sexta-feira, 18 de abril de 2008

Tive uma sede terrível de escrever minhas palavras aqui. Medo,ansiedade,alívio,necessidade e outros factores comuns. Tudo isso rendeu frases e frases das mais aliviadoras possíveis. Vomitei tudo o que queria,nesse meu mundo virtual blogdesco empoeirado,como se a única solução para minha continuidade terrestre,fosse me esbanjar de palavras jogadas aleatoriamente,na esperança de que elas se arrumassem,como num jogo de palavras e transmitissem um nono de minha inexperiência vital.
QUE DELÍCIA!
Alguém,por favor,traga-me um copo de leite.
O mais alvo e puro leite.
Leite.
Vinho.
Água.
E sabe,o mundo paralelo pode convergir com o real.Aliás,mundo paralelo,ó meus senhores investigadores,só é uma desculpa chula para satisfazer nossos desejos proibidos,na tentativa de encaixar alguma coisa que valha a pena na inconstante vida sacrificada do nosso íntimo.
O outono! ! ! ! A mais bela e amante estação. O sol,de manhã,caminhando para o auge no seu pôr,é magnificamente encantador quando se fundido com o vento uivante balançando meus cabelos sujos e brilhantes,deixando-os mais claros,de um castanho encantador,e eu,fechando meus olhos temendo uma partícula de poeira invasora,fico graciosamente parecendo uma criança indefesa no alto de um penhasco. Eu fico sorridente e abobada,só de pensar que posso desfrutar dessa beleza e agradeço(como uma índia virgem) o deus sol e o deus vento por tamanho poder sobre nossos corações indefesos,por tamanho poder sobre os animais hirsutos e grotescos.
Tenho apenas dezessete anos. Tenho apenas mais seis dias para desfrutar na minha menoridade e penso que isso é como o fim de um caminho.Não,o fim de uma fase,de um ciclo que ficará para trás. Toda minha infância e juventude fecharão,como se fecha um ano velho e de repente estamos em ano novo um segundo depois,e pensar que,há 5 segundos estávamos em outro ano que nunca mais voltará,mas ficará guardado,como pastas num arquivo enorme de uma sala mais enorme e assustadoramente com suas prateleiras até o teto que também é muito alto para alcançarmos a luz.E então,na minha nostalgia e sede de querer reviver tudo novamente,verei que é impossível olhar pasta por pasta daquele arquivo e a única coisa a fazer é colocar mais documentos e documentos não assinados em mais pastas. Ou seja,não reveremos,nessa nossa trajectória de vida enigmática,sequer uma linha de um papel desfeito e amarelo do porão de nossa vivência.
O que eu quero dizer é que no outono,por tudo parecer tão belo,lembro-me grandiosa e saudosa de meus tempos remotos,do meu pai,dos amigos que não vejo,daquelas pessoas momentâneas que me venderam pirulito na padaria. Das viagens de carro que eu adorava fazer,só porque minha mãe,para nos agradar,levava um monte de guloseimas para apreciarmos na viagem tão longa como única de nossas vidas infantis. Minha e do meu irmão,que hoje,numa frequência de chatice não tão diferente de quando o conheci e tive consciência disso,não tem nada de infantil e sim de afastamento. Nem o vejo,mesmo morando na mesma velha e amada casa,onde ele,parecendo um pássaro gordo e odiado,aninha-se no seu quarto tão valioso como ele o acha,e tranca-se até algum de seus amigos ou uma fome apareça. Só. Os únicos grandes motivos são infames diante de uma irmã e uma mãe. O pai já morreu mesmo,então não há porque ele sentar na sala e assistir os programas ridículos da TV.
E eu,solitária quanto ansiosa por procurar palavras que me façam valer a pena,sento-me lá fora,com o sol na cara e o vento uivando,esperando que alguma coisa extraordinária apareça na minha vida. Um extra terrestre verde de antenas,ou um super herói voando o céu e cair,com restos de nuvens,no meu quintal levar-me até algum lugar muito bonito e desfrutarmos de experiências nunca antes imaginadas.

Um comentário:

AHF Campos disse...

TANTA BELEZA
A vida me leva para tantos cantos, e as vezes, tenho que lembrar-me que existem pessoas tão belas como você. COMO VOCÊ. E que as coisas não são tão ruins assim. Perdoe-me, não-me-perdoando-os-textos-não-lidos, pois sempre vem aquela sensação de que a vida parece menor. É a vida!Não tenho tempo!Ando trabalhando demais!E todas as outras baboseiras.
Adoro sua sinceridade e sinto realmente não poder vê-la. Acho que um encontro bastaria. Apenas. Apenas para sentir sua realidade, Olha, a Cassia existe mesmo!! E ela é linda. Que peitões Rsrsrs.
Só queria declarar que te admiro muito. Muito.
Do seu eterno,
André.