segunda-feira, 30 de abril de 2012
domingo, 8 de abril de 2012
tarde
E esse café frio virado aos goles num solavanco pela garganta descendo
o esofago frio ácido engole outro gole mais frio ainda amargo e desceu o copo com um pouquinho sobrando no fundo e colocou açucar muito açucar e novamente desceu na boca aquela escuridão doce e fria. .?. Era tanta vontade de fazer nada. É uma tarde abafada que paira um ar amarelo meio mofo escorrido na testa de suor que gruda o cabelo. O ar fica meloso, mais que uma melodia, e toca um ventinho, quase um vento, era um sopro diábolico que se perdia em meio as velas acesas no meio do pátio, soa um zumbido de mosca que cheira a bosta do cachorro e ronda seu rosto com cara de bunda, e aí você passa a mão para espantá-la ela continua...você abana a mão novamente, ela continua... até você sair correndo até o banheiro chocolhando o café frio no estômago murcho. A mosca fica sozinha lá fora no quintal amarelo ela continua comendo merda e surgem outras mais outras naquela bosta mole gosmenta que suja o pé inteiro se pisar. E você no banheiro lavando o rosto para tirar o suor a gordura o brilho do nariz tirar as bactérias jogadas pelas asas da mosca verde. Nesse momento a tarde passa arrastada feito andarilho levando seu saco de roupas sujas com latinhas amassadas, ele arrasta o pé igual voce arrasta o chinelo azul gasto amarrado com arame já foi estourado tantas vezes quando ainda corria. O sol da tarde de engole. Senta-se numa cadeira velha de praia meio rasgada, dos tempos que existia praia e bundas apetitosas, que existia conchinhas na areia e não sacolas-garrafas-tampinhas-latas-espetos-carne-calcinha e o suor grudava na areia fria e o mar te banhava o corpo. A cadeira sobrou enferrujada. Na rua toda lá no fundo um cachorro late, o carteiro passa e não há uma correspondência no seu nome, quem dera fosse eu. Um carro passa devagar e o cachorro corre atrás, endemoniado, como todos os cachorros que latem pro carro são. E voce ainda remoe o café frio la dentro, seus dentes são amarelados como o a tarde lenta em sépia. Não há muito o que pensar ou desejar. A vida corre em passos curtos, quase parando e seu coração acelera sem motivo nenhum. De vez em quando, mas muito de vez em quando uma alegria repentina surge e um sorriso surge junto de canto, mas bem pequeno pequeno como a mosca verde já morta pelo calor e cansaço mas é um sorriso verdadeiro talvez o mais verdadeiro de todos porque sempre todos os sorrisos pequenos sao muito verdadeiros nao se perguntem porque, não há o que responder. É um sorriso meloso que não pede nada retribui-se a si mesmo nada a ninguém e se desmancha na brisa diabólica sopra que sopra o sorriso pra longe a cabeça abaixa vem um sono lento aconchegante de fundo o cachorro late.
o esofago frio ácido engole outro gole mais frio ainda amargo e desceu o copo com um pouquinho sobrando no fundo e colocou açucar muito açucar e novamente desceu na boca aquela escuridão doce e fria. .?. Era tanta vontade de fazer nada. É uma tarde abafada que paira um ar amarelo meio mofo escorrido na testa de suor que gruda o cabelo. O ar fica meloso, mais que uma melodia, e toca um ventinho, quase um vento, era um sopro diábolico que se perdia em meio as velas acesas no meio do pátio, soa um zumbido de mosca que cheira a bosta do cachorro e ronda seu rosto com cara de bunda, e aí você passa a mão para espantá-la ela continua...você abana a mão novamente, ela continua... até você sair correndo até o banheiro chocolhando o café frio no estômago murcho. A mosca fica sozinha lá fora no quintal amarelo ela continua comendo merda e surgem outras mais outras naquela bosta mole gosmenta que suja o pé inteiro se pisar. E você no banheiro lavando o rosto para tirar o suor a gordura o brilho do nariz tirar as bactérias jogadas pelas asas da mosca verde. Nesse momento a tarde passa arrastada feito andarilho levando seu saco de roupas sujas com latinhas amassadas, ele arrasta o pé igual voce arrasta o chinelo azul gasto amarrado com arame já foi estourado tantas vezes quando ainda corria. O sol da tarde de engole. Senta-se numa cadeira velha de praia meio rasgada, dos tempos que existia praia e bundas apetitosas, que existia conchinhas na areia e não sacolas-garrafas-tampinhas-latas-espetos-carne-calcinha e o suor grudava na areia fria e o mar te banhava o corpo. A cadeira sobrou enferrujada. Na rua toda lá no fundo um cachorro late, o carteiro passa e não há uma correspondência no seu nome, quem dera fosse eu. Um carro passa devagar e o cachorro corre atrás, endemoniado, como todos os cachorros que latem pro carro são. E voce ainda remoe o café frio la dentro, seus dentes são amarelados como o a tarde lenta em sépia. Não há muito o que pensar ou desejar. A vida corre em passos curtos, quase parando e seu coração acelera sem motivo nenhum. De vez em quando, mas muito de vez em quando uma alegria repentina surge e um sorriso surge junto de canto, mas bem pequeno pequeno como a mosca verde já morta pelo calor e cansaço mas é um sorriso verdadeiro talvez o mais verdadeiro de todos porque sempre todos os sorrisos pequenos sao muito verdadeiros nao se perguntem porque, não há o que responder. É um sorriso meloso que não pede nada retribui-se a si mesmo nada a ninguém e se desmancha na brisa diabólica sopra que sopra o sorriso pra longe a cabeça abaixa vem um sono lento aconchegante de fundo o cachorro late.
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