora não passa de um sopro,de um vento nas costas.
Quantas coisas já deixei passar,quantas mãos se foram e não pegam mais nas minhas,quantos olhos se desviaram do meu olhar. Quantas pernas não vêm em minha direção...nem pessoas cruzam o meu caminho. Quantos corações deixei de amar e o meu que amou demais,se jogou e se partiu.
E aí,meus caros,eu que fui tão aplicada nos meus sonhos,não pratiquei. Deixo tudo,minuciosamete tudo,cada pedaço se desfazer e fugir de mim. Se eu tenho algum repelente natural,por favor,lavem-me. Não vejo nada de interessante. Não sou de toda tristeza,nem sou eterna alegria,mas há momentos que o ar me sufoca. E quando sufoca,sufoca até demais,que minha garganta parece explodir em camera lenta e dolorosamente sangrenta. Meu estômago revira-se em novelos coloridos que um gato brinca,meus olhos um mártir aguado e salgado. Minha boca retorce como plástico no fogo. Um plástico no fogo totalmente inofensivo,e eu me reviro no chão embaixo do chuveiro em posição fetal como se água me queimasse mais do que já estou queimada.
Desculpe,eu preciso escrever,e mesmo assim não exprimo toda a minha ridícula desaprovação humana.
E às vezes eu tenho vontade de machucar todo mundo,e depois cortar-me inteira,como aquelas sangrias que curavam as doenças na era medieval. E ainda assim,assim sangrando eu me sentiria o pior dos piores vermes que entram em você e nunca mais sai. Aliás,eu queria ser um verme para não deixar que se esquecessem de mim e eu ficaria assim,remoendo por dentro,feliz e quentinho,por sugar cada parte do seu corpo e deixar sintomas desgradáveis. Sairia na marra,mas sairia contente e morto.
Eu seria aquele machucadinho na unha,de quando se tira a cutícula ou corta a unha no vivo,e o dedo fica latejando muito incômodo.
Ah,meus invisíveis amigos,como eu sou desgradável. Como eu sou literalmente ridícula e infame. Como sou realmente muito cretina.
Eu só sei que dói. E eu quero um lugar sossegado e solitário,para que possamos entrar em contato;eu e o lugar. E o ar não me sufocaria tanto,e quem sabe eu mesma não em sufocaria.
O que importa aliás,se as pessoas se vão por contra própria?
O que importa se meus cabelos enxugam minhas lágrimas?
Senhores,me deixem mas não me deixem.
Ne me quitte pas,por favor.
sexta-feira, 28 de março de 2008
quarta-feira, 26 de março de 2008
Cair na nuvem e gritar no silêncio
Não há muito o que dizer do que se sente tão profundo e essencial.
É que tudo parece muito real,e por parecer muito real é que parece não estar acontecendo...é minha imaginação.Queria aprender tantas coisas. Sinto-me deslocada de um mundo inútil,desse mundo inútil. Para falar a verdade,meus caros amigos leitores invisíveis,sinto-me esmagada. Uma pressão bastante grande sobre meu corpo todo,comprensando-o,atrofiando os músculos e a mente querendo parar,mas funcionando como uma máquina potente e pensa e pensa e pensa...
E pensa.
Mas para a falar mais a vedade ainda,senhores,estou indiferente. Tudo é tão belo e assustadoramente superficial. Aliás,percebi que tenho uma paixão platônica por céu e nuvens. E sombra e banheiros e tudo quanto me agrada em pequenos momentos vitais,numa simples caminhada.
Sabe porque eu gosto das nuvens? Elas cobrem o sol. Não que o sol seja feio e eu não o admire. O facto é que ele me queima na alma e sinto os meus pelinhos do braço desfazendo-se. E aí venta e a sombra se faz sobre sua pessoa. Outro segundo motivo é que,as nuvens,por serem nuvens,fazem cair gotinhas e gotonas de água sobre nossas cabeças,e a cena,a imagem que forma o conjunto nuvem + chuva + pessoas molhadas é deveras encantadora. Imaginem,meus pomposos invisíveis, uma camera lenta e quando as gotas caem no chão,percebe-se as gotículas espalhando-se timidamente por entre o espaço. E um terceiro motivo é que,ao entardecer,no pôr-do-sol,as nuvens ganham uma coloração alaranjada e corada,de rosa e um pouco de vermelho e roxo. E então,meninos e meninas,meus olhos brilham com tanta beleza,e meu corpo parece querer voar e pular nas nuvens pomposas e macias.Meu corpo que pular na alma-nuvem de mim mesma.
