quinta-feira, 12 de junho de 2008

Porta fechada

Não me encontro,não me encaixo
desabafo comigo mesma
querendo alguma coisa
um café,um abraço,um alguém.

Já tentei várias formas
de viver,de ver e reviver
Não passo de uma fumaça esvaindo em nada
em pó que cai no móvel e o vento espalha

Não me acho. Não adianta,não me encaixo.
Cansei de ser eu mesma,de Literatura
De Fotografia,de intepretar textos
Cansei de Pintura,de lápis,
de amor inexistente
bater os dentes
chorar misérias
Eu cansei de Música,de Idéias
de pessoas,
do Chico artista homem perfeito
das vozes femininas em balbúrdios
esqueletos humanos duros e secos.

Mas no final,essas são as únicas coisas que me salvam
que me guardam e acariciam.
Vou correndo aos pés dos livros inúteis
que não me ensinam como amar
nem me dão uma mão que se enlace na minha
Mas a imaginação me torna grande que passo a viver disso
e todas as artes ressurgem como Fênix
e me embalam de novo para o nada.
Não quero ser nada,mas eu já me acostumei com o nada.

Já nem sei o que sou,o que faço,não faço nada
só respiro e mando carbono pra fora
sou um peso em mim mesma

Não tenho filhos
nem transmiti minha herança infame
Muito menos contei histórias infantis
juvenis,quadris.

Não me acho e esto jogada no mundo
como alguém condenado pelo pecado mais capital
e horrível da carne fraca
do sexo fraco

Fechem-me as portas,as janelas
corram as cortinas,o espetáculo nao é tão interessante.
Envelheço sozinha cheirando a mofo
dormindo sobre livros
e escutando Nina Simone.

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