terça-feira, 8 de julho de 2008

Monroe fumaça

Ao meu amigo João Henrique
por termos uma sintonia única...
É pouco tempo
É recente ainda.
Mal te conheço assim como me conheço.
E é por esse pouco nos conhecermos
que muito temos o que falar
e nossa sintonia parece criar uma bolha
eu e você
(sem ser na sua fumaça de cereja cigarrética)

Monroe,King Cole,Nina Simone
e mais outros e outros de nossas épocas não vividas
Como se ressucitassemos de um nada orgasmático musical-fotográfico
e chorassemos e dançassemos lágrimas de rios nostálgicos.
E ficamos intactos no tempo
(como uma mosca no âmbar)
achando que o mundo no final das contas não passa de uma bola que gira
e que nos prende atoa na atmosfera
onde vivemos para satisfazer nossos prazeres mais fúteis e inúteis
( e vitais e sexuais e inocentes)

Quando a noite veio e vi você
tranquilo na rua
fumando
com sua camisa pólo
e a boina grande na cabeça
(que depois passou a ser minha)
resolvi,na minha noite,minha silenciosa noite
escrever estes versos de homenagem
(homenagem simples e pobre)
que tanto queriam sair de mim para você.

O sol se foi,a chuva desce numa velocidade constante de pingos no telhado
nossos braços vazios de outras pessoas
e nossa busca insesante por olhares que sejam a chave de nossas dúvidas.

O papel
O lápis
O cigarro

A Monroe em fumaça difundindo-se
em cada órgão vital de nosso sonho terrestre.

Nenhum comentário: