Um copo de resto de café
Quando gruda no fundo
Junta formiga
Mas nem mão amiga
que me tire desse amargo
Se era açúcar, de luz de poste
Laranja ou amarela
Quebrando a vidraça
Rebentando fibras
Queimando roupas antigas
Memórias feridas
Se era lindo o céu naquela hora
rimando as nuvens
Laranja e rosa
Marcando o infinito
Que pontos que nós éramos
Se eram nuvens
Se era chuva, vento
tempestade,
se era café no fundo do copo
ou era meu resto meio amargo
de mim mesmo
meu resto meio antigo
catando formiga
meu inteiro diluído
pedindo a benção
Se era eu