Como sempre,sem chegar à conclusão alguma,deixo tudo aleatoriamente jogado no tempo espaço Cássia. E fico assim,numa linha que divide a realidade real e a realidade que eu acho que vivo. Vivo ambígua,em um mundo paralelo que,além de ser paralelo tem outro paralelismo. Três. Três personagens. Fico perdida,quero gritar tão alto e ensurdecedor,quero ouvir um silêncio profundo e eterno,onde nenhuma voz me incomode nem pareça querer me aterrorizar.
Vou tampar meus ouvidos.A minha boca quase não fala. Não posso tapar meus olhos,porque o que vejo é o que eu sinto,porém eu vejo demais e penso demais. Acabo então,por tapar minha mente.
É que tudo parece muito real,e por parecer muito real é que parece não estar acontecendo...é minha imaginação.Queria aprender tantas coisas. Sinto-me deslocada de um mundo inútil,desse mundo inútil. Para falar a verdade,meus caros amigos leitores invisíveis,sinto-me esmagada. Uma pressão bastante grande sobre meu corpo todo,comprensando-o,atrofiando os músculos e a mente querendo parar,mas funcionando como uma máquina potente e pensa e pensa e pensa...
E pensa.
Mas para a falar mais a vedade ainda,senhores,estou indiferente. Tudo é tão belo e assustadoramente superficial. Aliás,percebi que tenho uma paixão platônica por céu e nuvens. E sombra e banheiros e tudo quanto me agrada em pequenos momentos vitais,numa simples caminhada.
Sabe porque eu gosto das nuvens? Elas cobrem o sol. Não que o sol seja feio e eu não o admire. O facto é que ele me queima na alma e sinto os meus pelinhos do braço desfazendo-se. E aí venta e a sombra se faz sobre sua pessoa. Outro segundo motivo é que,as nuvens,por serem nuvens,fazem cair gotinhas e gotonas de água sobre nossas cabeças,e a cena,a imagem que forma o conjunto nuvem + chuva + pessoas molhadas é deveras encantadora. Imaginem,meus pomposos invisíveis, uma camera lenta e quando as gotas caem no chão,percebe-se as gotículas espalhando-se timidamente por entre o espaço. E um terceiro motivo é que,ao entardecer,no pôr-do-sol,as nuvens ganham uma coloração alaranjada e corada,de rosa e um pouco de vermelho e roxo. E então,meninos e meninas,meus olhos brilham com tanta beleza,e meu corpo parece querer voar e pular nas nuvens pomposas e macias.Meu corpo que pular na alma-nuvem de mim mesma.
Como sempre,sem chegar à conclusão alguma,deixo tudo aleatoriamente jogado no tempo espaço Cássia. E fico assim,numa linha que divide a realidade real e a realidade que eu acho que vivo. Vivo ambígua,em um mundo paralelo que,além de ser paralelo tem outro paralelismo. Três. Três personagens. Fico perdida,quero gritar tão alto e ensurdecedor,quero ouvir um silêncio profundo e eterno,onde nenhuma voz me incomode nem pareça querer me aterrorizar.
Vou tampar meus ouvidos.A minha boca quase não fala. Não posso tapar meus olhos,porque o que vejo é o que eu sinto,porém eu vejo demais e penso demais. Acabo então,por tapar minha mente.
sábado, 22 de março de 2008
Qualquer trocado que me alivie
Um trocado de palavras para passar o tempo que é gasto inutilmente.
Estou com sono e insisto em dormir tarde. Aliás,quem não insiste? Adiar o tempo,ficar mais acordada para não dormir e achar que vai morrer dormindo. Que seja,é menos doloroso.
Sonhando ainda,maravilhosamente com uma folhinha caindo da árvore e ver que a única folha que restou, caiu; e essa folha era você. Era você, porque o chão já estava vazio. A respiração vazia. Tudo que transborda um dia acaba.
