quinta-feira, 25 de outubro de 2012

vida louca vida

Hoje acordei 12h30. Dormi deliciosamente, um sono gostoso, alguns sonhos estranhos, mas nada demais.
Depois de um dia cansativo e reflexivo, minha noite ontem foi deliciosa.
Ontem foi meu segundo dia de estágio na escola. Acompanho uma classe de 5ª série numa escola no centro de São Paulo. Aliás, ontem peguei outra turma. Foi foda. Fugi na hora do intervalo com o ouvido e a cabeça estourando de tanto barulho e indignação com todo o sistema educacional brasileiro. Uma burocracia de merda, um sistema consolidado que não reproduz, muito menos produz, conhecimento algum. A escola virou um depósito de alunos, com sua estrutura física parecendo uma prisão, grades e telas e câmeras por todos os lados. Cada classe tem uma câmera. Com que sentido?
Os alunos devem permanecer sentados a aula toda e não importa como se fazer isso, mas tem de ser feito. Enfim, foi algo que me fez refletir muito sobre tudo isso e sobre se quererei mesmo seguir essa carreira de professora.
Quando sai da escola o dia lá fora parecia continuar normalmente, a cidade parecia até mais silenciosa. Passei uma loja de móveis antigos, entrei, cheiro de pó, coisas velhas, um piano velho, uma estátua do jornaleiro igual uma que minha avó tinha. Depois fui até o Estadão (lanchonete) e comi uma coxinha. Passei na Biblioteca Mário de Andrade e fiquei lendo aquele texto sobre a Frida. Desenhei na pasta. Estava esperando dar horario de ver as meninas.
Daí passei pela Maria Antonia, pelo Sesc Consolação pra usar o banheiro e fui pela General Jardim encontrar o barzinho que eu tinha combinado de ir com Aline, Julia e Andrea, um bar bem no centro, chamado Xangô ( a cerveja é em dobro nas quartas-feiras). Cheguei lá e estava Aline e Gisele numa mesa com vááárias meninas que nunca vi na vida. Julia e Andrea acabaram não indo.
Conhecemos alguns estrangeiros, um italiano que é de Bologna, onde tem a universidade mais antiga do mundo, com 1000 anos, e de onde vem o molho a bolognesa, que na verdade lá eles dão outro nome que eu esqueci. Também não sei o nome dele, mas é um italiano muito fofo, super simpático, disse que está de intercâmbio na Argentina estudando alguma coisa sobre engenharia civil na favelas da Buenos Aires e que cheggou segunda aqui pra visitar a amiga espanhola que eu também não sei o nome. Ela é uma espanhola muito engraçada, fala enrolado e tem um sotaque legal, loira de olhos azuis, muito bonicta. Está trabalhando no Brasil em alguma galeria de arte. Com a crise na Espanha eles estão vindo pra cá. Acho ótimo. E uma outra espanhola que está há 3 meses no Brasil, uma graça, também da engenharia civil, mora no Edifício Copan com moço lindo que parece modelo e gay, mas não sei. Tinha uma moça incrivelmente charmosa chamada Ane, com cabelos encaracolados, uma boca linda e pirei vendo aquela boca se mexendo falando sobre um debate que estava tendo no bar sobre arte experimental, que na verdade era sobre urbanismo e arte em São Paulo. Daí ela, a moça dos cabelos encaracolados, começou a dizer alguma coisa sobre a praça Roosevelt e sobre arte de rua e sobre a interação das pessoas com a arte que não é preciso entender mas cmpartilhar blablablablabla, como você é bonicta moça, ai ai. Quando cheguei na mesa ela me encarou muito, me olhou assim surpresa, mas. Daí ele voltou pro debate que agora estava num pé sobre tarifa zero e dinheiro público. O papo rolava com os estrangeiros. A espanhola loira contou uma história muito engraçada de quando morava na Espanha, que ela e mais uns amigos quase morreram intoxicados de monóxido de carbono do aquecedor do apartamento. Que eles estavam no apartamento e ela começou a passar mal, o core (ela falava assim: "meu core tum tum tum tum acelerado, oh") acelerou, daí a amiga, chamada Cora, que era médica falou pra elas irem pro hospital, daí pegaram um táxi, e o mal estar já havia passado e chegaram no hospital, fizeram exames o médico desesperado perguntou quem mais estava no apartamento e daí elas ligaram desesperadas e pediram pros dois amigos que já estavam quase dormindo irem correndo pro hospital, daí o médico colocou todos eles num tipo de bolha e dentro de um escafandro pra poder desintoxicar. Foi deveras muito engraçado ela contando com a rapidez da lingua. Foi sensacional. Prostitutas e travestis e mendigos passavam pela rua, tudo muito natural. Também experimentamos tamarindo. (?). Foi lindo. Depois peguei uma carona com o gatão modelo e a espanhola que moram no Copan, que na verdade é do lado do bar e o ponto é na frente do prédio. Mandei uma mensagem pra gatinha-de-beijo-gostoso e talvez eu a veja semana que vem, ela é uma malandra e beija divinamente. Vim cantando no ônibus. Cheguei em casa cansada, morrendo de fome, comi miojo, que delícia, tomei aquele banho relaxante, dormi como se dorme nas nuvens. Acordei tarde, matei aula, cheguei atrasada no trabalho e não fiquei na minha sala porque um gato morreu no vão entre as paredes e o cheiro de creolina era muito forte.

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