quarta-feira, 26 de março de 2008

Cair na nuvem e gritar no silêncio

Não há muito o que dizer do que se sente tão profundo e essencial.
É que tudo parece muito real,e por parecer muito real é que parece não estar acontecendo...é minha imaginação.Queria aprender tantas coisas. Sinto-me deslocada de um mundo inútil,desse mundo inútil. Para falar a verdade,meus caros amigos leitores invisíveis,sinto-me esmagada. Uma pressão bastante grande sobre meu corpo todo,comprensando-o,atrofiando os músculos e a mente querendo parar,mas funcionando como uma máquina potente e pensa e pensa e pensa...
E pensa.
Mas para a falar mais a vedade ainda,senhores,estou indiferente. Tudo é tão belo e assustadoramente superficial. Aliás,percebi que tenho uma paixão platônica por céu e nuvens. E sombra e banheiros e tudo quanto me agrada em pequenos momentos vitais,numa simples caminhada.
Sabe porque eu gosto das nuvens? Elas cobrem o sol. Não que o sol seja feio e eu não o admire. O facto é que ele me queima na alma e sinto os meus pelinhos do braço desfazendo-se. E aí venta e a sombra se faz sobre sua pessoa. Outro segundo motivo é que,as nuvens,por serem nuvens,fazem cair gotinhas e gotonas de água sobre nossas cabeças,e a cena,a imagem que forma o conjunto nuvem + chuva + pessoas molhadas é deveras encantadora. Imaginem,meus pomposos invisíveis, uma camera lenta e quando as gotas caem no chão,percebe-se as gotículas espalhando-se timidamente por entre o espaço. E um terceiro motivo é que,ao entardecer,no pôr-do-sol,as nuvens ganham uma coloração alaranjada e corada,de rosa e um pouco de vermelho e roxo. E então,meninos e meninas,meus olhos brilham com tanta beleza,e meu corpo parece querer voar e pular nas nuvens pomposas e macias.Meu corpo que pular na alma-nuvem de mim mesma.
Como sempre,sem chegar à conclusão alguma,deixo tudo aleatoriamente jogado no tempo espaço Cássia. E fico assim,numa linha que divide a realidade real e a realidade que eu acho que vivo. Vivo ambígua,em um mundo paralelo que,além de ser paralelo tem outro paralelismo. Três. Três personagens. Fico perdida,quero gritar tão alto e ensurdecedor,quero ouvir um silêncio profundo e eterno,onde nenhuma voz me incomode nem pareça querer me aterrorizar.
Vou tampar meus ouvidos.A minha boca quase não fala. Não posso tapar meus olhos,porque o que vejo é o que eu sinto,porém eu vejo demais e penso demais. Acabo então,por tapar minha mente.

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