Será o mar um pote trasbordando que um dia acaba?
Porque não?
Limpa os olhos,pois estão embaçados.
Uma nostalgia repentina e marota atinge o âmago de infantilidade da vida pré adulta. O tempo de brincar, de ser mimada pelos avôs e pelos tios,a mãe te cobrindo à noite e beijando a testa e a lancherinha na escola na hora do recreio.
Ainda não aprendi a lidar com isso. Isso de crescer. É um mal de Cássia. Fico pensando,matutando...quantas pessoas ainda passarão pela minha vida?
Em quantas vidas eu passarei antes de beber o último gole de água e de sabedoria?
O céu também é bonito quando não se é azul. As tempestades proporcionam noites barulhentas e um medo aconchegante.
Onde é que foi parar o que eu estava procurando,quando eu mais precisava?
Era coisa boba,atoa. Sou boba e atoa. Estou calma de agir com furor. Sabe,aquele calor que dá lá dentro e sua mão sua,seus olhos ficam vermelhos,você esquenta sem saber quantos graus Celsius o termometro marcaria a mais que o normal.
Cansei. Vou dormir.
Já aliviei a tensão que nem existia. Isso tudo é como uma dose de algum remédio viciante...às vezes você o toma sem precisar,por puro capricho.
E aparece aquelas dores psicológicas.
Estou grávida psicologicamente e creio que, em um futuro distante, meu filho imaginário esteja escrevendo alguma carta despedida para sua mãe já velha e tossindo os alvéolos fora.
Estou com sono e insisto em dormir tarde. Aliás,quem não insiste? Adiar o tempo,ficar mais acordada para não dormir e achar que vai morrer dormindo. Que seja,é menos doloroso.
Sonhando ainda,maravilhosamente com uma folhinha caindo da árvore e ver que a única folha que restou, caiu; e essa folha era você. Era você, porque o chão já estava vazio. A respiração vazia. Tudo que transborda um dia acaba.
Será o mar um pote trasbordando que um dia acaba?
Porque não?
Limpa os olhos,pois estão embaçados.
Uma nostalgia repentina e marota atinge o âmago de infantilidade da vida pré adulta. O tempo de brincar, de ser mimada pelos avôs e pelos tios,a mãe te cobrindo à noite e beijando a testa e a lancherinha na escola na hora do recreio.
Ainda não aprendi a lidar com isso. Isso de crescer. É um mal de Cássia. Fico pensando,matutando...quantas pessoas ainda passarão pela minha vida?
Em quantas vidas eu passarei antes de beber o último gole de água e de sabedoria?
O céu também é bonito quando não se é azul. As tempestades proporcionam noites barulhentas e um medo aconchegante.
Onde é que foi parar o que eu estava procurando,quando eu mais precisava?
Era coisa boba,atoa. Sou boba e atoa. Estou calma de agir com furor. Sabe,aquele calor que dá lá dentro e sua mão sua,seus olhos ficam vermelhos,você esquenta sem saber quantos graus Celsius o termometro marcaria a mais que o normal.
Cansei. Vou dormir.
Já aliviei a tensão que nem existia. Isso tudo é como uma dose de algum remédio viciante...às vezes você o toma sem precisar,por puro capricho.
E aparece aquelas dores psicológicas.
Estou grávida psicologicamente e creio que, em um futuro distante, meu filho imaginário esteja escrevendo alguma carta despedida para sua mãe já velha e tossindo os alvéolos fora.
sexta-feira, 21 de março de 2008
Um dia de Outono
Nem dois, nem cinco.... apenas um dia de outono.
Acabou a transição verão-outono. Acabou a distorção verão de férias ardentes mentais.
O frio demora agora e espero que demore sair(assim como demora sair algo muito esquisito da sua cabecinha) minha vida pelo vento.
Vejo agora um retatro de meus avós,não...não desses retratos em preto e branco que se desfazem e esfarelam se não tomar cuidado ao manusear. Um retrat tirado de uma câmera digital. Imagino o quanto de tempo-espaço não viveram os dois e completam agora cinquenta anos de casado. Bodas de Ouro. Cinquenta anos. Não são um dia de outono,nem três meses de paparico galanteador. São cinquenta anos de casado. Uma vida conjugal amorosa por entre campos elísios e palavras desnecessárias.
