quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Às vezes entra um vento frio pela fresta da porta

somos fumaça
que queima a garganta
e dentro de nós
uma neblina
em dia de descer a serra

um dia te beijei
debaixo da árvore
outro dia
esperei no ponto de ônibus
o ônibus que não chegava nunca
e peguei outro

essa mania de esperar
esperar a noite chegar
esperar o avião
esperar a luz voltar
a chuva passar
esperar a vida acabar

esperar a fumaça
se diluir no vento
pra poder ver melhor

às vezes dá uma sensação de que
nunca mais te verei
porque escrevo isso?
e me dói um pouco
me dá saudade
me assumo
em certas condições

é um pouco triste
uma lágrima triste
de tempo/espaço
diversos
como sempre foi

uma hora tentamos esconder
e escondemos bem
esconde-se bem
outra hora aponta
depois se esconde
depois aponta
. . .

digo por mim
apenas

que sejamos felizes
em todos os sentidos
ao menos
pois não no sentido
que não foi
que sejamos felizes

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