sábado, 22 de março de 2008

Qualquer trocado que me alivie

Um trocado de palavras para passar o tempo que é gasto inutilmente.
Estou com sono e insisto em dormir tarde. Aliás,quem não insiste? Adiar o tempo,ficar mais acordada para não dormir e achar que vai morrer dormindo. Que seja,é menos doloroso.
Sonhando ainda,maravilhosamente com uma folhinha caindo da árvore e ver que a única folha que restou, caiu; e essa folha era você. Era você, porque o chão já estava vazio. A respiração vazia. Tudo que transborda um dia acaba.
Será o mar um pote trasbordando que um dia acaba?
Porque não?
Limpa os olhos,pois estão embaçados.
Uma nostalgia repentina e marota atinge o âmago de infantilidade da vida pré adulta. O tempo de brincar, de ser mimada pelos avôs e pelos tios,a mãe te cobrindo à noite e beijando a testa e a lancherinha na escola na hora do recreio.
Ainda não aprendi a lidar com isso. Isso de crescer. É um mal de Cássia. Fico pensando,matutando...quantas pessoas ainda passarão pela minha vida?
Em quantas vidas eu passarei antes de beber o último gole de água e de sabedoria?
O céu também é bonito quando não se é azul. As tempestades proporcionam noites barulhentas e um medo aconchegante.
Onde é que foi parar o que eu estava procurando,quando eu mais precisava?
Era coisa boba,atoa. Sou boba e atoa. Estou calma de agir com furor. Sabe,aquele calor que dá lá dentro e sua mão sua,seus olhos ficam vermelhos,você esquenta sem saber quantos graus Celsius o termometro marcaria a mais que o normal.
Cansei. Vou dormir.
Já aliviei a tensão que nem existia. Isso tudo é como uma dose de algum remédio viciante...às vezes você o toma sem precisar,por puro capricho.
E aparece aquelas dores psicológicas.
Estou grávida psicologicamente e creio que, em um futuro distante, meu filho imaginário esteja escrevendo alguma carta despedida para sua mãe já velha e tossindo os alvéolos fora.

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