Tudo é uma vida.
Um segundo do meu tempo aqui é uma vida. Um piscar de olhos e o acidente mais ridículo e infame acaba com sua cabeça.
Mas é um dia de outono. E outono é tanto uma estação deveras alegre,quanto triste e solitária. O sol ameno e o friozinho no rosto. Não se sabe o que pode acontecer. Ainda tenho dias e dias outonais para gozar de minha vida; caindo folhas secas e vermelhas no chão do tempo - espaço. Desenha-se uma linha do tempo,a minha linha do tempo e verá que,ao saber da minha alegria outonal,não fui de todo a menina rebelde e egoísta nas estações seguintes.
Outono - inverno são belos na sua essência de outono-inverno. E no país em que vivo,nossas estações não são bem definidas. Portanto,o outono,aquele imaginado nos filmes,com ar de Central Park,não passa de mera ilusão. Mas é uma ilusão satisfátória. O nome já é bonito.
Portanto, senhores caros leitores decadentes,concluo que não há o que se concluir nessa vida. Tudo é muito variável e mesmo que haja uma trajetória,não sei se hoje como carne ou se tomo iogurte.
Até o clima é varíavel.
A matemática possui variáveis.
A palavra variável é em si variavelmente variável.
Acabou a transição verão-outono. Acabou a distorção verão de férias ardentes mentais.
O frio demora agora e espero que demore sair(assim como demora sair algo muito esquisito da sua cabecinha) minha vida pelo vento.
Vejo agora um retatro de meus avós,não...não desses retratos em preto e branco que se desfazem e esfarelam se não tomar cuidado ao manusear. Um retrat tirado de uma câmera digital. Imagino o quanto de tempo-espaço não viveram os dois e completam agora cinquenta anos de casado. Bodas de Ouro. Cinquenta anos. Não são um dia de outono,nem três meses de paparico galanteador. São cinquenta anos de casado. Uma vida conjugal amorosa por entre campos elísios e palavras desnecessárias.
Tudo é uma vida.
Um segundo do meu tempo aqui é uma vida. Um piscar de olhos e o acidente mais ridículo e infame acaba com sua cabeça.
Mas é um dia de outono. E outono é tanto uma estação deveras alegre,quanto triste e solitária. O sol ameno e o friozinho no rosto. Não se sabe o que pode acontecer. Ainda tenho dias e dias outonais para gozar de minha vida; caindo folhas secas e vermelhas no chão do tempo - espaço. Desenha-se uma linha do tempo,a minha linha do tempo e verá que,ao saber da minha alegria outonal,não fui de todo a menina rebelde e egoísta nas estações seguintes.
Outono - inverno são belos na sua essência de outono-inverno. E no país em que vivo,nossas estações não são bem definidas. Portanto,o outono,aquele imaginado nos filmes,com ar de Central Park,não passa de mera ilusão. Mas é uma ilusão satisfátória. O nome já é bonito.
Portanto, senhores caros leitores decadentes,concluo que não há o que se concluir nessa vida. Tudo é muito variável e mesmo que haja uma trajetória,não sei se hoje como carne ou se tomo iogurte.
Até o clima é varíavel.
A matemática possui variáveis.
A palavra variável é em si variavelmente variável.
quinta-feira, 20 de março de 2008
- Por favor,alguém me trás uma taça de leite.
Ah, eu gostaria de escrever como escritores de verdade. Como aqueles que têm o que falar e sua alma já está apta para isso.Eu queria ter a iniciativa que tem um escritor para expressar o meu íntimo dolorido e corroído.
Poderia abraçar quem fosse, dizer os mais rabiscados vocábulos sem depois não me arrepender de ter feito, mas eu me arrependo de não ter feito. Arrependo-me das coisas que não fiz. Arrependa-se.
Hoje o céu está azul com flocos grandes e pequenos de nuvens alvas. O sol ardente na pele, o cabelo espalhafatoso e os olhos vermelhos. O êxtase. O calor. O frio. O arrependimento. A normalidade e equilíbrio de humor (sem distorções, obrigada).
Não há extremos em mim. Há um incômodo pequeno que fica cutucando a mente.
