quarta-feira, 24 de outubro de 2012

o que dizer das criaturas
que amam por
uma sede infinita de amar
com suas mãos áridas
e seus olhos secos de poeira
por que amamos?
o que amamos?
em nossos corpos há
marcas do amor que nos atinge
algumas feridas
a paixão que queima o pescoço
o pulmão
a saudade de se doer eterno
aquilo que pesa
e fica balançando para o resto da vida
aquilo que nunca foi dito
aquilo que se diz
mas fica no ar
oscilando na brisa da manhã
no dia nublado
na luz do sol
no cheiro de esgoto
e enjoativo de perfume

quem nos diz o que amar?
se sabia que doeria
e continua doendo
mesmo desamando
todos temem o amor
e ninguém nunca deixou de amar

que com ele vem a febre
e os encantos
os encontros
os desencontros
a saudade
o fim
o eterno

- oh, meu deus

Nenhum comentário: