segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Cru

É esse espírito poético
esse que vem em devaneios
planos abstratos no fundo dos fundos
do colo e líquido
no ponto de luz em meio a uma escuridão imensa
porque sem escuridão a luz não existe

E assim como não há palavras
sem insanidade
sem a faísca

se a alegria fosse eterna
não haveria tanta graça
de não conhecer a tristeza
que é bela nos seus momentos
de pura nudez
crua
absolutamente a essência

essência
tão no ponto
mas tão vasta
e é essência mesmo o último ponto dos pontos
o início
o puro

queria escrever com a pena
e a tinta num papel amarelo
queria escrever com a essência
de poetas
e únicos
desconhecidos
intrusos
e a alma sã
a cabeça sã
de tão louco que já é

porque além de tudo o desconhecido é também tão belo
o desconhecido de mim
do eu em mim
do eu em alguém
e de alguém em mim
ou só de um mesmo

mesmo mesmo
mesmo sendo
como aspirante
nada tem valor
tão real e lúcido
como os nossos
olhares
de vários ângulos

começando pelo triste
a faísca



3 comentários:

Ariadne Manfredine disse...

Cássia,

Que lindo! Muito delicado seu blog, há dias que realmente precisamos expor nossos sentimentos e pensamentos.
Obrigada pela presença no "Expressar Sentimento".
Bessossssssssss

Anônimo disse...

Olá Cássia, tudo bem?
Que lindo esse poema... traz boas imagens!
Obrigada pelo comentário no meu blog...

Bjos

AHF Campos disse...

Querida Pornógrafa Sentimental, Fiquei lisongeado pelo link, você já deve ter percebido que nossas conversas tem sido muito produtivas. Você já faz parte do Reticenciar, e sou muito grato por sua presença.
Quanto ao texto, achei-o lindo, e super-personalista-sujetivo, mais me parecia uma moldura para a pintura interior do leitor. Entendeu? Exagerei? Tão subjetivo quanto! Obrigado mais uma vez pelo link!!