Queria uma carona para ir embora. Estava andando e vi o homem que vende leite. Ele passa na casa das pessoas, com uma moto e uma carretinha com barris de leite. Então ele buzina e grita: Lêêêeeeitttt. Assim mesmo,com o T mudo,esquecendo o último E solitário e não menos importante da palavra.
Sinto que agora estou entrando em um mundo diferente, um rumo de vida e responsabilidade que eu não tinha. Rumo de pessoa adulta sem tempo para sonhar e brincar com o primo, brincar com o vizinho na rua.
Eu queria ter a iniciativa de alguém que vê as coisas mais simples. Porque as coisas são assim, simples por natureza. Há quem diga em complexos naturais, em números complexos, Complexo de Golgi, complexos psicológicos etc. E então tudo parece não ter fim e solução. Os fatos são todos jogados assim, aleatoriamente na vida. É preciso organizar-se sozinha. É preciso aprender com os erros. Será que um dia a iniciativa é tomada? Por mim, meu Deus, que sempre fui tão assim, egoísta e orgulhosa. Conservadora, medrosa. O contato entre pessoa, uma pergunta, uma resposta... Parece tudo tão difícil e surreal. Parece tudo haver uma fórmula, um conceito certo. Uma tradição milenar que não deve ser quebrada. O respeito e o desejo são coisas antagônicas que juntam - se em grãos e grãos. Há uma hora que se deve explodir respeitosamente esses grãos. Portanto vejo que, em mim tudo é muito dentro, é muito meu e não diz respeito a mais ninguém. Acho um incômodo de terceiros saber sobre mim, sobre minha vida e sobre meus desejos íntimos corroídos (não, não são tão corroídos, eles ainda permanecem inteiros).
Uma taça de leite bem gelado com açúcar. Balas e balas na boca. Overdose de açúcar.
Overdose de pensamentos. Meus êxtases diários de menina, doses de água, doses de palavras, doses de tudo muito junto e misturado.
Não se arrependa todo dia. Cada momento vai valer o arrependimento de ter feito o que queria.
Poderia abraçar quem fosse, dizer os mais rabiscados vocábulos sem depois não me arrepender de ter feito, mas eu me arrependo de não ter feito. Arrependo-me das coisas que não fiz. Arrependa-se.
Hoje o céu está azul com flocos grandes e pequenos de nuvens alvas. O sol ardente na pele, o cabelo espalhafatoso e os olhos vermelhos. O êxtase. O calor. O frio. O arrependimento. A normalidade e equilíbrio de humor (sem distorções, obrigada).
Não há extremos em mim. Há um incômodo pequeno que fica cutucando a mente.
Queria uma carona para ir embora. Estava andando e vi o homem que vende leite. Ele passa na casa das pessoas, com uma moto e uma carretinha com barris de leite. Então ele buzina e grita: Lêêêeeeitttt. Assim mesmo,com o T mudo,esquecendo o último E solitário e não menos importante da palavra.
Sinto que agora estou entrando em um mundo diferente, um rumo de vida e responsabilidade que eu não tinha. Rumo de pessoa adulta sem tempo para sonhar e brincar com o primo, brincar com o vizinho na rua.
Eu queria ter a iniciativa de alguém que vê as coisas mais simples. Porque as coisas são assim, simples por natureza. Há quem diga em complexos naturais, em números complexos, Complexo de Golgi, complexos psicológicos etc. E então tudo parece não ter fim e solução. Os fatos são todos jogados assim, aleatoriamente na vida. É preciso organizar-se sozinha. É preciso aprender com os erros. Será que um dia a iniciativa é tomada? Por mim, meu Deus, que sempre fui tão assim, egoísta e orgulhosa. Conservadora, medrosa. O contato entre pessoa, uma pergunta, uma resposta... Parece tudo tão difícil e surreal. Parece tudo haver uma fórmula, um conceito certo. Uma tradição milenar que não deve ser quebrada. O respeito e o desejo são coisas antagônicas que juntam - se em grãos e grãos. Há uma hora que se deve explodir respeitosamente esses grãos. Portanto vejo que, em mim tudo é muito dentro, é muito meu e não diz respeito a mais ninguém. Acho um incômodo de terceiros saber sobre mim, sobre minha vida e sobre meus desejos íntimos corroídos (não, não são tão corroídos, eles ainda permanecem inteiros).
