Nem dois, nem cinco.... apenas um dia de outono.
Acabou a transição verão-outono. Acabou a distorção verão de férias ardentes mentais.
O frio demora agora e espero que demore sair(assim como demora sair algo muito esquisito da sua cabecinha) minha vida pelo vento.
Vejo agora um retatro de meus avós,não...não desses retratos em preto e branco que se desfazem e esfarelam se não tomar cuidado ao manusear. Um retrat tirado de uma câmera digital. Imagino o quanto de tempo-espaço não viveram os dois e completam agora cinquenta anos de casado. Bodas de Ouro. Cinquenta anos. Não são um dia de outono,nem três meses de paparico galanteador. São cinquenta anos de casado. Uma vida conjugal amorosa por entre campos elísios e palavras desnecessárias.
Tudo é uma vida.
Um segundo do meu tempo aqui é uma vida. Um piscar de olhos e o acidente mais ridículo e infame acaba com sua cabeça.
Mas é um dia de outono. E outono é tanto uma estação deveras alegre,quanto triste e solitária. O sol ameno e o friozinho no rosto. Não se sabe o que pode acontecer. Ainda tenho dias e dias outonais para gozar de minha vida; caindo folhas secas e vermelhas no chão do tempo - espaço. Desenha-se uma linha do tempo,a minha linha do tempo e verá que,ao saber da minha alegria outonal,não fui de todo a menina rebelde e egoísta nas estações seguintes.
Outono - inverno são belos na sua essência de outono-inverno. E no país em que vivo,nossas estações não são bem definidas. Portanto,o outono,aquele imaginado nos filmes,com ar de Central Park,não passa de mera ilusão. Mas é uma ilusão satisfátória. O nome já é bonito.
Portanto, senhores caros leitores decadentes,concluo que não há o que se concluir nessa vida. Tudo é muito variável e mesmo que haja uma trajetória,não sei se hoje como carne ou se tomo iogurte.
Até o clima é varíavel.
A matemática possui variáveis.
A palavra variável é em si variavelmente variável.
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