sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Deitados entre os rododendros

E que por dentro de tudo feio que a gente via, tinha o mundo maravilhoso que escolhemos a dedo, feito por pessoas e momentos, danças e música. Amigos.

Eu ainda precisava fermentar toda essa alegria, pois só agora escrevo-lhes.
Vocês me deslocaram do tempo, fora do tempo, como diria Luiz, o mala. Demorei dias para me recompor, de um lado brilhando de sol e chuva, de outro as nuvens negras dessa tempestade real. Foi difícil encarar outras coisas, lembrar dos momentos lindos. Voltar pra São Paulo não foi fácil. E não queria deixar ninguém ir embora, mas sei que estamos juntos sempre, por essa força também fora do tempo, única, teatral que une cada um por veias de sangue perdido, como diria Chico. Eu te amo.

E só de pensar agora, quase choro, seguro o choro, estou sozinha. Não é feio chorar, nem de alegria, nem de felicidade. E derramei muitas lágrimas por vocês todos, quem estava e quem não estava. Choro de saudade, de lindo, de mágico. Choro feito boba, choro sim.

Nos batizamos no rio, ritualizamos com o vinho para Baco em volta de batuques e luz e tochas e cantorias, desejos todos sinceros. Fotografamos nossa intimidade meio envergonhada, dançamos numa lavoura arcaica, que cena, nunca me esquecerei, Kaline, menina moça morena, que encanto, me hipnotizou. Chorei largada feito criança que ganha um super presente de natal e você, ali, divina, rodopiando com sua maciez no cheiro de mata chuvosa menina. Que lindo.
E nos chateamos por momentos, e comemos coxas de frango e corações nossos, sempre entregues, e frutas a derramar pela boca, os pés em terra molhada escorregando, o gacto sempre sendo cultuado com seu mio clássico.
Dormimos juntos. Tentamos dormir juntos, mas a alegria é tanta que eu ria e abraçava todo mundo com meu sorriso.

Deus, me dê menos alegria.

Eu explodiria, me arrebento ainda, de tanta alegria, cada partícula que sai de cada um e me atinge, me dói, me ama.

Não queria dizer, mas essa coisa me faz ir, me faz querer sempre mais e esperar por vocês, como não espero tanto da vida, ah não ser sorrisos e abraços, amor, amizade. Carinho, beleza e arte. " mas essa lua, esse conhaque..."

E agora aqui, sentada, sozinha nessa sala escura da faculdade, barulho nenhum lá fora, choro ainda feito menina. Obrigada, deus-baco-dioniso-destino-teatro-tatuí-cada-um-de-vocês por todo esse pulso que me embala de alegria, por nosso reencontro, nossas descobertas, nossa ida e nossa volta, nosso círculo, vínculo teatral, de amor maior, de nós.

sem ironia: que bom que nos reencontramos.

e cada dia, cada Elaine, bacia com água e mato, cada pega de pé mole, são nossos passos que sempre voltam.

5 comentários:

bianco disse...

não digo mais nada, só que uma visita sua a Barra Mansa nos ia fazer muito bem. tem uma linha de trem esperando pra ser fotografada aqui. saudade.

Kaline disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Kaline disse...

è lindo...lindo nosso amor... o maior tesouro que já descobri... amo você... amo todos vocês, venha prá cá, que como o Bianco disse ...eu, ele e a linha de trem te esperamos...

Karine de Andrade disse...

Suas palavras me arrepiam, deve ser o amor tomando conta dos meus poros e exalando por todo meu corpo. Que bom que nos reencontramos. Que bom que vcs existem. Que bom que vcs são meus amigos. E que seja pra sempre.E ai posso garantir que minha vida há de ser pra sempre, boa tbm. Pq tenho o sorriso e o abraço de todos vcs, perto ou longe o amor nos une e nos faz presente há todo momento. É como se eu tivesse feito como o cazuza quiz. Juntei vcs dentro de uma garrafa e bebi todos de uma vez, carrego todos aqui dentro de mim, até o fim. Amo vcs meus amores... "Só no canhimbinho."...Beijos e abraços Zola Power Forever...rs

Unknown disse...

Só a Francisca com sua alma, pra registrar em palavras os nossos momentos mágicos. Obrigado meu Deus, obrigado pela vida, pelos amigos.
Um cheiro do baiano.
G