Uma taça de leite bem gelado com açúcar. Balas e balas na boca. Overdose de açúcar.
Overdose de pensamentos. Meus êxtases diários de menina, doses de água, doses de palavras, doses de tudo muito junto e misturado.
Não se arrependa todo dia. Cada momento vai valer o arrependimento de ter feito o que queria.
sábado, 15 de março de 2008
Ah,minha imaginação.
-Um apartamento.Um quarto vazio. O chão é de taco. A janela é grande e é de vidro.
[cameras] Um corpo feminino nu,coberto de recortes de jornais. Os recortes são colados no corpo,de maneira que não fiquem totalmente colados...há partes do corpo aparecendo.
Sessão de fotos.
Luz.
Preto e branco.
"Não sei,mas eu achei essa cena muito bonita e digna de uma objetiva. Quem sabe vai para a sequência do Menina do Meu Começo..."
[cameras] Um corpo feminino nu,coberto de recortes de jornais. Os recortes são colados no corpo,de maneira que não fiquem totalmente colados...há partes do corpo aparecendo.
Sessão de fotos.
Luz.
Preto e branco.
"Não sei,mas eu achei essa cena muito bonita e digna de uma objetiva. Quem sabe vai para a sequência do Menina do Meu Começo..."
domingo, 9 de março de 2008
E se eu pudesse entrar na sua vida?
Beatriz.
Mistura-se com Quase um segundo.
" E se ela chora num quarto de hotel"
[cena linda.Absolutamente linda]
Mistura-se com Quase um segundo.
" E se ela chora num quarto de hotel"
[cena linda.Absolutamente linda]
sábado, 8 de março de 2008
Das mulheres,foi-se meu pai.
Tatuí,8 de março de 2008.
Uma rosa delicada para cada mulher desse mundo. Cada pétala esvaindo-se em momentos vitais de uma mulher. De várias mulheres. Os espinhos e as tempestades.
Mulheres que sofrem,mulheres que choram. As mulheres mães,as solteiras,casadas,desquitadas. Mulheres doentes,moradoras de rua,sem terra. Mulheres estrelas de cinema,mulheres vendedoras de sorvete na praça.Mulheres que bordam,que pintam e desmancham. Mulheres com mulheres,com homens,com crianças,com ar doce de mulher. Com essência de mulher. Com mãos lindas de mulher. Cada uma com seu perfume de noite e sua música dançante num baile de gala ou em uma festinha decadente.
Ah,mulheres... todos os dias mulheres,toda hora,minuto...cada sol,cada manhã esplendorosa de pássaros.
Ficaria feliz,extremamente feliz de abraçar cada mulher e dizer: Parabéns.
Ficaria feliz de abraçar meu pai e dizer: Eu te amo.
Mal abracei a minha mãe e ela viajou,nao me esperou para poder dar o abraaço. Deveria ter mandado flores. Deveria ter visto meu pai.
Meu pai se foi.Nesse mesmo dia de todas as mulheres heroínas. Meu pai,meu herói.
Morro de saudade do seu rosto barbudo e suas costas largas. E hoje,há quatro anos,seria choros e berros pela casa,e meu dia de mulher(onde eu ainda era uma menina) transformaram-se em dia de um único homem.
Oito de março é dia de homem e de mulher. Um homem. Acho que preenchi esse espacinho de papai(não,nunca o chamava de papai),esse espacinho de mimos paternos. Foi-se,simplesmente,indo para sei lá onde. Só ele sabe.
Não vou dizer eu te amo agora,talvez lá no fiundo grite a vontade de vê-lo pelo menos mais uma vez.Impossível. Já cresci,não sou mulher formada,nem sou menina,sou eu.
E eu que tanto brigava com ele,rebelde...rebelde sem causa.
Quatro anos,meu Deus. Depois mais quatro e mais quatro e dezenas,milhares,um mundo.
Meu mundo paterno.
Felicidade,minha cara. Parabéns pessoas do sexo feminino,do sexo frágil tão forte e heróico.
