sexta-feira, 24 de abril de 2009

Parabéns-me.




Sinto-me privilegiada por ter um lugar onde eu possa expor minhas pequenas idéias. Sinto-me privilegiada por viver apenas, no sentido literal da palavra. Poder respirar, falar, sentir, observar, tocar, sentir o sabor no paladar, desfrutar do sol, do outono, sentir frio e calor, passar por dificuldades... e mesmo assim sorrir. E mesmo assim, seguir em fente. A nossa pequena-longa-escura estrada da vida.


Bem, mas hoje vim falar-me especialmente do meu aniversário. Hoje, sexta-feira, dia 24 de abril de 2009. Meus 19 anos...


Parece que cada ano ganhamos um "poder"... uma virtude que é especifica de tal momento. Como algum desenho japonês, que cada batalha, cada nova fase, se ganha alguma coisa. E eu ganho mesmo, eu sinto, que já não sou a mesma de quando eu fiz 18 anos, embora essa mudança seja consideravelmente pequena, e que ainda tenho muito chão pela frente, muitos novos anos, muitos novos momentos... é uma questão de se modelar.


Mas creia, meu bem, ainda sou a eterna criança. Essencialmente tem algo dócil e infantil no meu âmago. E isso, sendo virtude ou não, me deixa mais feliz. Mas eu aceito, agora ( depois de muito relutar) que eu cresço e me torno mais velha, no sentido social, porque vou adorar envelhecer e falar gírias idosas, mas a mente, a mente é que fica.


Dezenove anos. Lá se foram meus longos anos brincando, rabiscando a parede do quarto( embora eu ainda faça isso) ... e estou cada vez mais para minha fase adulta, a responsável, a chata, vá...por favor, concordemos. Não quero seguir o sistema à fio. Não quero, nem nunca quis. Que isso fique bem claro... o facto é que, ou se acostuma, ou sei lá... te condenam e te mandam para a fogueira da inquisição. Não deve ser tão mal assim, já que muitos dos grandes pensadores....bla bla bla, etc.


O gostoso de fazer 19 anos é... são os 19 anos, entende. É um único número. Não se faz 19 anos duas vezes, porque, matematicamente, depois dos 19 vem o 20, assim, toscamente falando. Sabemos que entre 19 e 20 há infinitos números, mas, fiquemos com o básico e social 19 inteiro e 20 sucessor. E eu jamais terei outra chance de ter 19 anos. Assim será com os 20, 21, 67, 135 ... aliás, nunca se sabe. Expectativas de vida aumentam. Isto é, se o país crescer em todos os sentidos.


Nova faaaaaaase. Estou cursando faculdade de Letras, moro em São Paulo. Mas nunca, nunca deixarei as minhas raízes. Mesmo eu querendo...! Porque, ó meu querido e empoeirado blog, há dias que você quer nascer do nada, de ninguém, nem ter contacto algum com os humanos. Isso fica pro surreal que é a nossa imaginação. Na realidade, doa o que doer, seja agradavel ou não, nunca abandonamos nossas raízes. Essa raíz tatuiana, da cidade ternura, onde não tem nada para fazer, nem se divertir, a não ser reunir os amigos e tocar violao e beber vinho... E isso é maravilhoso.


É meu aniversário, senhoras e senhores membros do júri. Eu tenho direitos hoje. Direitos em especiais, que eu não terei amanhã. Pois amanhã já terei 19 anos e um dia, e como 19 anos e um dia não é um ano redondo, eu me fodo. Porque ninguém comemora desaniversários. Ah não ser que eu passe a fazer isso... percebi ultimamente que eu ando vendo muito os dois lados das coisas. Como um signo de Saussure.


Agora mesmo, cá estava eu a fazer arroz... e eu sempre gostei do aroma de cebola frita no óleo de soja e da cor dourada que ela possui. É muito gostoso.


Mas, bem, o que eu me desejo para esses 19 anos é: saúde, amor, compreensão, artes em geral, fotografia em especial, muito vermelho-branco-preto... arco íris pode ser também. Muitos abraços, beijos, apertos de mãos sinceros, olhares indiscretos, bocas inquietas, corpos quentes, amizade, amigos antigos, novos amigos, que eu aprenda francês, que eu aprenda inglês, que um dia eu saiba tocar piano, menos egoísmo, mais confiança, que meu cabelo cresça, um cabelo lion, um cabelo escorrido, muita música, do clássico ao pop de qualidade, a Nona Sinfonia, um lugar pra morar em SP, meu amor mais amado, meu eu amor mais amado, minha felicidade eterna, meus sorrisos intensos, minha alegria repentina, meus pensamentos existenciais, meu acordar para vida, mas um dormir tranquilo, mais flores vermelhas, mais flores em seu todo, mais sintonia, mais Outonos, um frio no rosto, um momento eterno...


E mais aqueles que eu não sei o que são bons, mas que ainda hei de passar.


Viva meus 19 anos. Viva os anos. Viva o tempo - parado nele mesmo e a gente passando. Viva todo um passado enterrado, um presente incerto e um futuro preto e branco no colorido da nossa alma. Viva eu. Viva Tudo!




.... "Viva o Chico Barrigudo"






"As vezes ouço passar o vento; e só de ouvir o vento passar, vale a pena ter nascido."


Fernando Pessoa




Um comentário:

Mariana disse...

"Como um signo de Saussure. "

hahaha
amiga, isso me confunde tanto...vc nem sabe! seu texto ficou bem purinho. um desses que a gente fica parado no meio pra pensar.