Parei no metro para esperá-la. Fiquei meia hora na espera. Muitas pessoas passavam, entravam e saíam. Li um livro, olhei, reli, olhei as pessoas novamente. Olhava o relógio... condensado. Às vezes acho que parei na vida. Tanta gente passando por mim, quantas pegadas marcando o chão sujo, meus olhos, meu pé estático. Às vezes acho que espero da vida. Respirei fundo. Tudo em volta flui muito bem enquanto fico parada observando os outros, observando alguma história que não é minha, alguém que me pergunta o preço da passagem do ônibus, outro que pergunta onde fica tal rua " estamos nela, é só subir...". Sede, muita sede.
Sensação absurda de ficar enquanto os outros vão. Um pressentimento que, enfadonhamente, me faz calcar as unhas no chão atoa, pura bobagem. E que não sei como mudar isso, como fluir, como passar a catraca sem pular, sem ir só de escada rolante. Ironicamente estava terminando de ler On The Road... chegaram no México. Eles vão, passam, uma formiga que morde e faz ir, apenas ir.
Já cheguei a achar que sou eu quem passo, mas o relógio marca sempre a mesma hora.
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