Parabéns meu pai,por me deixar agora,nesse dia duas vezes especial.
Desculpa,eu não aguentei: Eu te amo!
Uma rosa delicada para cada mulher desse mundo. Cada pétala esvaindo-se em momentos vitais de uma mulher. De várias mulheres. Os espinhos e as tempestades.
Mulheres que sofrem,mulheres que choram. As mulheres mães,as solteiras,casadas,desquitadas. Mulheres doentes,moradoras de rua,sem terra. Mulheres estrelas de cinema,mulheres vendedoras de sorvete na praça.Mulheres que bordam,que pintam e desmancham. Mulheres com mulheres,com homens,com crianças,com ar doce de mulher. Com essência de mulher. Com mãos lindas de mulher. Cada uma com seu perfume de noite e sua música dançante num baile de gala ou em uma festinha decadente.
Ah,mulheres... todos os dias mulheres,toda hora,minuto...cada sol,cada manhã esplendorosa de pássaros.
Ficaria feliz,extremamente feliz de abraçar cada mulher e dizer: Parabéns.
Ficaria feliz de abraçar meu pai e dizer: Eu te amo.
Mal abracei a minha mãe e ela viajou,nao me esperou para poder dar o abraaço. Deveria ter mandado flores. Deveria ter visto meu pai.
Meu pai se foi.Nesse mesmo dia de todas as mulheres heroínas. Meu pai,meu herói.
Morro de saudade do seu rosto barbudo e suas costas largas. E hoje,há quatro anos,seria choros e berros pela casa,e meu dia de mulher(onde eu ainda era uma menina) transformaram-se em dia de um único homem.
Oito de março é dia de homem e de mulher. Um homem. Acho que preenchi esse espacinho de papai(não,nunca o chamava de papai),esse espacinho de mimos paternos. Foi-se,simplesmente,indo para sei lá onde. Só ele sabe.
Não vou dizer eu te amo agora,talvez lá no fiundo grite a vontade de vê-lo pelo menos mais uma vez.Impossível. Já cresci,não sou mulher formada,nem sou menina,sou eu.
E eu que tanto brigava com ele,rebelde...rebelde sem causa.
Quatro anos,meu Deus. Depois mais quatro e mais quatro e dezenas,milhares,um mundo.
Meu mundo paterno.
Felicidade,minha cara. Parabéns pessoas do sexo feminino,do sexo frágil tão forte e heróico.
Parabéns meu pai,por me deixar agora,nesse dia duas vezes especial.
Desculpa,eu não aguentei: Eu te amo!
" lembro-me saudosamente e com alegria dos meus momentos de menina com o homem mais angelical da minha vida"
sexta-feira, 7 de março de 2008
Filhos da puta
É.
Todo mundo.
Absolutamente a puta inteira com todas as suas
células filhas dividas por meiose e mitose.
Todos os genes e citosinas esmagantes de cada ser humano inútil.
Do ciclo vital infame de todos:
nasce,cresce,morre.
Morre-se antes de morrer.
Todo mundo.
Absolutamente a puta inteira com todas as suas
células filhas dividas por meiose e mitose.
Todos os genes e citosinas esmagantes de cada ser humano inútil.
Do ciclo vital infame de todos:
nasce,cresce,morre.
Morre-se antes de morrer.
"um desabafo untraviolento dilacerando cabeças,braços e pernas"
terça-feira, 4 de março de 2008
Progredir
Queria escrever hoje sem nenhuma distorção de minha própria pessoa. Algo saudável e risonho.Um acontecimento no cursinho,uma pisada em falso na rua,alguém desconhecido...
Queria fugir um pouo desse meu egocentrismo,desse universo Cássia mas,vejo que não é de todo fácil,ja que eu tenho um blog e nesse blog posto(desde sempre) coisas sobre mim.É difícil mesmo focar outra coisa. Ou seja... vou tentando olhar com frieza e distanciamento. Ah,querido Brecht,quanto tenho que aprender com você.
Tenho ultimamente vivido uns dias muito felizes,com sorrisos simpáticos,com o contraste branco das nuvens no azul do céu,com músicas cantarolando meu dia,com estrela cadente magnificamente única no céu do meu bairro,com abraços amorosos do menino encantador.
