domingo, 5 de fevereiro de 2012

A vida é um acidente

Queria lhe escrever notícias boas, de partir o coração de alegria, mas por hora é isso que tenho, pouco ar e pouco o que pensar. Meio alheia a tudo, esperando nada, vivendo como devo viver, tentando respirar, bebendo muita água e comendo porcarias. Engordei.

Não sei, mas no fundo talvez eu tenha um medo imenso de morrer, como minha avó. Ela morreu e eu também morrerei e tudo e todos, incansavelmente. Por chuvas e enchentes, por sol e seca, amor ou ódio, por comida ou falta dela, pelo físico e psicológico, cada coisa que me mata toda hora e quanto mais vivo, mais caio por terra. É a vida, meio crua e dolorida quando a quero ver. Não, não quero ver isso, mas é o que sinto no fundo. Ao menos se eu pudesse lhe escrever coisas bonictas. Ao menos uma coisa: O céu e seus fortes relâmpagos negros clareando o dia escuro, fortes barulhos, esperando uma chuva imensa, pedras, o vento forte na janela, quando se deita na cama, o corpo nu e quente e começa a chuva e chove bonicto que embala o amor e o sono. E depois vem o sol e o céu fica alaranjado e fresco como água caindo no pescoço, limpo.














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