Tenho focado bastante o meu super objetivo vital - passar numa faculdade pública. E aí vem meus objetivos menores,que voltdo à isso seria estudar todo dia. E conhecer tudo o que eu tenho direito nesse mundo,desde pessoas a formigas. Variedades,gostos,cheiros,perfumes,mãos,desenhos,filmes,canções...tudo.Tudo mesmo.
Creio que posso melhorar de Cássia para um andróide super desenvolvido humanamente.
É isso...vou procurar ser mais objetiva,não deixando de lado minhas raízes psicológicas pornógrafa sentimental (igual diria meu caro e magnifico amigo André).
Vou sorrir incostantemente nesse ano.
Ah,dia 7 de março de 2008 - Bicentenário da chegada da Família Real ao Brasil.
Queria fugir um pouo desse meu egocentrismo,desse universo Cássia mas,vejo que não é de todo fácil,ja que eu tenho um blog e nesse blog posto(desde sempre) coisas sobre mim.É difícil mesmo focar outra coisa. Ou seja... vou tentando olhar com frieza e distanciamento. Ah,querido Brecht,quanto tenho que aprender com você.
Tenho ultimamente vivido uns dias muito felizes,com sorrisos simpáticos,com o contraste branco das nuvens no azul do céu,com músicas cantarolando meu dia,com estrela cadente magnificamente única no céu do meu bairro,com abraços amorosos do menino encantador.
Tenho focado bastante o meu super objetivo vital - passar numa faculdade pública. E aí vem meus objetivos menores,que voltdo à isso seria estudar todo dia. E conhecer tudo o que eu tenho direito nesse mundo,desde pessoas a formigas. Variedades,gostos,cheiros,perfumes,mãos,desenhos,filmes,canções...tudo.Tudo mesmo.
Creio que posso melhorar de Cássia para um andróide super desenvolvido humanamente.
É isso...vou procurar ser mais objetiva,não deixando de lado minhas raízes psicológicas pornógrafa sentimental (igual diria meu caro e magnifico amigo André).
Vou sorrir incostantemente nesse ano.
Ah,dia 7 de março de 2008 - Bicentenário da chegada da Família Real ao Brasil.
segunda-feira, 3 de março de 2008
Ceninha na sala
Sofá jogado na sala
meu corpo enterrado nas almofadas
meu corpo enterrado nas almofadas
Feixes de luz pela janela
Olhos,mãos,bocas e pernas
toda a área
quieta,única e calma.
Cílios em meu peito
Cílios em meu peito
o gosto da sede
de querer sentir mais uma vez
o cheiro e os olhos aguados.
o cheiro e os olhos aguados.
Sofá - eu
mãos.
Um lápis,papel
o sangue pulsando
veias e coração.
sábado, 1 de março de 2008
Um sábado
Não poderia estar mais feliz com esse céu azul em contraste com o branco.
Não poderia desejar outra coisa senão ser eu mesma,nesse tempo e espaço.
Não poderia sorrir se estivesse impregnada de pensamentos.
Não poderia ver a beleza se não tivesse olhos de quem vê tanta beleza.
Não poderia afinal,querer mais do que isso,ja que isso é o que eu tenho e que desejo agora.
É o que eu desejo agora: isso. Desejo-me.
E desejo tudo ao meu redor,não com egoísmo e autoritarismo,mas como alguém feliz e sorridente.
É o céu que se abriu depois da chuva. São as risadas.As bocas gulosas no doce que riem depois. Os olhos fechados...as mãos.
As mãos.
"Eu amo"
Não poderia desejar outra coisa senão ser eu mesma,nesse tempo e espaço.
Não poderia sorrir se estivesse impregnada de pensamentos.
Não poderia ver a beleza se não tivesse olhos de quem vê tanta beleza.
Não poderia afinal,querer mais do que isso,ja que isso é o que eu tenho e que desejo agora.
É o que eu desejo agora: isso. Desejo-me.
E desejo tudo ao meu redor,não com egoísmo e autoritarismo,mas como alguém feliz e sorridente.
É o céu que se abriu depois da chuva. São as risadas.As bocas gulosas no doce que riem depois. Os olhos fechados...as mãos.
As mãos.
"Eu amo"
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